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76% querem a renúncia de Eduardo Cunha, diz Datafolha

Uma nova pesquisa do Instituto Datafolha revela que o eleitorado que apoia a renúncia do presidente da Câmara saltou 11 pontos percentuais desde dezembro.

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Evaristo Sá / AFP)

Valéria Bretas

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 15h44.

São Paulo – Em pesquisa divulgada na manhã desta segunda-feira (29), o Instituto Datafolha revelou que 76% do eleitorado brasileiro defende a renúncia do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).

De acordo com o levantamento publicado no jornal Folha de S. Paulo, o resultado atual representa um acréscimo de 11 pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado.

A publicação ainda lembra que a quantidade de brasileiros que querem o peemedebista fora do cargo é ainda mais alto do que a avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT), quando 66% queriam o seu impeachment.

Investigado na Operação Lava Jato, Cunha é acusado de ter contas secretas na Suíça. A suspeita é que elas foram usadas para esconder dinheiro oriundo de propina desviada de contratos fechados na Petrobras.

A pesquisa de hoje diz que 60% dos brasileiros são favoráveis a cassação do mandato de Cunha.

O Datafolha ouviu 2.768 pessoas em 171 municípios entre os dias 24 e 25 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
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