Tecnologia

TikTok começa a hospedar na Irlanda dados de seus usuários europeus

Reguladores de vários países temem que os dados se tornem acessíveis aos funcionários das empresas nos escritórios na China

TikTok: plataforma chinesa quer obter vantagem em relação às suas concorrentes  (Agence France-Presse/Getty Images)

TikTok: plataforma chinesa quer obter vantagem em relação às suas concorrentes (Agence France-Presse/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 16h32.

A rede social TikTok anunciou, nesta terça-feira, 5, que começou a hospedar os dados dos seus usuários europeus na Irlanda, em uma tentativa de acalmar os receios das autoridades que desconfiam desta empresa de capital chinês.

Os reguladores de vários países temem que os dados sejam acessíveis aos funcionários das empresas nos escritórios na China ou entregues a entidades governamentais em Pequim.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

A plataforma, propriedade da empresa chinesa ByteDance, negou repetidamente que tenha um vínculo com o governo de Pequim, e garante que os dados dos seus usuários são armazenados de forma segura em Singapura e nos Estados Unidos.

O TikTok traçou um primeiro plano para hospedar localmente os dados dos usuários europeus em 2020 e publicou detalhes do projeto nas suas páginas na Internet, antes de confirmar a efetiva abertura de um destes centros.

"O nosso primeiro centro de dados em Dublin, na Irlanda, já está operacional e a migração dos dados dos usuários europeus para este centro já começou", disse a rede social em comunicado.

Além disso, a empresa informou que há dois centros adicionais em construção na Noruega e na Irlanda.

Essa transferência se prolongará até o final de 2024, disse a empresa, que se associou a uma companhia britânica de cibersegurança para garantir a proteção de dados, a NCC Group.

As medidas, que seguem as instruções impostas a esta rede social nos Estados Unidos, destinam-se a impedir que os funcionários da ByteDance, com sede na China, tenham acesso aos "dados protegidos" de usuários europeus, explicaram os executivos do TikTok em coletiva de imprensa por telefone.

Entre os dados protegidos há informações como a identidade jurídica dos usuários, seus endereços de e-mail, seus números de telefone e os endereços IP dos dispositivos usados para acessar a rede social.

Proibições em vários países

A empresa enfrenta restrições crescentes nos Estados Unidos e na Europa devido a temores de segurança. Vários governos e instituições proibiram o uso deste aplicativo de entretenimento nos telefones de trabalho dos seus funcionários.

O TikTok ganhou muita popularidade durante o confinamento da pandemia, especialmente entre o público jovem, e tem atualmente mais de um bilhão de usuários em todo o mundo e mais de 125 milhões na Europa.

Mas as questões começaram quando a ByteDance admitiu, em dezembro de 2022, que os seus funcionários tinham acessado os dados de dois jornalistas americanos durante uma acusação interna sobre vazamentos de informação corporativa.

As grandes empresas tecnológicas têm dificuldades com as regras da União Europeia, que restringem a transferência de informações pessoais dos usuários, por exemplo para os Estados Unidos, no caso dos gigantes do Vale do Silício.

A UE negociou em diversas ocasiões acordos de troca de dados com os Estados Unidos, mas estes foram bloqueados pelo Tribunal de Justiça do bloco.

Os magistrados do tribunal da UE apoiaram ativistas que afirmam que as empresas americanas são forçadas a entregar dados às agências de segurança nacional de Washington, o que viola os direitos à proteção de dados dos residentes do bloco.

Acompanhe tudo sobre:TikTok

Mais de Tecnologia

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições

Qualcomm vence disputa judicial contra Arm e poderá usar licenciamentos da Nuvia

China constrói 1.200 fábricas inteligentes avançadas e instala mais de 4 milhões de estações base 5G

Lilium, de aviões elétricos, encerra operações após falência e demissão de 1.000 funcionários