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Zika causa microcefalia ao afetar divisão celular

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, em Connecticut, nos Estados Unidos, concluiu que a zika mata as células-tronco no cérebro

Microcefalia: os especialiastas consideram que o vírus da zika poderia ser combatido com medicamentos antivirais que já estão no mercado (Nacho Doce / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 16h50.

Washington - O vírus da zika causa microcefalia em alguns bebês de mulheres infectadas durante a gravidez por desviar uma proteína chave na divisão celular neural do feto em desenvolvimento, segundo um novo estudo publicado nesta quarta-feira pela revista "Cell Reports".

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, em Connecticut, nos Estados Unidos, concluiu que a zika mata as células-tronco no cérebro e afeta o processo de criação de células cerebrais.

Deste modo, os especialiastas consideram que o vírus da zika poderia ser combatido com medicamentos antivirais que já estão no mercado e que poderiam evitar o transtorno no desenvolvimento do sistema nervoso dos fetos.

Os cientistas de Yale provaram que o vírus desvia uma forma da proteína TBK1 de sua principal função, que é organizar a divisão celular da mitocôndria, onde contribui para iniciar a resposta imune.

Com a falta dessa proteína na divisão celular, as células morrem em lugar de formar novas células cerebrais, o que acarreta a microcefalia.

Segundo o estudo, este mecanismo também contribui para a microcefalia associada a outras infecções vírais congênitas.

O "Sofosbuvir", um medicamento já aprovado nos EUA, mostrou potencial para evitar a infecção do vírus da zika nas células-tronco neurais e para manter a proteína da divisão celular em culturas de laboratório.

Agora é necessário elaborar mais estudos para comprovar a eficácia do remédio como tratamento para o vírus da zika.

"Há uma necessidade urgente de identificar métodos terapêuticos para conter a infecção da zika, sobretudo em mulheres grávidas", afirmou Marco Onorati, um dos autores do estudo.

"Enquanto isso, esperamos que estas descobertas possam levar a tratamentos que minimizem o dano causado por este vírus", concluiu.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 1º de fevereiro deste ano que as más-formações congênitas (sobretudo a microcefalia) e os transtornos neurológicos (Síndrome de Guillian-Barre) ligados ao contágio da zika constituíam uma emergência sanitária de alcance internacional.

O mais alarmante sobre o atual surto de zika, que afeta principalmente à América Latina e o Caribe, é sua vinculação com a microcefalia, condição neurológica em que o crânio e o cérebro dos bebês são menores que o tamanho normal e que pode causar problemas de desenvolvimento.

A zika é um vírus que transmitido pela picada de mosquitos vetores do gênero Aedes, que também transmitem a dengue e a chicungunha, e cujos sintomas são similares, mas mais leves: erupções na pele, febre baixa, dor muscular e das articulações.

Muitas pessoas infectadas com zika não procuram um médico por não apresentarem sintomas ou confundirem estes com os de um resfriado ou uma gripe, o que dificulta o acompanhamento do vírus por parte das autoridades sanitárias.

Por enquanto, não existe nem vacina nem tratamento contra o vírus que foi descoberto na década de 1950 na floresta de Zika, em Uganda, que deu origem ao nome da doença.

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Washington - O vírus da zika causa microcefalia em alguns bebês de mulheres infectadas durante a gravidez por desviar uma proteína chave na divisão celular neural do feto em desenvolvimento, segundo um novo estudo publicado nesta quarta-feira pela revista "Cell Reports".

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Yale, em Connecticut, nos Estados Unidos, concluiu que a zika mata as células-tronco no cérebro e afeta o processo de criação de células cerebrais.

Deste modo, os especialiastas consideram que o vírus da zika poderia ser combatido com medicamentos antivirais que já estão no mercado e que poderiam evitar o transtorno no desenvolvimento do sistema nervoso dos fetos.

Os cientistas de Yale provaram que o vírus desvia uma forma da proteína TBK1 de sua principal função, que é organizar a divisão celular da mitocôndria, onde contribui para iniciar a resposta imune.

Com a falta dessa proteína na divisão celular, as células morrem em lugar de formar novas células cerebrais, o que acarreta a microcefalia.

Segundo o estudo, este mecanismo também contribui para a microcefalia associada a outras infecções vírais congênitas.

O "Sofosbuvir", um medicamento já aprovado nos EUA, mostrou potencial para evitar a infecção do vírus da zika nas células-tronco neurais e para manter a proteína da divisão celular em culturas de laboratório.

Agora é necessário elaborar mais estudos para comprovar a eficácia do remédio como tratamento para o vírus da zika.

"Há uma necessidade urgente de identificar métodos terapêuticos para conter a infecção da zika, sobretudo em mulheres grávidas", afirmou Marco Onorati, um dos autores do estudo.

"Enquanto isso, esperamos que estas descobertas possam levar a tratamentos que minimizem o dano causado por este vírus", concluiu.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 1º de fevereiro deste ano que as más-formações congênitas (sobretudo a microcefalia) e os transtornos neurológicos (Síndrome de Guillian-Barre) ligados ao contágio da zika constituíam uma emergência sanitária de alcance internacional.

O mais alarmante sobre o atual surto de zika, que afeta principalmente à América Latina e o Caribe, é sua vinculação com a microcefalia, condição neurológica em que o crânio e o cérebro dos bebês são menores que o tamanho normal e que pode causar problemas de desenvolvimento.

A zika é um vírus que transmitido pela picada de mosquitos vetores do gênero Aedes, que também transmitem a dengue e a chicungunha, e cujos sintomas são similares, mas mais leves: erupções na pele, febre baixa, dor muscular e das articulações.

Muitas pessoas infectadas com zika não procuram um médico por não apresentarem sintomas ou confundirem estes com os de um resfriado ou uma gripe, o que dificulta o acompanhamento do vírus por parte das autoridades sanitárias.

Por enquanto, não existe nem vacina nem tratamento contra o vírus que foi descoberto na década de 1950 na floresta de Zika, em Uganda, que deu origem ao nome da doença.

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