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A caixa de Pandora da Lava-Jato

A semana termina com a certeza de que a caixa de Pandora está aberta nas investigações da Lava-Jato. À medida em que a análise dos depoimentos da Odebrecht ganha corpo, novos e surreais exemplos vão aparecendo. Hoje foi a vez de vir a público uma tabela apresentada pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva […]

BENEDICTO JR: 246,6 milhões de reais de caixa 2 a 187 políticos / Reprodução

BENEDICTO JR: 246,6 milhões de reais de caixa 2 a 187 políticos / Reprodução

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2017 às 18h31.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h29.

A semana termina com a certeza de que a caixa de Pandora está aberta nas investigações da Lava-Jato. À medida em que a análise dos depoimentos da Odebrecht ganha corpo, novos e surreais exemplos vão aparecendo. Hoje foi a vez de vir a público uma tabela apresentada pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior, o BJ, ao Ministério Público durante sua delação premiada.

O documento mostra que somente este executivo repassou, entre 2008 e 2012, 246,6 milhões de reais de caixa 2 a 187 políticos. Estão fora da lista as campanhas presidenciais, responsabilidade do presidente da companhia, Marcelo Odebrecht. Na verdade, investigadores suspeitam que uma grande parte dos valores era propina pura e simples, já que muitos políticos receberam fora de períodos de eleição.

O favorito de BJ era o ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, que recebeu quase 62 milhões de reais em 41 transferências. O Rio recebeu as Olimpíadas de 2016 e foi palco da final da Copa do Mundo de 2014, o que fez o estado virar um canteiro de obras ao longo dos últimos anos. O atual governador, Luiz Fernando Pezão, também do PMDB, aparece como terceiro na lista, com 20,3 milhões de reais. O segundo é o ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), com 21,2 milhões de reais.

Entre os dez primeiros da planilha ainda estão o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), o ex-governador fluminense Anthony Garotinho (PR), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ)

BJ, vale lembrar, é apenas um dos 78 executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada.

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