Veja como será o iPhone 5, da Apple
A Apple deve anunciar o iPhone 5 em algum momento entre junho e setembro. Mas já podemos ter uma ideia das novidades que ele trará
Maurício Grego
Publicado em 10 de setembro de 2011 às 10h39.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h35.
São Paulo — Tradicionalmente, a Apple apresenta uma nova geração do iPhone todos os anos, durante sua conferência para desenvolvedores que acontece em junho, na Califórnia. Mas, neste ano, há dúvidas sobre a data do lançamento. O motivo é o terremoto no Japão, que teria prejudicado o fornecimento de alguns componentes fabricados naquele país. De qualquer modo, mesmo que o novo iPhone atrase, o lançamento, ao menos nos Estados Unidos, não deve passar de outubro, para que a Apple possa aproveitar as vendas de fim de ano. Ainda não se sabe, com certeza, como será o novo celular. Mas há informações sobre ele, supostamente obtidas de fabricantes de componentes e outros parceiros da Apple, circulando na internet. Veja, nas próximas páginas, algumas das novidades que deverão estar no iPhone 5.
É possível que o iPhone 5 tenha as laterais retas, com o iPhone 4; ou que elas sejam chanfradas, como no iPad 2. Qualquer que seja o formato, o smartphone deve ficar mais fino. Além disso, é praticamente certo que o vidro traseiro será substituído por uma carcaça metálica. E é muito provável que a Apple ofereça duas opções de cores para a parte plástica do smartphone – branco e preto –, como acontece com o iPad 2. Fora isso, há um rumor persistente, mas muito provavelmente falso, de que o iPhone 5 não teria o botão Home. Tecnicamente, esse botão é desnecessário. Poderia ser substituído por algum gesto na tela sensível ao toque. Mas o botão torna o uso do iPhone (e do iPad) mais intuitivo para quem não está habituado com o aparelho. Assim, é provável que a Apple o mantenha. E, se alguém ainda sonha com um iPhone com teclado físico, é melhor comprar outro smartphone. A probabilidade de a Apple oferecer essa opção é praticamente zero. A ilustração ao lado, do site chinês Taobao, mostra o que parece ser um falso iPhone.
É quase certo que o iPhone 5 tenha tela de 4 polegadas, em vez das 3,5 polegadas da geração atual. Essa informação foi divulgada por vários noticiários asiáticos, como o China Times. Supostamente, ela vazou de fabricantes de componentes. Já a resolução da tela deve continuar a mesma. Há dois motivos para isso. Primeiro, a resolução da tela Retina do iPhone 4 já uma das mais altas entre os smartphones. Não haveria melhora significativa das imagens se ela fosse aumentada. O outro motivo é que uma mudança de resolução poderia trazer incompatibilidade com os aplicativos existentes. Assim, há 90% de chances de a resolução continuar sendo de 960 por 640 pixels, como no iPhone 4. Na imagem ao lado, uma ilustração de como poderá ser o iPhone 5 na visão do site francês Nowhere Else.
A câmera principal do iPhone 5 deverá ser de 8 megapixels, em vez dos 5 megapixels do iPhone atual. O CEO da Sony, Howard Stringer, deixou escapar essa informação durante uma entrevista. Ele disse que a Sony fornecerá os sensores de imagem para o iPhone 5. Há uma chance razoável de que essa câmera seja capaz de fazer filmagens em resolução full HD (1080p). Há, ainda, uns 60% de probabilidade de a Apple incluir alguma forma de conexão HDMI no iPhone. Essa conexão já existe em vários smartphones de outros fabricantes. Ela permite usar um cabo para ligar o celular a um televisor, de modo que vídeos e fotos sejam exibidos na tela grande. O iPad 2 requer um adaptador (vendido separadamente) para que essa ligação seja feita (foto ao lado). Pode acontecer o mesmo com o iPhone 5. Já as chances de o iPhone 5 ter um receptor de TV embutido são quase nulas.
