Penitenciária Dom Abel Alonso Núñez, em Bom Jesus, no Piauí (Sejus/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 14h32.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 14h55.
Informações preliminares dão conta de que os fugitivos conseguiram arrombar cadeados e furar uma parede da unidade prisional. A fuga do presídio de Bom Jesus acontece em um momento de crise no sistema prisional brasileiro, agravada com o caso da Penitenciária Federal de Mossoró, de onde escaparam dois detentos que estavam no estabelecimento de segurança máxima.
Os dados do CNJ sobre a Penitenciária Dom Abel Alonso Núñez são referentes a uma vistoria feita em janeiro deste ano. O presídio foi projetado para receber 76 detentos. No entanto, havia no local, no momento da inspeção do CNJ, um total de 185 reeducandos. Desse total, 146 eram presos provisórios.
Em nota, a Diretoria de Unidade e Administração Penitenciária (Duap), informou que "as causas do ocorrido estão sendo investigadas através de procedimento administrativo no âmbito da Secretaria da Justiça". "Desde a ocorrência, todas as forças de segurança do Estado já entraram em ação em diligências para a recaptura dos foragidos", acrescenta o texto.
O Piauí, onde 17 presos fugiram nesta segunda-feira, 19, é o estado do Brasil com maior déficit de vagas em presídios. De acordo com dados do painel do Conselho Nacional Justiça (CNJ), elaborado a partir das inspeções feitas por juízes, há 21 estabelecimentos prisionais no Piauí, com 6481 presos ocupando o que deveriam ser 3076 vagas. Ou seja, um déficit de 111%, primeiro lugar no ranking nacional.
O déficit acima de 100% significa que o excesso de presos é maior do que a própria oferta original de vagas. Para evitar a superlotação, seriam necessárias atualmente 3422 novas vagas. Somente dois presídios do estado não estão superlotados.