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Vacina testada em macacos permite proteção duradoura contra Ebola

Para os autores da pesquisa, trata-se da primeira demonstração de uma proteção duradoura por uma vacina contra o vírus 'Ebola Zaire', cepa da atual epidemia

Vacina (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 08h08.

Uma injeção de uma vacina experimental, acompanhada de uma segunda de reforço "a posteriori", permite uma proteção "rápida e duradoura" contra o vírus Ebola nos macacos, revela um estudo publicado neste domingo.

Baseada em um vírus de resfriado que afeta chimpanzés e ministrada em macacos de laboratório, a aplicação dessa vacina deu a esses animais "uma proteção completa em curto prazo e parcial em longo prazo" contra o Ebola - afirmam os autores dessa investigação publicada na revista "Nature Medicine".

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Os animais que receberam o reforço da vacina, dentro de um novo esquema de vacinação ainda em estudo, desenvolveram uma imunidade "duradoura". Para os autores da pesquisa, trata-se da primeira demonstração de uma proteção duradoura por uma vacina contra o vírus "Ebola Zaire", cepa da atual epidemia, que já deixou mais de 2.000 mortos na África Ocidental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Se for aprovada, "essa vacina beneficiará a população" durante as epidemias, garantem os pesquisadores. Em 28 de agosto, o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID/NIH, na sigla em inglês) anunciou que a pesquisa em humanos das vacinas contra o Ebola começaria em setembro.

A equipe de Nancy Sullivan, do centro de pesquisa do NIAID, desenvolveu uma vacina baseada em um adenovírus (vírus do resfriado) de chimpanzé batizado de "ChAd3". Ele funciona como vetor para enviar fragmentos de material genético do vírus Ebola para as células do indivíduo vacinado.

Esses fragmentos de material genético não são infecciosos, mas ajudam o organismo a reconhecer o vírus para se defender. Os pesquisadores testaram diferentes doses de ChAd3. Depois, injetaram nos macacos uma dose de vírus Ebola, que poderia ser letal se não tivessem sido previamente imunizados.

Com uma única injeção da vacina experimental, quatro macacos continuavam imunizados cinco semanas mais tarde, mas o efeito protetor diminuía com o tempo. Apenas dois animais continuavam protegidos dez meses depois. Os quatro macacos que receberam a injeção de reforço oito semanas após a primeira continuavam completamente protegidos contra a infecção dez meses depois - segundo os pesquisadores.

Os testes em humanos são a primeira etapa ("fase 1") do processo de validação da vacina, dividido em três. Esses testes serão realizados em indivíduos saudáveis (não infectados) para verificar se toleram bem a vacina e se ela consegue oferecer uma boa resposta imunológica.

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