Mark Zuckerberg: CEO não comparecerá perante Parlamento britânico (Justin Sullivan/Getty Images)
EFE
Publicado em 27 de março de 2018 às 08h54.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 08h57.
Londres - O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, não comparecerá perante o Parlamento britânico para responder às perguntas sobre o escândalo do uso de dados, informou nesta terça-feira essa companhia.
Em carta enviada ao presidente do Comitê Parlamentar de Assuntos Digitais, Cultura, Meios de Comunicação e Esportes, Damian Collins, a responsável de Relações Públicas da rede social, Rebecca Stimson, indica que um dos funcionários próximos a Zuckerberg dará respostas às interpelações dos deputados.
Esta comissão citou no último dia 20 o fundador do Facebook para que explicasse o suposto uso de dados de mais de 50 milhões de usuários que pode ter influenciado na campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump.
Stimson reconhece na carta que a empresa está de acordo que estes assuntos "tem que ser abordados ao mais alto nível da companhia por diretores com posições de autoridade".
Neste sentido, precisa que o próprio Zuckerberg "pediu pessoalmente a um de seus próximos que fique à disposição do comitê para prestar esclarecimentos em pessoa".
A porta-voz do Facebook nomeia dois diretores da rede social como possíveis candidatos a se apresentar perante a Câmara: Mike Schroepfer, o responsável de tecnologia do Facebook, e Chris Cox, chefe de produto, "ambos com uma grande experiência nestes assuntos e bem posicionados para responder às perguntas do comitê sobre esses temas complexos", especifica.
"Os dois informam de maneira direta a Mark Zuckerberg e figuram entre os representantes com maior categoria e que mais tempo estão trabalhando para o Facebook em seus 15 anos de história", ressalta Stimson, que antecipou que um deles "poderá estar disponível logo depois do recesso parlamentar da Semana Santa".
"Enquanto isso, a companhia continua trabalhando sobre os assuntos colocados pelos eventos recentes", prossegue na carta, em alusão aos fatos revelados pelo jornal americano "The New York Times" e o britânico "The Observer".
Segundo divulgaram esses jornais, a empresa britânica Cambridge Analytica, que foi contratada tanto pelos responsáveis da campanha eleitoral de Trump como pela iniciativa a favor do "Brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia, prévia ao referendo neste país em junho de 2016, recopilou informação de milhões de eleitores através do Facebook.
A partir desses dados, desenhou um programa informático para prever o sentido do voto de milhões de pessoas e tentar influenciar nas suas decisões, segundo as revelações desses veículos de imprensa.
O responsável do citado comitê parlamentar britânico, que em novembro abriu uma investigação sobre a propagação de notícias falsas, considera que os representantes do Facebook que responderam até agora às perguntas feitas durante as investigações fornecem respostas "enganosas".
Ao requerer o testemunho pessoal de Zuckerberg, Collins ressaltou na semana passada o "grande interesse público" para conhecer as medidas de segurança estabelecidas pela rede social em relação à proteção de dados.