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Vírus da herpes — a arma da Austrália para exterminar carpas

Orçado em 11 milhões de dólares, o plano inusitado atende pelo nome sugestivo "carpageddon"

Carpageddon: ideia é erradicar 100% das carpas, que foram introduzidas em 1859 na Austrália, mas tornaram-se uma praga. (Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de maio de 2016 às 17h12.

São Paulo - A Austrália anunciou nesta semana que pretende utilizar, acredite, o vírus da herpes, para erradicar as populações invasoras de carpas nos rios do país.

Orçado em 11 milhões de dólares, o plano inusitado atende pelo nome sugestivo "carpageddon", uma mistura de "carpa" com "armagedon", sugerindo uma batalha sem precedentes.

A ideia é erradicar 100% dos animais, que foram introduzidos em 1859 na Austrália, mas tornaram-se uma "praga" depois que milhares de carpas adaptadas para viveiros encontraram um caminho para o sistema fluvial do país.

De lá para cá, as populações de carpas aumentaram exponencialmente. Segundo a agência de ciência australiana, CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), as carpas representam, atualmente, até 90% da biomassa de peixes (volume em toneladas de peixes) em alguns rios do país.

Essa presença de peso no ecossistema se atribui ao fato das carpas fêmeas colocarem até 1 milhão de ovos por ano, além da alta tolerência do peixe a varios tipos de habitats e até mesmo à água de baixa qualidade.

Grandes, cinzentas e famintas, as carpas europeias acabam por dominar o ecossistema, prejudicando outras espécies de peixes menores, e geram uma grande quantidade de resíduo, o que compromete a própria saúde dos rios.

O governo australiano estima em US$ 500 milhões os prejuízos econômicos anuais gerados pelas carpas, especialmente, ao longo do majestoso rio Murray, o mais longo do país.

Segundo os cientistas da CSIRO, o vírus da herpes ataca os rins da carpa, sua pele e suas guelras, impedindo-os de respirar direito. Após o aparecimento dos sintomas, que pode levar até uma semana, a morte ocorre dentro de 24 horas.

O vírus pode ser inserido diretamente no ecossistema e é altamente contagiante, passando de carpa para carpa. Testes laboratoriais mostram que a variação do vírus da herpes a ser usada não apresenta risco relevante para outras espécies de peixe, tampouco para os seres humanos. Novos testes estão em andamento para garantir a segurança do procedimento, que só será aplicado em 2018.

Se é possível apontar um efeito 'desagradável' do carpageddon é o de que, de repente, haverá literalmente centenas de milhares de toneladas de carpas mortas no rio e que deverão ser removidas.

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São Paulo - A Austrália anunciou nesta semana que pretende utilizar, acredite, o vírus da herpes, para erradicar as populações invasoras de carpas nos rios do país.

Orçado em 11 milhões de dólares, o plano inusitado atende pelo nome sugestivo "carpageddon", uma mistura de "carpa" com "armagedon", sugerindo uma batalha sem precedentes.

A ideia é erradicar 100% dos animais, que foram introduzidos em 1859 na Austrália, mas tornaram-se uma "praga" depois que milhares de carpas adaptadas para viveiros encontraram um caminho para o sistema fluvial do país.

De lá para cá, as populações de carpas aumentaram exponencialmente. Segundo a agência de ciência australiana, CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), as carpas representam, atualmente, até 90% da biomassa de peixes (volume em toneladas de peixes) em alguns rios do país.

Essa presença de peso no ecossistema se atribui ao fato das carpas fêmeas colocarem até 1 milhão de ovos por ano, além da alta tolerência do peixe a varios tipos de habitats e até mesmo à água de baixa qualidade.

Grandes, cinzentas e famintas, as carpas europeias acabam por dominar o ecossistema, prejudicando outras espécies de peixes menores, e geram uma grande quantidade de resíduo, o que compromete a própria saúde dos rios.

O governo australiano estima em US$ 500 milhões os prejuízos econômicos anuais gerados pelas carpas, especialmente, ao longo do majestoso rio Murray, o mais longo do país.

Segundo os cientistas da CSIRO, o vírus da herpes ataca os rins da carpa, sua pele e suas guelras, impedindo-os de respirar direito. Após o aparecimento dos sintomas, que pode levar até uma semana, a morte ocorre dentro de 24 horas.

O vírus pode ser inserido diretamente no ecossistema e é altamente contagiante, passando de carpa para carpa. Testes laboratoriais mostram que a variação do vírus da herpes a ser usada não apresenta risco relevante para outras espécies de peixe, tampouco para os seres humanos. Novos testes estão em andamento para garantir a segurança do procedimento, que só será aplicado em 2018.

Se é possível apontar um efeito 'desagradável' do carpageddon é o de que, de repente, haverá literalmente centenas de milhares de toneladas de carpas mortas no rio e que deverão ser removidas.

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