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3 momentos em que a Lava Jato foi além da Petrobras

Veja outros desdobramentos da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

Polícia Federal (Arquivo/Agência Brasil)

Polícia Federal (Arquivo/Agência Brasil)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 14h38.

São Paulo – Não é de hoje que a Operação Lava Jato tem revelado quer o esquema de corrupção que envolve políticos e funcionários públicos vai muito além dos limites da Petrobras. Prova disso é a fase deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF).

Batizada de “O Recebedor”, a operação desta sexta revela que pagamentos de propina foram feitos para a construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste.

Em suma, o rumo das investigações da polícia aponta para um caminho de corrupção generalizada, em que o esquema de fraudes em estatais tenha sido apenas o ponto de partida – ou a ponta do iceberg.

No ano passado, o próprio juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos e ações penais da Lava Jato, chegou a dizer que todo o esquema de fraude à licitação e propina “vai muito além da Petrobras”. 

Abaixo, você vê alguns dos desdobramentos da operação Lava Jato.

Operação “O Recebedor”

(Manoel Marques/Veja)

Hoje, os agentes da PF cumpriram 44 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Paraná. 

Só em Goiás, o desvio detectado foi superior a 630 milhões de reais para a construção de alguns trechos da Ferrovia Norte-Sul. 

De acordo com a PF, o dinheiro ilício para a construção da ferrovia foi obtido em um esquema de lavagem de dinheiro por meio do superfaturamento de obras públicas. 

Além disso, a investigação constatou que as empreiteiras faziam pagamentos regulares a um escritório de advocacia por meio de contratos simulados que serviam como fachada para maquiar o dinheiro ilício proveniente das fraudes.

Operação Crátons

(Reprodução/Youtube)

No dia 8 de dezembro do ano passado, a PF constatou que uma organização criminosa (composta por empresários, advogados e indígenas) financiava o comércio e a exploração ilegal de diamantes no “Garimpo Lange, terra de posse exclusiva da etnia dos índios cinta-larga, em Rondônia.

As investigações da Polícia partiram de informações sobre a atuação de Carlos Habib Chater, o primeiro doleiro preso da Lava Jato, em março de 2014.

Ao menos 200 agentes foram responsáveis por cumprir os 90 mandados judiciais nos estados de Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso e Pará.

Operação Radioatividade

Obras de Angra 3: usina deverá usar 70% de material nacional para a construção (INFO)

A Radioatividade foi outra operação braço da Lava Jato que acendeu uma luz aos olhos da PF. 

Em julho de 2015, as investigações chegaram à Eletronuclear, estatal controlada pela Eletrobras que é quem cuida da energia nuclear e das usinas brasileiras em Angra dos Reis (RJ).

Desta vez, o alvo da polícia foi no presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, que teria recebido ao menos 4,5 milhões de reais em propina. 

O dinheiro ilícito, coletado por contratos de fachada, teria sido usado para a construção da obra da Usina Angra 3. 

Entre as empresas responsáveis pelas obras de Angra 3 (e possivelmente envolvidas no esquema) estão a UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Techint, EBE e Engevix.

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