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Ato contra Temer termina em confusão no Rio

O ato seguia pacífico e era acompanhado de longe por policiais militares quando, por volta de 20h, um grupo de jovens mascarados chegou

Protesto no Rio: nesta quinta-feira não houve ataques a ônibus, mas várias lojas sofreram tentativas de arrombamento (Pilar Olivares/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 23h12.

Última atualização em 18 de maio de 2017 às 23h13.

Rio - Um protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) terminou em confusão, confrontos e quebra-quebra no centro do Rio na noite desta quinta-feira (18), depois que jovens mascarados atacaram policiais militares.

O tumulto começou por volta das 20h15 e se estendeu por pelo menos uma hora e meia.

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Organizado por sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos estudantis e da sociedade civil, o ato começou por volta das 17h30 ao redor da igreja da Candelária.

Em discursos, lideranças sindicais faziam críticas a Temer e cobravam a realização de eleições diretas para presidente da República.

Por volta das 18h45, a multidão saiu em caminhada pela Avenida Rio Branco rumo à Cinelândia. Durante o trajeto foram repetidas paródias musicais e palavras de ordem contra Temer.

Um grupo de servidores públicos municipais e estaduais percorreu o trajeto carregando um caixão com fotos de Temer e dez velas acesas. "Morreu, o governo acabou", anunciavam, repetidamente, os carregadores do caixão.

A multidão começou a chegar à Cinelândia por volta das 19h e ocupou primeiro a escadaria do Palácio Pedro Ernesto, onde funciona a Câmara Municipal.

Ali, líderes do ato distribuíam adesivos onde se lia "Fora, Temer" e vendiam por R$ 10 panos de chão com a imagem do presidente e a palavra "golpista".

O carro de som parou em frente ao Teatro Municipal e de cima dele lideranças sindicais discursavam contra Temer. A Cinelândia estava toda ocupada - nenhum órgão oficial emitiu estimativa de público, mas havia milhares de pessoas no local.

O ato seguia pacífico e era acompanhado de longe por policiais militares quando, por volta de 20h, um grupo de jovens mascarados chegou em silêncio, usando placas de metal como escudo.

Observados pela PM, eles começaram a incendiar lixo. Temendo que o grupo provocasse os policiais e iniciasse um tumulto, sindicalistas chegaram a convidar os mascarados para discursar, mas nenhum deles aceitou.

Minutos depois, por volta das 20h15, o grupo começou a atirar pedras e rojões contra os policiais, que reagiram com bombas de gás. Teve início então o tumulto, que causou pânico e correria pelas ruas próximas.

O ato foi encerrado abruptamente e os confrontos se espalharam pela região central, como já havia ocorrido no dia 28 de abril, quando houve manifestação em função da greve geral convocada por centrais sindicais e pelo menos nove ônibus foram incendiados na Lapa, a poucos metros da Cinelândia.

Nesta quinta-feira não houve ataques a ônibus, mas várias lojas sofreram tentativas de arrombamento, vidros de pelo menos cinco pontos de ônibus foram quebrados e três ruas da região (Rua da Lapa, do Passeio e Senador Dantas) foram interditadas pelos vândalos que incendiaram lixo e outros materiais.

O tumulto só amenizou por volta das 21h45, quando as ruas da região central foram tomadas por garis que tentavam limpar o lixo e os cacos de vidro espalhados durante a confusão.

Até as 22h30 desta quinta-feira não havia registros oficiais de presos nem feridos, mas a reportagem flagrou dois manifestantes com ferimentos.

Ambos afirmaram ter sido atingidos - um na perna e outro na cabeça - por balas de borracha disparados pela polícia. Eles foram atendidos por médicos que prestavam atendimento voluntário.

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