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Teleclones celulares

Nunca foi tão fácil clonar um telefone celular. Veja o que fazer para tentar se livrar dos golpistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h43.

Se você pensa que a clonagem é um problema exclusivo da linhagem de cientistas que criou a ovelha Dolly, ou da novela das oito, está muito enganado. Se você possui um telefone celular de qualquer marca, modelo ou tecnologia, pré-pago ou não, já está na lista das possíveis vítimas de um golpe que vem crescendo assustadoramente: a cópia do número do celular.

A clonagem nada mais é que a reprodução pirata do número de série eletrônico de um aparelho em uso, devidamente registrado na operadora de telefonia móvel. Cada telefone celular possui um único número de registro, denominado ESN (Electronic Serial Number), e a partir de sua cópia passam a existir dois telefones com a mesma identificação. Ou seja, isso significa que duas pessoas diferentes estarão usando a mesma linha, em aparelhos diferentes, mas uma delas não pagará um centavo sequer pelas ligações realizadas.

Nem conseguirá ser identificada tão facilmente. A clonagem pode ser feita com um scanner de freqüência ou um receptor de rádio de alta freqüência. Ambos captam o sinal do telefone "vítima" e permitem a identificação do número da linha e do ESN do aparelho. Essas ferramentas são acopladas a um outro celular, desativado, que passa a enviar para a operadora os mesmos códigos hexadecimais do aparelho original. Outra forma de clonar a linha móvel é pelo próprio telefone do usuário. Diversos sites na internet ensinam como programar um aparelho com o intuito de reproduzir um ESN de forma que até um Edmundo, o Animal, é capaz de fazer em três ou quatro passos. De acordo com um especialista em telecomunicações que não quis ser identificado, a grande maioria das clonagens acontece quando os telefones celulares digitais entram em modo analógico, no qual os sinais de transmissão são mais fortes e mais fáceis de captar.

"Todos os modelos de celulares disponíveis no mercado operam em sistema digital ou analógico. Se você possuir um telefone que opere no sistema CDMA e se deslocar para uma região não atendida por essa tecnologia, seu telefone automaticamente operará em sistema analógico. Se, por sua vez, um TDMA entrar na área CDMA, vai acontecer a mesma coisa", diz ele. A passagem de digital para analógico acontece sobretudo em aeroportos, onde o sinal digital pode interferir nos comandos da torre de controle. Em ambiente digital, segundo Humberto Aicard, da EverSystems, seriam necessários equipamentos ultra-sofisticados e muito caros para interceptar as informações, o que inibe a cópia.

De mãos atadas
Vários dos telefones clonados vão parar nos presídios. O hardware utilizado é normalmente roubado, e os números são de pessoas inocentes que nada têm a ver com o crime. Não há como saber se o seu telefone foi clonado antes de receber a conta no final do mês, normalmente recheada com ligações internacionais e de longa duração e com um valor astronômico. E, até agora, as operadoras não oferecem praticamente nenhum tipo de serviço capaz de coibir definitivamente essa prática. Algumas delas, no entanto, utilizam sistemas de redes neurais para monitorar o comportamento do usuário e notificá-lo quando houver algum distúrbio. É o caso da

Telesp Celular, que entra em contato com seus assinantese checa chamadas que fogem do padrão. Constatada a clonagem, a solução oferecida é a troca de número, sem prejuízo financeiro, ou a troca de aparelho, por conta da vítima, o que representa uma perda considerável de dinheiro (o aparelho original não fica danificado após ser clonado, mas muitos usuários preferem trocá-lo para não ter de mudar de número). A operadora também promete reembolsar as chamadas feitas graças à clonagem. Ao consumidor, resta se precaver. Evite comprar seu celular fora das lojas credenciadas pelas operadoras, não vá a assistências técnicas desconhecidas nem empreste o aparelho para pessoas estranhas. Cumprir essas medidas não significa que você vai escapar de ter seu telefone clonado, mas pelo menos vai diminuir os riscos de isso acontecer. De acordo com o Procon, as regras são válidas para todos os tipos de aparelho, inclusive os pré-pagos. "A única diferença é que os pré-pagos são menos visados pelos criminosos, pois os créditos para ligações acabam logo. Mas eles não estão livres", informa o Procon.

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