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Vimos o Disney+ em primeira mão. O que o diferencia dos demais streamings?

Baby Yoda, Thor, Luke Skywalker, Homem de Ferro, Capitão América, Capitã Marvel e Viúva Negra: não são só os grandes nomes

Vimos o Disney+ em primeira mão. O que o diferencia dos demais streamings? (Disney/Reprodução)

Tamires Vitorio

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 10h01.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 00h08.

Baby Yoda, Thor, Luke Skywalker, Homem de Ferro, Capitão América, Capitã Marvel e Viúva Negra. Além dos grandes nomes presentes no streaming da Disney , o Disney+, quais são os principais diferenciais do serviço em relação aos outros?

Na tarde desta quarta-feira, 11, a EXAME viu, em primeira mão, como será a interface e os principais detalhes da plataforma do Mickey --- que, em apenas um ano, já ultrapassou a marca dos 73 milhões de assinantes globais. E a tendência é que este número aumente com a chegada do Disney+ no Brasil, em 17 de novembro.

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Em um fundo preto, logo no começo da página existe um carrossel com filmes e séries que são o destaque do streaming (cuja periodicidade não foi informada). A aparência do serviço de streaming é a mesma dos outros países, cujas imagens foram divulgadas no começo do ano passado, antes do lançamento oficial.

Abaixo do banner é que vem um diferencial interessante: os conteúdos são separados pelas marcas, como a própria Disney, a Pixar, a Marvel, Star Wars e a National Geographic.

Quando o usuário clica na aba da Marvel, por exemplo, ele é automaticamente direcionado a uma página que mostra todos os filmes e séries relacionados ao universo dos super-heróis. Ao clicar em "Vingadores: Ultimato", o consumidor terá acesso a uma série de conteúdos exclusivos relacionados à produção, além de informações mais detalhadas sobre o filme.

Disney+: interface é a mesma dos outros países (Disney/Reprodução)

Bem como outras plataformas, como a Netflix e o Amazon Prime Video, o Disney+ terá a função de "indicados" e um espaço separado para os conteúdos exclusivos do streaming.

O serviço permitirá que quatro pessoas assistam aos conteúdos simultaneamente e a criação de até sete perfis, com avatares personalizados. A empresa afirmou que alguns deles são "exclusivos para a América Latina". Existirá também a possibilidade de definir um dos perfis como infantil e restringir acesso a determinados conteúdos.

-(EXAME Academy/Exame)

Para quem gosta de assistir séries e filmes com amigos à distância, o Disney+ terá uma sala de conversas na qual os usuários poderão enviar emojis que representam as emoções em relação aos conteúdos.

Conteúdo, conteúdo e conteúdo

Para Juliana Oliveira, diretora de estratégia e desenvolvimento de negócios da Disney, a expectativa é que " o Brasil seja o maior mercado do streaming na América Latina ". "O brasileiro é muito digital e aqui temos um mercado muito competitivo, justamente por ele ser extremamente digitalizado e acreditamos que temos um grande potencial", afirma.

Sobre conteúdos originais brasileiros, Oliveira afirmou que "alguns já estão sendo estudados" e que a Disney "já está trabalhando nessa estratégia para diversas faixas etárias". "O que podemos dizer é que vamos investir bastante em desenvolvimento de conteúdo local. Teremos artistas locais, produtores locais, e em breve mais informações serão divulgadas", garante. "Além disso, em toda a parte de conteúdo, sempre contamos com o que temos pré-produzido e que tem muito apelo para a nossa comunidade de fãs brasileiros", diz.

The Mandalorian: série será lançada simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos (Disney/Divulgação)

Outra estratégia que deve ser mantida é a do lançamento simultâneo em diversos países --- a depender da produção, sem dar certeza. "Para os grandes títulos, como The Mandalorian, acreditamos muito no lançamento simultâneo", explica. "Ao ser lançada no dia 17, já vamos ter toda a primeira temporada para que os usuários possam maratonar, e também o quarto episódio da segunda, uma vez que os três primeiros já estão disponíveis nos Estados Unidos. Mas não sabemos se 100% dos lançamentos serão simultâneos, será uma análise caso a caso", diz.

Em outubro, a Disney retirou todos os seus conteúdos dos streamings concorrentes, usando a exclusividade como um trunfo na guerra do streaming. Emum documento enviado à EXAME , a empresa afirmou que o Disney+ terá exclusividade total das produções da companhia e " não haverá nenhum conteúdo da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic em qualquer outra plataforma". Desde o dia 30 de setembro, as produções foram retiradas da Netflix, do Amazon Prime Video e de outras plataformas que licenciavam os conteúdos.

