(Mateusz Slodkowski/SOPA Images/LightRocket via Getty Images/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 22 de março de 2022 às 21h16.
Por Nico Grant e Mark Bergen, da Bloomberg
O Google, da Alphabet, um dos poucos gigantes corporativos americanos ainda na Rússia, pode perder uma de suas maiores bases no país à medida que as tensões com o Kremlin continuam a aumentar.
A gigante de tecnologia encerrou seu negócio de publicidade na Rússia, mas manteve serviços populares como o YouTube. No entanto, a plataforma de vídeo tornou-se uma fonte significativa de tensão com o governo.
Fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Assine a EXAME.
O YouTube baniu um canal do ministério da defesa da Rússia, de acordo com um documento interno revisado pela Bloomberg – a mais recente de uma série de ações que os funcionários do Google acreditam que irá desencadear o fechamento no país.
Semana passada o YouTube impediu os militares russos de postarem vídeos por sete dias depois que o ministério rotulou sua invasão da Ucrânia como uma “missão de libertação” em dois vídeos que a empresa removeu, segundo o documento. A decisão de retirar os vídeos foi levada até a liderança executiva do YouTube, de acordo com o documento.
“Nossas políticas proíbem conteúdo que negue, minimize ou banalize eventos violentos bem documentados, incluindo a invasão da Rússia na Ucrânia”, disse a empresa em um e-mail.
Embora o Google não tenha fechado seu escritório na Rússia, a empresa começou a transferir discretamente sua equipe do país nas últimas semanas, segundo pessoas familiarizadas com as decisões que pediram para não serem identificadas discutindo questões de segurança. Um porta-voz do Google não quis comentar.
Desde sua invasão da Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin vem censurando a imprensa independente do país em um esforço para controlar as informações sobre a guerra, enquanto pune os cidadãos que vão contra a narrativa do governo sobre a invasão.
Ele também foi atrás das empresas de mídia social dos EUA. Na segunda-feira, a Rússia baniu o Facebook e o Instagram, serviços da Meta, e os chamou de organizações “extremistas”, o que efetivamente os criminaliza. O país também reduziu o desempenho do Twitter.
A tática de Putin tem sido pintar as mídias sociais americanas como forças extremas que ameaçam a sociedade russa.
“A ótica é muito importante”, disse Emerson Brooking, membro sênior do Atlantic Council Digital Forensic Research Lab. “A proibição do Instagram e do YouTube são decisões muito impopulares, a menos que sejam apresentadas sob uma certa luz.”
Até agora, não há indicações de que o produto de busca do Google esteja em risco. O Google continua sendo o mecanismo de busca mais usado na Rússia, superando o provedor local Yandex NV, de acordo com empresas de medição externas. E o YouTube é uma plataforma popular onde russos comuns, assim como simpatizantes e críticos de Putin, assistem e postam vídeos online.