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"Vou continuar lutando", afirma brasileira do Greenpeace

'Vou continuar trabalhando e navegando. Aceito este risco porque ele vale a pena. A Rússia teve que admitir que não somos piratas', declarou Ana Paula Maciel

ativista (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2013 às 08h51.

A gaúcha Ana Paula Maciel, que integrava o grupo de 30 ativistas do Greenpeace detido na Rússia, declarou neste sábado, ao chegar a Porto Alegre, que vai "continuar" com sua luta, três meses após ser presa no Ártico.

"Vou continuar trabalhando e navegando. Aceito este risco porque ele vale a pena. A Rússia teve que admitir que não somos piratas", declarou a bióloga de 31 anos no aeroporto Salgado Filho.

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Com um cartaz pedindo "Salve o Ártico" e um urso polar e uma baleia de pelúcia nas mãos, Ana Paula revelou aos jornalistas que "foi o período mais difícil" de sua vida, mas "valeu a pena porque mostrou ao mundo a causa que defendemos".

"Não queremos atacar as empresas de petróleo, e sim o sistema do petróleo. Continuaremos lutando contra as petroleiras na Rússia, no Brasil e em qualquer outro lugar".

Ana Paula disse que a pressão internacional foi fundamental para sua libertação e estimou que a Rússia não esperava uma tamanha reação pela libertação dos 30 acusados, que acabaram anistiados.

"Resolveram nos dar a anistia porque era a única forma de sair do buraco no qual eles mesmos se meteram".

Doze vencedores do Prêmio Nobel da Paz haviam pedido ao presidente russo, Vladimir Putin, a libertação dos ativistas. Além disso, houve centenas de protestos em favor dos membros do Greenpeace pelo mundo.

A ativista revelou que nos três meses de prisão não teve paz dentro da cela, em meio aos gritos dos carcereiros e à música eletrônica que tocava das 06H00 às 22H00.

Ana Paula e os demais ativistas foram detidos no navio "Arctic Sunrise", de bandeira holandesa, capturado no dia 19 de setembro por um comando russo em um helicóptero, após parte de sua tripulação realizar uma ação contra uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom no Ártico, para denunciar os riscos ambientais deste tipo de exploração.

Condenados em primeira instância por pirataria - um crime que pode ser punido com até 15 anos de prisão -, os militantes também foram acusados de vandalismo, crime passível de até sete anos de detenção.

Após um período em Murmansk (no noroeste da Rússia), o grupo foi transferido para São Petersburgo, antes de ser anistiado, na semana passada, graças a uma nova lei aprovada pelo Parlamento russo.

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