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Rio, Araruama, Petrópolis: veja as cidades com maior abstenção no RJ

Mais de 2,9 milhões de eleitores não votaram no estado do Rio de Janeiro no 1º turno. Veja as cidades com maior abstenção

Rio de Janeiro: capital teve uma das maiores taxas de abstenção do estado do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio de Janeiro: capital teve uma das maiores taxas de abstenção do estado do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Carolina Riveira

Publicado em 29 de outubro de 2022 às 12h52.

Última atualização em 29 de outubro de 2022 às 13h02.

No primeiro turno, 2,9 milhões de eleitores deixaram de votar no estado do Rio de Janeiro, uma taxa de abstenção de 22,74%. O estado ficou acima da média brasileira, que teve abstenção de 20,8% (sem contar os ausentes no exterior).

Mas, por ser o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, os ausentes no RJ responderam por quase 10% de todos que não votaram no primeiro turno em todo o país.

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Do ex-presidente Lula ao presidente Jair Bolsonaro, as campanhas dos candidatos à Presidência têm se esforçado para garantir que o maior número possível de eleitores — e, sobretudo, os grupos que pendem para sua base eleitoral — compareçam às urnas no domingo, 30.

Para o segundo turno, historicamente, a abstenção ainda aumenta, o que pode ser um movimento crucial no resultado da eleição. No Rio, no primeiro turno, Bolsonaro ganhou com folga no estado. Das grandes cidades, Lula só venceu Niterói.

Nas últimas semanas, uma das apostas da campanha de Lula, que visitou o RJ diversas vezes no segundo turno, é tentar aumentar o comparecimento de fatias mais pobres da população nas grandes cidades do estado.

Para entender como a abstenção ocorreu no primeiro turno, a EXAME compilou detalhes sobre as ausências nos cinco maiores colégios eleitorais; além do RJ, clique nos links para ver a abstenção em detalhes nos outros estados e destaques nacionais:

As cidades do RJ com maior abstenção

Percentualmente, as maiores taxas de abstenção ocorreram em cidades pequenas no interior, muitas com mais de 25% dos eleitores sem votar, acima da média do estado. Isso ocorre, em muitos desses lugares, porque alguns dos eleitores já não residem mais no município e terminam não voltando no dia da eleição (embora os motivos variem de cidade a cidade).

A campeã de abstenção no estado é São Francisco de Itabapoana, com 39 mil eleitores e taxa de abstenção de quase 27%, isto é, mais de 10 mil sem votar no primeiro turno.

As cidades com maior taxa de abstenção no RJ foram:

  • São Francisco de Itabapoana (38,9 mil eleitores) — 26.7% de abstenção
  • Arraial do Cabo (33,1 mil eleitores) — 26.4%
  • Porciúncula (14,5 mil eleitores) — 26.2%

Dentre as cidades fluminenses, porém, há polos em que a abstenção se concentrou, mostra levantamento feito pela EXAME com os dados de primeiro turno da votação.

Se contabilizadas só as cidades médias e grandes, com ao menos 100 mil eleitores registrados, a com maior ausência foi na capital: a cidade tinha mais de 5 milhões de eleitores registrados para votar, mas 1,2 milhão não compareceram (taxa de 24,2%).

Em seguida vieram Araruana e Petrópolis. Veja abaixo.

A taxa de abstenção em percentual, porém, não é o único fator a ser observado. Como na eleição brasileira cada voto conta, a maior efeito da abstenção vem mesmo das cidades extremamente populosas, porque têm alto número absoluto de ausentes.

Há cidades com taxa de abstenção que pode até ser menor, mas, como são muito populosas, o efeito das ausências se torna ampliado. Exemplos são Nova Iguaçu ou Niterói, com abstenções muito abaixo da média do estado, mas que, em números absolutos, estão na lista das que mais tiveram eleitores ausentes.

Niterói foi a única dentre as cidades médias e grandes do Rio (com mais de 100 mil eleitores) onde Lula venceu no primeiro turno. Em todas as demais e na capital, Bolsonaro venceu com boa margem de votos.

No estado do Rio, Bolsonaro venceu com 51,09% dos votos no primeiro turno, contra 40,68% de Lula. Na capital, a margem foi mais apertada: Bolsonaro teve 47% dos votos contra 43,47% de Lula.

Destaques da abstenção no primeiro turno

No cenário nacional, a leitura geral é de que as abstenções prejudicaram mais Lula do que Bolsonaro no primeiro turno, com ausências numerosas de eleitores em bairros de menor renda e entre eleitores menos escolarizados, grupos que votam mais no petista.

Por outro lado, homens também votaram menos do que mulheres (com abstenção de 22% deles e 20% delas). A abstenção masculina maior é um comportamento que já ocorreu em outras eleições e pode também tirar milhares de votos de Bolsonaro, que é preferido por esse eleitorado, sobretudo em cidades grandes e médias na região Sudeste, onde o presidente tem alto número de votos, mas onde a abstenção também foi alta.

Para o segundo turno, mais de 300 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais, implementaram passe livre para o dia da votação. A aposta é que a gratuidade na passagem possa incentivar mais eleitores a não desistir de votar. No primeiro turno, em análises por zona eleitoral nas grandes cidades, a abstenção foi maior nas periferias, que concentram estratos de menor renda.

Pela lei eleitoral, mesmo eleitores que não votaram no primeiro turno podem votar no segundo. Segundo o TSE, cada turno é tratado como uma eleição independente pela Justiça Eleitoral. Porém, em 2018, enquanto 117,4 milhões votaram no primeiro turno, só 115,9 milhões votaram no segundo. Uma diferença como essa, se repetida em 2022, pode fazer a diferença. 

Para entender como a abstenção ocorreu no primeiro turno, a EXAME compilou detalhes sobre as ausências nos cinco maiores colégios eleitorais; além do RJ, clique nos links para ver a abstenção em detalhes nos outros estados e destaques nacionais:

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