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Barroso cita 'risco concreto de destruição de provas' em despacho

Ministro do Supremo Tribunal Federal autorizou operação da Polícia Federal que resultou na prisão de aliados do presidente Michel Temer

Barroso: Investigações que nortearam ação do ministro apontam para possível esquema de benefícios públicos em troca de recursos para fins eleitorais (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de março de 2018 às 16h16.

Última atualização em 29 de março de 2018 às 16h17.

O ministro Luís Roberto Barroso , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), que mandou prender aliados e amigos do presidente Michel Temer citou em seu despacho autorizando a deflagração da Operação Skala "risco concreto de destruição de provas".

Ele tomou a decisão no âmbito do inquérito sobre o Decreto dos Portos a partir de alegações da Procuradoria-Geral da República, que requereu a prisão do empresário e advogado José Yunes, do ex-ministro Wagner Rossi (MDB), do empresário Antônio Celso Grecco (Grupo Rodrimar), e do coronel da reserva da PM de São Paulo João Batista Lima Filho - todos capturados nesta quinta-feira, 29.

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Agentes da PF, por ordem de Barroso, fizeram buscas em diversos endereços, inclusive na sede da Rodrimar, em Santos (SP).

As investigações da PF e da Procuradoria apontam para "uma efetiva possibilidade de um esquema contínuo de benefícios públicos em troca de recursos privados para fins eleitorais". O inquérito indica que o esquema vigora há pelo menos vinte anos no setor de portos.

Defesas

Em nota, o advogado José Luis Oliveira Lima, que defende José Yunes, afirmou que: "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu à todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania."

O advogado Fabio Tofic, que defende Antonio Celso Grecco, disse que ainda está tentando saber os motivos da prisão do sócio da Rodrimar para depois se manifestar.

A Equipe Toscano Sociedade de Advogados, que defende ex-ministro Wagner Rossi, afirmou em nota:

"Wagner Rossi aposentou-se há sete anos. Desde então, nunca mais atuou profissionalmente na vida pública ou privada. Também nunca mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionamentos políticos. Mora em Ribeirão Preto onde pode ser facilmente encontrado para qualquer tipo de esclarecimento. Nunca foi chamado a depor no caso mencionado. Portanto, são abusivas as medidas tomadas. Apesar disso, Wagner Rossi está seguro de que provará sua inocência."

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