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Varejo ajuda Intel a ampliar liderança no Brasil

Participação no mercado nacional de processadores para PCs, que era de 60% há dois anos, subiu para 81%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.

A explosão das vendas de computadores no Brasil não beneficiou apenas os pequenos fabricantes nacionais. A gigante Intel, líder mundial no fornecimento de processadores, soube aproveitar o novo momento e ampliou significativamente sua liderança. Segundo a consultoria IDC, a empresa atingiu 81% de participação no mercado brasileiro no terceiro trimestre do ano. Em 2004, os chips da Intel estavam em apenas seis de cada dez PCs vendidos no país - era uma das posições menos confortáveis da companhia em todo o mundo.

O segredo dessa reviravolta foi a velocidade com que a Intel abraçou as vendas de computadores pessoais no varejo. Este era um canal de comercialização quase insignificante no Brasil até meados de 2005. Desde então, fatores como incentivos fiscais do governo federal, queda do dólar e combate ao contrabando mudaram radicalmente o quadro. O varejo converteu-se no principal motor do crescimento da indústria de PCs no país. E foi exatamente aí que a Intel nadou de braçada: um levantamento interno da gigante situa sua presença no varejo nacional em patamares acima de 90%. Sua principal concorrente, a AMD, diz que esse número é exagerado, mas reconhece que a rival conquistou uma folgada dianteira nas vendas em lojas e magazines.

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Para o diretor de marketing da Intel, Elber Mazaro, o crescimento no Brasil se deve a um plano de ações coordenadas. De um lado, a empresa investiu em propaganda voltada ao consumidor final, por meio da milionária campanha "Eu mereço Intel". De outro, adotou uma agressiva estratégia de aproximação a 7 000 montadores e fabricantes de PCs em todo o país - desde pequenos pontos de venda em locais como a rua Santa Ifigênia, em São Paulo, até companhias que fabricam centenas de milhares de unidades por ano. "Ao mesmo tempo em que alimentamos a demanda na ponta com campanhas publicitárias, garantimos boas condições aos fabricantes para que os PCs com nossos processadores chegassem a todos os pontos de venda com os melhores preço", diz.

Já a AMD credita o avanço da concorrente a fatores menos nobres. "Sabemos que a Intel ganhou espaço nas prateleiras do varejo. Mas sua estratégia foi oportunista, baseada em trazer para o Brasil produtos que não estavam mais sendo consumidos no resto do mundo e assim aproveitar a demanda por máquinas baratas que existe aqui", diz José Antonio Scudiero, diretor geral da AMD para a América do Sul. "A pergunta que faço é se essa estratégia é sustentável." Scudiero afirma que, enquanto isso, a AMD focou-se em ganhar espaço no mercado de clientes empresariais e em máquinas mais sofisticadas, que oferecem margens melhores.

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