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Terão Apple e Microsoft o mesmo destino?

A Microsoft entrou em curva descendente depois da saída do fundador. Há temores de que a mesma coisa aconteça com a Apple

Depois da saída de Bill Gates, a Microsoft tropeçou com o Windows Vista e perdeu mercado na área de dispositivos móveis (Sean Gallup / Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2011 às 11h04.

São Paulo – Na semana passada, quando Steve Jobs repassou o cargo de CEO da Apple a Tim Cook, os acionistas da empresa ficaram preocupados. Não à toa. A empresa, a de maior valor de mercado do mundo, podia se desvalorizar. E foi o que aconteceu, com as ações caindo algo em torno de 3%.

E os acionistas devem temer mesmo a saída de Jobs. A história do setor de tecnologia mostra que quando um CEO importante vai embora, a empresa entra em parafuso. E a melhor história para exemplificar isso é a da Microsoft, que perdeu mercado e até o rumo (segundo alguns analistas) após a despedida do seu criador Bill Gates, em 1999 – que resolveu ir cuidar das ações sociais de sua fundação, a Bill Gates Foundation.

Na época da saída, o valor de mercado da Microsoft era estimado em 600 bilhões de dólares, o que a deixava como a mais valiosa do mundo. Porém, durante a gestão de Steve Ballmer, atual CEO da empresa, a Microsoft acumulou fracassos com seu sistema operacional, com o Vista; viu seu navegador, o Internet Explorer, perder participação de mercado para os concorrentes Firefox e Chrome; além de não emplacar no setor de dispositivos móveis – o Windows Phone ainda é uma promessa.

Depois de tanto revés, a Microsoft está avaliada em cerca de 216 bilhões (64% a menos do que no apogeu da era Gates). O que explica essa queda? Basicamente, o toque de Midas de seus fundadores. Apesar de algumas ações contentáveis, como a falta de transparência de Gates e algumas parcerias contestáveis de Jobs (como a Foxconn, por exemplo), ambos aniquilaram seus concorrentes. Aí fica uma dúvida: será quem Tim Cook, o novo CEO da Apple, terá a mesma intuição de seu antecessor? Na Microsoft, Ballmer não conseguiu isso.

A Apple investe menos

Outro ponto a ser observado na Maçã é que ela investe menos em pesquisa do que as concorrentes. Enquanto Microsoft e Sony destinaram 13,9 bilhões e 5,9 bilhões de dólares em busca de inovação, respectivamente, durante o ano de 2010, a Apple investiu apenas 2,7 bilhões de dólares – o que só reforça a genialidade de Jobs. O investimento em pesquisa nem sempre assegura resultados certos e pode gerar perdas significativas.

Entretanto, pelo menos em curto prazo, a Apple deve continuar a ser a empresa de tecnologia mais prestigiada do mundo. Para o analista de mercado para dispositivos de consumo da IDC Brasil, Bruno Freitas, a inovação é algo que já foi incorporado ao DNA da empresa. “Há algum tempo a inovação deixou de ser uma característica exclusiva dele para se espalhar por todo o time e cultura da empresa”, explica ele, apontando setores como design, desenvolvimento de interface, software e serviços online como diferenciais. Se ele está certo, só tempo irá dizer.

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São Paulo – Na semana passada, quando Steve Jobs repassou o cargo de CEO da Apple a Tim Cook, os acionistas da empresa ficaram preocupados. Não à toa. A empresa, a de maior valor de mercado do mundo, podia se desvalorizar. E foi o que aconteceu, com as ações caindo algo em torno de 3%.

E os acionistas devem temer mesmo a saída de Jobs. A história do setor de tecnologia mostra que quando um CEO importante vai embora, a empresa entra em parafuso. E a melhor história para exemplificar isso é a da Microsoft, que perdeu mercado e até o rumo (segundo alguns analistas) após a despedida do seu criador Bill Gates, em 1999 – que resolveu ir cuidar das ações sociais de sua fundação, a Bill Gates Foundation.

Na época da saída, o valor de mercado da Microsoft era estimado em 600 bilhões de dólares, o que a deixava como a mais valiosa do mundo. Porém, durante a gestão de Steve Ballmer, atual CEO da empresa, a Microsoft acumulou fracassos com seu sistema operacional, com o Vista; viu seu navegador, o Internet Explorer, perder participação de mercado para os concorrentes Firefox e Chrome; além de não emplacar no setor de dispositivos móveis – o Windows Phone ainda é uma promessa.

Depois de tanto revés, a Microsoft está avaliada em cerca de 216 bilhões (64% a menos do que no apogeu da era Gates). O que explica essa queda? Basicamente, o toque de Midas de seus fundadores. Apesar de algumas ações contentáveis, como a falta de transparência de Gates e algumas parcerias contestáveis de Jobs (como a Foxconn, por exemplo), ambos aniquilaram seus concorrentes. Aí fica uma dúvida: será quem Tim Cook, o novo CEO da Apple, terá a mesma intuição de seu antecessor? Na Microsoft, Ballmer não conseguiu isso.

A Apple investe menos

Outro ponto a ser observado na Maçã é que ela investe menos em pesquisa do que as concorrentes. Enquanto Microsoft e Sony destinaram 13,9 bilhões e 5,9 bilhões de dólares em busca de inovação, respectivamente, durante o ano de 2010, a Apple investiu apenas 2,7 bilhões de dólares – o que só reforça a genialidade de Jobs. O investimento em pesquisa nem sempre assegura resultados certos e pode gerar perdas significativas.

Entretanto, pelo menos em curto prazo, a Apple deve continuar a ser a empresa de tecnologia mais prestigiada do mundo. Para o analista de mercado para dispositivos de consumo da IDC Brasil, Bruno Freitas, a inovação é algo que já foi incorporado ao DNA da empresa. “Há algum tempo a inovação deixou de ser uma característica exclusiva dele para se espalhar por todo o time e cultura da empresa”, explica ele, apontando setores como design, desenvolvimento de interface, software e serviços online como diferenciais. Se ele está certo, só tempo irá dizer.

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