A corrida com obstáculos de Temer
Para aqueles que desenvolveram uma certa dependência olímpica, uma triste lembrança: no domingo, os Jogos do Rio chegam ao fim. O evento, que começou cheio de dúvidas, se encerra sem grandes incidentes, e com grandes histórias de sucesso esportivo. Ponto para o comitê organizador, para o governo municipal – mas e para o federal? Na […]
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2016 às 06h15.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h06.
Para aqueles que desenvolveram uma certa dependência olímpica, uma triste lembrança: no domingo, os Jogos do Rio chegam ao fim. O evento, que começou cheio de dúvidas, se encerra sem grandes incidentes, e com grandes histórias de sucesso esportivo. Ponto para o comitê organizador, para o governo municipal – mas e para o federal?
Na dúvida, o presidente interino Michel Temer não deve comparecer à Cerimônia de Encerramento, que passará a responsabilidade para Tóquio, que sedia as Olimpíadas de 2020. Em vez disso, o interino quer fazer com que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, dê uma paradinha em Brasília antes de chegar ao Rio. Abe vem para pegar o bastão dos Jogos e iria diretamente ao Rio de Janeiro, mas ficaria difícil para Temer explicar que estará na cidade para uma reunião, mas não irá ao Maracanã. Em vez disso, ele foi ao Rio ontem.
Temer tem cada dia mais certeza de que será efetivo até 2018 depois da votação que começa na próxima semana. Desafios não faltarão. “O governo não terá mais a desculpa de que as coisas não andam por causa do impeachment, mas os parlamentares estarão concentrados nas eleições municipais. O problema é que o mercado não vai continuar confiante se o governo não começar a mostrar resultados”, diz o analista político Juliano Griebeler, da consultoria Barral M Jorge.
A falta do inimigo comum – Dilma Rousseff – pode enfraquecer a base do governo. Temer sabe disso e fez uma longa reunião com representantes do PSDB na quarta-feira. Saiu com um acordo selado de que irá cumprir o ajuste fiscal e que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não atrapalhará os planos do partido em 2018 em troca do apoio ao seu governo. Agradar o centrão deve ser mais difícil. Os Jogos vão, a corrida com obstáculos começa.