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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h17.
A Sun Microsystems anunciou nesta quarta-feira a aquisição da MySQL, uma das principais desenvolvedoras de bancos de dados em código aberto.
O acordo de compra foi fechado por US$ 1 bilhão - US$ 800 milhões em dinheiro e mais US$ 200 em opções. A expectativa é concluir a transação até quarto trimestre fiscal de 2008 da Sun, que se encerra em junho.
Em conferência com analistas e imprensa, o CEO da Sun, Jonathan Schwartz, classificou a aquisição como a "mais importante da história" da empresa, ao passo que favorece a integração em um mercado de corporativo de banco de dados, avaliado em US$ 15 bilhões.
"Esse é um mercado em que as parcerias são muito importantes. Nesse momento o essencial é transmitir aos usuários a participação da Sun e da MySQL também nos sistemas de missão crítica", disse Schwartz.
Hoje, o banco de dados MySQL é utilizado amplamente pela maioria dos sistemas operacionais, fabricantes de hardware e desenvolvedores de aplicações, entre eles, Facebook, Google, YouTube, o buscador chinês Baidu, e grandes corporações como Toyota e Nokia.
Em nota à imprensa, o CEO da Sun, Jonathan Schwartz, comenta que a aquisição foi fundamentada na demanda crescente por software com tecnologia aberta que parte desde empresas de mídia até grandes corporações.
A MySQL, hoje com 400 funcionários, será incorporada à divisão de software, vendas e serviços da Sun. O CEO da empresa, Marten Mickos, vai integrar a equipe executiva da Sun e até a conclusão da transação, ambas as empresas vão trabalhar na integração das equipes.
Nova etapa para a Sun
Desde o ano passado a Sun vive uma nova fase. Após acumular consecutivos trimestres de prejuízos e optar por uma reestruturação interna, a companhia voltou ao azul e tenta se sustentar entre os principais fornecedores de tecnologia mundial nas áreas de software, serviços, armazenamento e servidores.
Há cerca de dois anos ocupando o cargo de CEO, Jonathan Schwartz deu à Sun um novo perfil, mais centrado aos padrões abertos de software e com receitas baseadas em serviços, além de manter os pilares tradicionais de produtos. Em entrevista exclusiva a EXAME na primeira semana de janeiro, porém, Don Grantham, vice-presidente sênior da Sun afirmou que apesar de todo o processo de reestruturação nada mudou na estratégia da empresa. "Temos nos tornado uma companhia cada vez mais orientada a serviços, mas não temos idéia de ser uma empresa de serviços", comentou.
Em poucos anos, a Sun pretende ter a maior parte de sua linha de software no modelo de código aberto, em que o usuário pode simplesmente entrar no site e fazer o download. O modelo de receita virá com os serviços e suportes relacionados a esses software. O Solaris, sistema operacional da Sun que já está no modelo aberta, ultrapassa 4 bilhões de downloads.
"Os clientes não querem mais pagar por uma licença de software. Trata-se de uma evolução, e não uma revolução, em que os ganhos estão fundamentados nesse suporte complementar", disse.
Ao que tudo indica, o segundo trimestre fiscal da Sun, encerrado em 30 de dezembro, também teve bom desempenho e não decepcionou os analistas. Segundo os resultados preliminares, a empresa faturou US$ 3,6 bilhões e registrou lucro líquido na faixa de US$ 230 milhões a US$ 265 milhões, crescimento de mais de 70%.