Junto e misturado

A chegada do Disney+ no Brasil não foi feita de forma individual. Isso porque, para conseguir alcançar uma gama maior de assinantes, a empresa investiu pesado em parcerias com grandes empresas por aqui.

Uma delas é a junção doDisney+e daGloboplay. Com a parceria, já é possível fazer opré-cadastrode ambas as plataformas e "estar entre os primeiros a contratar o novo combo".

O movimento acontece em um momento importante para o mercado do streaming. Com cada vez mais empresas entrando na onda, e outras falindo, como foi o caso da Quibi , é fato que o setor está mais do que aquecido — e o combo pode ser um golpe na Netflix, empresa que tem mais assinantes no mundo todo, com 195 milhões.

Apesar de a Netflix ser líder global do mercado de streaming, no Brasil quem lidera é o Globoplay em número de usuários. A pesquisa da FGV à qual a EXAME teve acesso com exclusividade aponta que o serviço da Rede Globo tem 20 milhões de assinantes — número que, segundo a emissora, inclui assinantes pagantes e usuários cadastrados que acessam o Globoplay de graça –, enquanto a Netflix tem 17 milhões.

Outras parcerias feitas pela Disney incluem o Bradesco, o Mercado Livre, e a Vivo. Tudo é bem parecido com a ideia adotada junto ao Globoplay. Para se cadastrar no Disney+ pelo Bradesco, é preciso ser correntista no banco e ter determinados cartões.

Já no Mercado Livre, a assinatura é baseada nos níveis de compras realizados na plataforma --- quando mais o usuário compra, maior a gama de benefícios oferecidos a ele. Quem está no nível um, por exemplo, ganha um mês grátis na assinatura do Disney+, quem está no nível quatro, quatro meses --- e assim sucessivamente.

Com a Vivo, é possível assinar um pacote "Vivo fibra com Disney+", "Vivo Selfie com Disney+", ou somente o serviço de streaming.

Oliveira acredita que as parcerias são "um processo muito rico para a construção da marca no Brasil". "Nós realmente acreditamos muito no sucesso dessas parcerias. Por isso temos quatro grandes parceiros em segmentos distintos. E isso é muito interessante porque poderemos ter uma ideia melhor de quais conteúdos são mais consumidos em parceiros diferentes. O que a gente quer é assegurar que o cliente tenha a opção de escolher qual é a forma que mais lhe convém para fazer a assinatura. Seja direto, no nosso próprio site, ou com os nossos parceiros", explica.

Isso Os Simpsons não previram

Para os fãs da família Simpson, uma má notícia: nem todas as temporadas da série estarão disponíveis na plataforma da Disney.

Os Simpsons: nem tudo estará no Disney+ (Simpsons/Reprodução)

Isso, segundo Oliveira, faz parte de uma estratégia que ainda não pode ser divulgada --- mas tudo indica para ainda outro serviço de streaming. "Nem todas as temporadas estarão disponíveis, somente alguns episódios e curtas. Essa foi uma decisão estratégica da companhia", diz. "Acreditamos que Os Simpsons tem uma semelhança muito maior com uma plataforma que será lançada futuramente."

Streaming para que te quero

Não é de estranhar que globalmente a audiência das plataformas de strea­­­ming de vídeos tenha crescido 20% de 9 e 23 de março, de acordo com a Conviva, consultoria americana especializada no mercado de vídeos. Para 2020, a estimativa é que a pandemia acelere o crescimento da base de novos assinantes de serviços de streaming no mundo.

A consultoria Strategy Analytics prevê um total de 949 milhões de assinantes até o fim do ano, 5% mais do que a estimativa calculada antes do novo coronavírus. Em 2019, eram 805 milhões. Com isso o faturamento do mercado, que alcançou 24 bilhões de dólares no ano passado, também tende a acelerar.

A previsão da consultoria de dados alemã Statista é de que 2020 representará um pico no crescimento do setor, de 15,9% — porcentagem que cairá nos próximos anos, atingindo 8,6% em 2025.

E agora... os preços

O pacote anual Disney+, na pré-venda, custa 237,90 reais (19,82 reais por mês). Mais barato que a assinatura com menos benefícios da Netflix, que custa 21,90 reais por mês (262,80 reais por ano). Não foi informado ainda se o valor deve aumentar ao longo do tempo, mas talvez sim, como é uma prática comum de outras plataformas de streaming.

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