Traição e brigas marcaram a criação do Twitter, revela livro
Jack Dorsey, fundador do Twitter, traiu seu sócio Noah Glass e depois foi posto para fora por Evan Williams, outro sócio, relata Nick Bilton, do New York Times
Maurício Grego
Publicado em 11 de outubro de 2013 às 17h02.
São Paulo -- Um novo livro do jornalista Nick Bilton, do New York Times, traz revelações inéditas sobre os primórdios do Twitter . Bilton conta, por exemplo, que Jack Dorsey, fundador do Twitter, traiu seu sócio Noah Glass e depois foi posto para fora por Evan Williams, outro sócio.
O livro, chamado “Hatching Twitter: A True Story of Money, Power, Friendship, and Betrayal” (“Criando o Twitter: uma história real de dinheiro, poder, amizade e traição”, em tradução livre) começa a ser vendido nos Estados Unidos em 5 de novembro.
Um resumo do livro foi publicado pela New York Times Magazine. Bilton traça a trajetória do Twitter desde seu início em 2006. A empresa foi fundada por quatro empreendedores: Jack Dorsey, Noah Glass, Evan Williams e Biz Stone.
Glass, que Bilton descreve como um nerd tímido mas energético, já havia fundado antes a Odeo, startup que estava em sérias dificuldades na época. Dorsey trabalhava nela. Willians tinha criado o Blogger e ficado milionário com a venda do site para o Google . Foi ele quem financiou o Twitter em seu primeiro ano.
Dorsey requisita para si a ideia original do Twitter. Ele conta que estava reunido com os colegas numa praça em São Francisco, na Califórnia, comendo burritos. Sentou-se no escorregador de um parquinho infantil e começou a descrever o projeto.
Mas Bilton diz que essa é só a história oficial; não a verdadeira. Segundo ele, a ideia não foi só de Dorsey e nem nasceu num parquinho infantil.
Noah Glass teve papel fundamental na fundação da rede social . Mas, depois, foi afastado da empresa por Dorsey, que também o apagou da história da empresa num gesto de estalinismo corporativo.
O retrato de Dorsey feito por Bilton é inclemente. Ele diz que, durante anos, Dorsey se dividiu entre o empreendedorismo e sua atividade paralela como estilista de moda. Em 2006, chegou a dizer a Glass que largaria a área de tecnologia para se dedicar à moda.
Quando se tornou CEO do Twitter, Dorsey foi, muitas vezes, mais um estorvo que um líder. Pessoas que trabalharam com ele dizem que ele não tinha planos consistentes para a empresa. O Twitter falhava o tempo todo, exibindo aos usuários a famosa baleia apelidada “fail whale”. E ele parecia incapaz de apresentar soluções.
Além disso, era comum Dorsey sair da empresa e momentos críticos para ir a aulas de desenho, ioga ou moda. Em 2008, Williams deu um ultimato a ele: “Você pode ser um estilista ou o CEO do Twitter. Mas não pode ser as duas coisas”, disse.
Williams acabou forçando a saída de Dorsey da empresa. Ao sair, o fundador levou ações, 200 mil dólares em dinheiro e a promessa de que ninguém saberia que fora demitido.
Dorsey ainda considerou ir para o principal rival do Twitter, o Facebook . A possibilidade foi negociada com Mark Zuckerberg. Na verdade, diz Bilton, Zuckerberg queria comprar o Twitter. Microsoft e Google também tentaram comprar a empresa, que permaneceu independente.
Dorsey, diz Bilton, passou a construir um mito em torno de si. Reivindicava todo o crédito pela fundação da empresa. Ele nunca mencionava que o nome Twitter (originalmente “twttr”), por exemplo, fora ideia de Glass.
Dorsey acabou voltando à empresa em 2011 como chairman executivo. Bilton diz que ele deve ganhar 500 milhões de dólares com o IPO, marcado para 15 de novembro. Já Noah Glass não receberá um único centavo.
São Paulo -- Um novo livro do jornalista Nick Bilton, do New York Times, traz revelações inéditas sobre os primórdios do Twitter . Bilton conta, por exemplo, que Jack Dorsey, fundador do Twitter, traiu seu sócio Noah Glass e depois foi posto para fora por Evan Williams, outro sócio.
O livro, chamado “Hatching Twitter: A True Story of Money, Power, Friendship, and Betrayal” (“Criando o Twitter: uma história real de dinheiro, poder, amizade e traição”, em tradução livre) começa a ser vendido nos Estados Unidos em 5 de novembro.
Um resumo do livro foi publicado pela New York Times Magazine. Bilton traça a trajetória do Twitter desde seu início em 2006. A empresa foi fundada por quatro empreendedores: Jack Dorsey, Noah Glass, Evan Williams e Biz Stone.
Glass, que Bilton descreve como um nerd tímido mas energético, já havia fundado antes a Odeo, startup que estava em sérias dificuldades na época. Dorsey trabalhava nela. Willians tinha criado o Blogger e ficado milionário com a venda do site para o Google . Foi ele quem financiou o Twitter em seu primeiro ano.
Dorsey requisita para si a ideia original do Twitter. Ele conta que estava reunido com os colegas numa praça em São Francisco, na Califórnia, comendo burritos. Sentou-se no escorregador de um parquinho infantil e começou a descrever o projeto.
Mas Bilton diz que essa é só a história oficial; não a verdadeira. Segundo ele, a ideia não foi só de Dorsey e nem nasceu num parquinho infantil.
Noah Glass teve papel fundamental na fundação da rede social . Mas, depois, foi afastado da empresa por Dorsey, que também o apagou da história da empresa num gesto de estalinismo corporativo.
O retrato de Dorsey feito por Bilton é inclemente. Ele diz que, durante anos, Dorsey se dividiu entre o empreendedorismo e sua atividade paralela como estilista de moda. Em 2006, chegou a dizer a Glass que largaria a área de tecnologia para se dedicar à moda.
Quando se tornou CEO do Twitter, Dorsey foi, muitas vezes, mais um estorvo que um líder. Pessoas que trabalharam com ele dizem que ele não tinha planos consistentes para a empresa. O Twitter falhava o tempo todo, exibindo aos usuários a famosa baleia apelidada “fail whale”. E ele parecia incapaz de apresentar soluções.
Além disso, era comum Dorsey sair da empresa e momentos críticos para ir a aulas de desenho, ioga ou moda. Em 2008, Williams deu um ultimato a ele: “Você pode ser um estilista ou o CEO do Twitter. Mas não pode ser as duas coisas”, disse.
Williams acabou forçando a saída de Dorsey da empresa. Ao sair, o fundador levou ações, 200 mil dólares em dinheiro e a promessa de que ninguém saberia que fora demitido.
Dorsey ainda considerou ir para o principal rival do Twitter, o Facebook . A possibilidade foi negociada com Mark Zuckerberg. Na verdade, diz Bilton, Zuckerberg queria comprar o Twitter. Microsoft e Google também tentaram comprar a empresa, que permaneceu independente.
Dorsey, diz Bilton, passou a construir um mito em torno de si. Reivindicava todo o crédito pela fundação da empresa. Ele nunca mencionava que o nome Twitter (originalmente “twttr”), por exemplo, fora ideia de Glass.
Dorsey acabou voltando à empresa em 2011 como chairman executivo. Bilton diz que ele deve ganhar 500 milhões de dólares com o IPO, marcado para 15 de novembro. Já Noah Glass não receberá um único centavo.