Preços do milho sobem em outubro e atingem o maior patamar desde abril de 2023
Demanda aquecida e oferta limitada elevam preço do milho, com impacto da safra de verão e clima favorável
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 10h06.
Os preços do milho encerraram o mês de outubro com uma valorização de 13,4%, alcançando o maior nível desde 18 de abril de 2023, mostra o Indicador do Milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) – a informação foi divulgada nesta segunda-feira, 4, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
O movimento de alta foi impulsionado por uma demanda interna aquecida e pela retração de vendedores ao longo de outubro, conforme destacou o Cepea.
Segundo o órgão, compradores enfrentam dificuldades para adquirir novos lotes, o que se deve à baixa disponibilidade de milho no mercado spot nacional e aos altos preços pedidos pelos produtores.
Do lado da oferta, a expectativa de que os preços continuem subindo tem mantido os produtores distantes das negociações – o foco está no acompanhamento da safra de verão, que é aguardada com expectativa.
O retorno das chuvas nas principais regiões produtoras favoreceu o plantio da safra de verão, o que, segundo o Cepea, diminui as preocupações dos produtores com possíveis atrasos na segunda safra de 2025.
A continuidade dessa tendência de clima favorável poderá impactar os preços do milho nos próximos meses, especialmente se a oferta se estabilizar com uma produção satisfatória.
As 6 principais commodities agrícolas que o Brasil exporta
Safra 2024/25 do Brasil
O Brasil deve alcançar um recorde na produção de grãos na safra 2024/25, com uma estimativa de 322,47 milhões de toneladas. Caso se confirme, esse volume representará um aumento de 8,3% em relação à safra anterior, conforme aponta a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Para o milho, a Conab projeta uma recuperação de 3,5% na safra, com colheita total estimada em 119,74 milhões de toneladas – a área cultivada do cereal deve permanecer em 21 milhões de hectares.
Na primeira safra de milho , a expectativa é de uma redução de 1,1% na produção e de 5,4% na área cultivada, resultando em 3,76 milhões de hectares semeados e uma produção estimada em 22,72 milhões de toneladas.