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2 erros de gestão que Dilma não pode cometer no 2º mandato

Depois de uma disputa apertada, Dilma Rousseff toma posse na próxima quinta-feira - veja quais os principais erros da presidente durante o primeiro mandato


	Dilma Rousseff durante diplomação no TSE: centralização excessiva foi um dos principais erros da presidente durante o primeiro mandato
 (Valter Campanato/ABr)

Dilma Rousseff durante diplomação no TSE: centralização excessiva foi um dos principais erros da presidente durante o primeiro mandato (Valter Campanato/ABr)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 09h00.

São Paulo – A eleição presidencial mais apertada desde a redemocratização foi mais um sintoma do quanto o primeiro mandato de Dilma Rousseff foi desafiante.

Da condenação de petistas no mensalão, passando pelos protestos de junho de 2013 que tomaram as ruas do país até a pressão por causa do escândalo de corrupção na Petrobras – a presidente passou uma parte considerável de seu mandato gerenciando crises internas e externas.

Os avanços nos últimos anos são inegáveis. Mas, para especialistas consultados por EXAME.com, a petista acumulou uma série de deslizes que podem persegui-la pelos próximos anos.

A começar pelo seu perfil de gestão. Adepta de uma linha de comando mais centralizadora, Dilma falhou ao gerenciar os interesses de sua heterogênea base aliada, por exemplo. Conclusão: nos dias seguintes ao segundo turno, ela enfrentou uma derrota no Congresso.

Mas é na economia que estão as principais críticas dos especialistas consultados por EXAME.com. A recente manobra para permitir ao governo cumprir a meta de superávit primário estabelecida no final de 2013 é só um exemplo das estratégias governamentais que acabaram minando a confiança do investidor.

1. Seguir um perfil centralizador
Dona de um perfil mais técnico, Dilma mostrou nos últimos anos que articulação política não é seu forte. Seu estilo centralizador é um dos motivos para isso.

É ela quem dá a palavra final sobre tudo o que é importante ou decisivo nos ministérios, de acordo com relato de O Globo. Fato que pode tornar mais lento o processo decisório nas estruturas governamentais.

Para Felipe Monteiro, professor do Insead, o estilo centralizador não é de todo negativo, mas é positivo apenas em ambientes estáveis e propícios ao crescimento. "Se você tem um ambiente externo mais complexo, você precisa contar com mais gente trabalhando de forma autônoma, ainda que interdependentes, para poder avançar mais”, diz.

2. Não gerenciar direito a base aliada

Para Carlos Pereira, professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (EBAPE/FGV), Dilma não soube distribuir o poder em seu primeiro mandato graças, em parte, a uma sucessão de erros na maneira como ela gerenciou o governo de coalizão. “Ela teve os aliados apenas como acessório”, diz.

“Quanto maior o número de parceiros, quanto mais heterogêneos eles forem, e quanto menos poder for compartilhado com eles, maiores serão os problemas de coordenação e as derrotas no Congresso. Ela cometeu estes três erros”, afirmou em entrevista a EXAME.com. 

* Colaboração de Jéssica Michellin

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