A possibilidade de a Apple adotar tecnologias de imagem 3D no iPhone 5 – como acontece no smartphone Optimus 3D (foto ao lado) da LG – vem sendo debatida desde que se descobriu que a empresa da maçã registrou duas patentes relacionadas com isso. A primeira patente descreve uma tela que permite a visualização de imagens tridimensionais sem o uso de óculos especiais. A segunda é sobre uma pequena câmera para captação de imagens estereoscópicas. Mas não há indícios de que a Apple vá realmente implantar essas tecnologias no iPhone 5. As declarações de Howard Stringer, o CEO da Sony, dão a entender que o smartphone da Apple terá uma câmera convencional de 8 megapixels. A tela 3D até poderia aparecer no smartphone sem uma câmera com essa capacidade, como acontece no videogame Nintendo 3DS, mas seus benefícios seriam bastante limitados. Assim, é mais provável que a Apple continue desenvolvendo essas tecnologias para, talvez, usá-las em algum produto futuro.
Há uns 70% de chances de que o iPhone 5 traga um transceptor de NFC (Near Field Communications), uma conexão por rádio de baixa potência que deverá ser usada principalmente para pagamentos eletrônicos. Ao pagar uma compra numa loja ou a conta do restaurante, por exemplo, bastará aproximar o iPhone do terminal de pagamento para realizar a transação. Esse recurso está presente em vários dos smartphones com o sistema Android, do Google, anunciados neste ano. O Google já tem acordos com empresas como Citigroup e Mastercard para pôr esse sistema em funcionamento, mas é provável que isso só aconteça, na prática, em 2012. Para a Apple, o NFC é uma chance de usar, para outros tipos de pagamento, a estrutura que ela já usa para fazer as cobranças na loja iTunes. Além dos pagamentos, o NFC tem outras utilidades. Deve permitir, por exemplo, o uso do celular no lugar do cartão de embarque em aeroportos ou do bilhete em ônibus e trens.
O iPhone 5 deve ser vendido já com o uma nova versão do sistema operacional, o iOS 5. Ele deve trazer, entre outras novidades, aperfeiçoamentos no recurso de comando por voz. O iOS 5 deve ser anunciado no início de junho, antes do iPhone 5. Isso é necessário para que os desenvolvedores de aplicativos tenham tempo para criar programas que aproveitem os novos recursos do sistema. A Apple também parece estar ampliando sua estrutura de computação em nuvem. A empresa adquiriu, recentemente, uma enorme quantidade de equipamentos para armazenamento de dados da EMC. Isso pode indicar que a empresa prepara uma nova versão dos seus serviços online Mobile Me, com novos recursos. Outra possibilidade é a empresa estar desenvolvendo uma versão do player iTunes baseada na nuvem.
O processador Apple A5, com dois núcleos, já fez sua estreia no iPad 2 (foto ao lado). É provável que seja usado também no iPhone 5. O poder de processamento maior vai viabilizar coisas como a filmagem em alta resolução, que exige bastante do processador. Também deve possibilitar a criação de jogos mais elaborados para o iPhone, além, é claro, de evitar que o aparelho fique lento quando o usuário inicia várias tarefas ao mesmo tempo. O iPhone 4 está disponível com 16 e com 32 GB de memória. É provável que essas duas opções sejam mantidas ano iPhone 5, mas pode aparecer, também, um modelo de 64 GB. O tempo de uso por carga da bateria deve ser igual ou um pouco menor que o do iPhone 4. O processador com dois núcleos vai consumir mais energia; e a Apple, para manter o iPhone leve e fino, não deve instalar uma bateria maior nele.
Como o iPhone 4, o novo modelo deverá estar disponível em versões GSM e CDMA. Este último padrão não é mais usado no Brasil, mas ainda é forte nos Estados Unidos e na Ásia. É até possível (mas não muito provável) que a Apple opte por produzir um modelo compatível com as duas redes, em vez de modelos específicos para cada uma delas. Há uma chance razoável (50%, digamos) de a Apple oferecer algum modelo do iPhone 5 compatível com redes celulares 4G LTE. Já há alguns aparelhos baseados no sistema Android com essa característica. Por enquanto, ela é inútil para os brasileiros, já que não há redes 4G no país. Para a Apple, seria sobretudo uma maneira de conservar sua imagem de fabricante de produtos avançados. Por outro lado, se alguém estiver sonhando com um iPhone com lugar para dois chips de operadoras, pode esquecer. Ele não virá.