A cara do Brasil (e do brasileiro), segundo dados do PNAD
Pesquisa divulgada hoje pelo IBGE traz os dados colhidos nos domicílios brasileiros em 2013
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 18h46.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h02.
São Paulo - A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ( PNAD ) 2013, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), trouxe más notícias como o ligeiro aumento da concentração de renda no país em relação ao ano passado, além do crescimento da taxa de desemprego. Entre as boas notícias, está a volta da queda do analfabetismo e a diminuição do trabalho infantil. Confira a seguir outros destaques da PNAD, que apresenta informações sobre população, migração, educação, trabalho, rendimento e condições de moradia no Brasil.
Depois de subir em 2012 pela primeira vez em oito anos, o analfabetismo no Brasil voltou a cair em 2013. Ainda assim, a pesquisa aponta que o país ainda tem cerca de 13 milhões de analfabetos com idade de quinze anos ou mais, o que corresponde a 8,3% da população. A taxa de analfabetismo é superior entre os homens, com 8,6% contra 8,1% das mulheres. O levantamento também mostra que a faixa etária mais atingida é a de pessoas acima de 60 anos, que correspondem a 6 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.
O Distrito Federal é a unidade da federação onde a diferença entre homens e mulheres é maior. Elas representam 53,1% da população, enquanto eles são 46,8%. Apenas em três estados há mais homens que mulheres: Pará, Amazonas e Rondônia. No Amapá, dá empate. No Brasil, as mulheres representam 51,5% do total da população.
A pesquisa apontou que, em 2013, 486 mil crianças com idade de 5 a 13 anos estavam em situação de trabalho infantil . Destas, a maioria está nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, 63,8% se concentravam em atividades agrícolas. Já na faixa etária entre 5 e 17 anos, o total de trabalhadores é de 3,1. O número representa uma queda de 12,3% em relação a 2012, ou seja, 438 mil crianças e adolescentes a menos.
Cerca de 1,1 milhão de novos domicílios passaram a ser atendidos pela rede geral de abastecimento de água entre 2013 e 2012. No entanto, o aumento da rede não acompanhou o crescimento do número de casas. Enquanto as 54,4 milhões de residências atendidas em 2012 representavam 85,4% do total; a porcentagem caiu ligeiramente em 2013, para 85,3% do total.
Embora o percentual de domicílios com computadores tenha aumentado de 46,4%, em 2012, para 49,5%, em 2013, o acesso à internet ainda não está completamente difundido nas casas dos brasileiros. Dos 32,2 milhões de residências com computadores em 2013, 28 milhões tinham acesso à internet.
Em 2013, 7,6 milhões de residências do país foram sustentadas com apenas uma renda equivalente ao valor de um salário mínimo . Nessas casas, as famílias dispunham de 512 reais por mês, enquanto a média geral do Brasil é de 2.925 reais. Outras 14,2 milhões de casas eram mantidas com renda entre um e dois salários mínimos, ganhando em média 1.051 reais para todos os moradores.
A maioria da população brasileira é composta por mulheres, que cada vez mais ganham projeção no mercado de trabalho. No entanto, elas ainda ganham, em média, menos que eles. Enquanto os homens economicamente ativos apresentam uma renda mensal de 1.807 reais, as mulheres ganham 1.286 reais. O desequilíbrio fez com que a renda média geral dos brasileiros em 2013 tenha sido de 1.578 reais.
Dos 7,3 milhões estudantes brasileiros do ensino superior , apenas um terço frequenta universidades públicas. No ensino fundamental e médio, acontece o contrário: há muito mais alunos no ensino público do que no privado.
Nível de ensino/ Rede | Total | Público | Privada |
---|---|---|---|
Pré-escolar | 4,0 milhões | 2,9milhões | 1 milhão |
Fundamental | 31,2 milhões | 26,8milhões | 4,8 milhões |
Médio | 9,5 milhões | 8,1milhões | 1,3 milhão |
Superior | 7,3 milhões | 1,8milhões | 5,4 milhão |
Dos 53.764 estudantes brasileiros, 27.124 ou 50,4% são mulheres. A diferença vai ficando maior a favor das meninas conforme os anos de estudo. No ensino fundamental os meninos são maioria. Já no médio, 53,77% dos estudantes são meninas e no superior, a vantagem aumenta para 57,2%.
Entre as pessoas economicamente ativas a partir dos 60 anos, 65% são homens . Em todas as faixas etárias, há mais homens do que mulheres economicamente ativos, mas a diferença fica maior a partir dos 50 anos de idade.
Faixa etária | Total | Homens | Mulheres | % homens |
---|---|---|---|---|
Total | 102.548 | 57.755 | 44.794 | 56,32% |
15 a 19 anos | 7.122 | 4.254 | 2.867 | 59,73% |
20 a 24 anos | 11.877 | 6.658 | 5.219 | 56,06% |
25 a 29 anos | 12.817 | 7.032 | 5.785 | 54,86% |
30 a 39 anos | 26.566 | 14.435 | 12.131 | 54,34% |
40 a 49 anos | 21.923 | 12.005 | 9.918 | 54,76% |
50 a 59 anos | 15.031 | 8.676 | 6.354 | 57,72% |
60 anos ou mais | 7.212 | 4.694 | 2.518 | 65,09% |
Segundo os dados do Pnad, 63,4% das pessoas entrevistadas afirmaram ter começado a trabalhar na adolescência, entre 10 e 17 anos. No meio rural, a proporção salta para 68,4%.
A legislação trabalhista brasileira diz que a jornada semanal do trabalhador é de 44 horas, no entanto, 28,4% dos brasileiros trabalham mais de 45 horas semanais. A longa jornada se deve muitas vezes ao acúmulo de mais de um emprego (para elevar a renda).
Horas trabalhadas por semana | Quantidade de pessoas | % |
---|---|---|
Até 14 horas | 5,4 milhões | 5,71% |
15 a 39 horas | 18,9 milhões | 19,73% |
40 a 44 horas | 44,1 milhões | 46,07% |
45 a 48 horas | 13,5 milhões | 14,17% |
Mais de 49 horas | 13,7 milhões | 14,31% |
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