Suíços não deveriam zombar do Apple Watch. Ele é uma ameaça
As fabricantes suíças de relógio estão começando a zombar da Apple por tentar entrar em seu setor, mas as relojoarias não deveriam ser complacentes
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 21h20.
As fabricantes suíças de relógio estão começando a zombar da Apple por tentar entrar em seu setor. Embora seja verdade que o Apple Watch ainda não encantou o mundo desde que chegou ao mercado em abril, as relojoarias não deveriam ser complacentes.
Na feira de relógios de Genebra, nesta semana, H Moser, uma pequena marca suíça, revelou uma paródia mecânica do Apple Watch no valor de 24.900 francos suíços (US$ 24.666) – sem nenhum dos recursos.
Ele não permite que você “fofoque”, “envie belos desenhos criados em uma tela de duas polegadas” nem que você “compartilhe seu ritmo cardíaco”, disse a empresa, mas “é algo que você pode passar para seus filhos algum dia sem precisar atualizar”.
A ponta mais cara do mercado pode se dar ao luxo de zombar um pouco (nem um Apple Watch de ouro competiria com um Jaeger-LeCoultre de alta gama), mas as empresas maiores, como a Swatch, estão muito mais expostas.
A Bloomberg Intelligence estima que as exportações de relógios suíços de preço médio (aqueles que custam entre 200 francos e 500 francos) tiveram muita dificuldade nos primeiros 11 meses de 2015 e caíram 9 por cento. Esse é o preço do Apple Watch básico, o que sugere que, apesar de todo o deboche suíço, a empresa norte-americana está atrapalhando as vendas.
Dois terços das vendas da Swatch são de produtos que custam menos de 1.000 francos, de acordo com a Exane BNP Paribas.
Então, apesar de não ter sido um sucesso instantâneo como o iPhone ou o iPod, o Apple Watch deve ser levado a sério. A Apple não especifica as vendas dos relógios, mas diz que todos os 20 por cento de crescimento do último ano fiscal em sua linha de “outros produtos” – que inclui Apple TV, iPods, fones de ouvido e acessórios Beats – veio dos relógios.
Além disso, a companhia é líder no mercado de relógios inteligentes, pois projeta-se que sua fatia de mercado em 2015 tenha sido de 58,3 por cento, de acordo com pesquisadores da IDC.
O mercado também está se expandindo: a IDC estima que 88,3 milhões de relógios inteligentes serão vendidos em 2019, em contraste com 21,3 milhões em 2015.
Para sermos imparciais, a gama de produtos mais baratos da Swatch oferece certa proteção contra a turbulência na China e a queda acentuada na demanda por bens de luxo em Hong Kong, sendo que as exportações para a região caíram 23 por cento em novembro.
Isso explica por que suas ações estão tendo um desempenho um pouco melhor recentemente (queda de 6 por cento desde o ano-novo, em comparação com a queda de 11 por cento da Richemont), embora o preço para ganhos futuros múltiplo de 13,3 vezes ainda esteja abaixo de seus pares.
Mas, apesar de que os problemas na Ásia e a forte divisa suíça tenham sido mais preocupantes para as relojoarias recentemente, a concorrência da Apple só vai aumentar, e a gigante de tecnologia agora está tentando criar relógios de luxo com um apelo mais amplo.
Um exemplo é o Apple Watch desenvolvido em parceria com o grupo francês de bens de luxo Hermès, mais bem-sucedido na união entre um estilo clássico e tecnologia de ponta. Ele não é perfeito – continua sendo muito desajeitado – mas é bonito. Os preços variam de 1.000 libras (US$ 1.427) a 1.350 libras. Isso é aproximadamente o mesmo que uma bolsa de luxo de gama média.
O relógio não é barato, mas não está totalmente fora de alcance, e mais uma vez está em uma faixa de preço que vai incomodar a Swatch.
E apesar do tom mais relaxado em Genebra nesta semana sobre a ameaça da Apple, as fabricantes de relógio estão tomando medidas para encarar de frente o desafio. A Swatch vai para a ofensiva com o Bellamy, um relógio que pode fazer pagamentos sem contato.
O relógio inteligente da TAG Heuer, da LVMH, foi modelado a partir do clássico Carrera e custa US$ 1.500. Se os clientes decidirem que não gostam dele, podem trocar por um modelo mecânico após dois anos.
As fabricantes de relógio tradicionais sem dúvida gostariam de fazer com que o fenômeno dos relógios inteligentes desaparecesse. Infelizmente para elas, isso não vai acontecer.
As fabricantes suíças de relógio estão começando a zombar da Apple por tentar entrar em seu setor. Embora seja verdade que o Apple Watch ainda não encantou o mundo desde que chegou ao mercado em abril, as relojoarias não deveriam ser complacentes.
Na feira de relógios de Genebra, nesta semana, H Moser, uma pequena marca suíça, revelou uma paródia mecânica do Apple Watch no valor de 24.900 francos suíços (US$ 24.666) – sem nenhum dos recursos.
Ele não permite que você “fofoque”, “envie belos desenhos criados em uma tela de duas polegadas” nem que você “compartilhe seu ritmo cardíaco”, disse a empresa, mas “é algo que você pode passar para seus filhos algum dia sem precisar atualizar”.
A ponta mais cara do mercado pode se dar ao luxo de zombar um pouco (nem um Apple Watch de ouro competiria com um Jaeger-LeCoultre de alta gama), mas as empresas maiores, como a Swatch, estão muito mais expostas.
A Bloomberg Intelligence estima que as exportações de relógios suíços de preço médio (aqueles que custam entre 200 francos e 500 francos) tiveram muita dificuldade nos primeiros 11 meses de 2015 e caíram 9 por cento. Esse é o preço do Apple Watch básico, o que sugere que, apesar de todo o deboche suíço, a empresa norte-americana está atrapalhando as vendas.
Dois terços das vendas da Swatch são de produtos que custam menos de 1.000 francos, de acordo com a Exane BNP Paribas.
Então, apesar de não ter sido um sucesso instantâneo como o iPhone ou o iPod, o Apple Watch deve ser levado a sério. A Apple não especifica as vendas dos relógios, mas diz que todos os 20 por cento de crescimento do último ano fiscal em sua linha de “outros produtos” – que inclui Apple TV, iPods, fones de ouvido e acessórios Beats – veio dos relógios.
Além disso, a companhia é líder no mercado de relógios inteligentes, pois projeta-se que sua fatia de mercado em 2015 tenha sido de 58,3 por cento, de acordo com pesquisadores da IDC.
O mercado também está se expandindo: a IDC estima que 88,3 milhões de relógios inteligentes serão vendidos em 2019, em contraste com 21,3 milhões em 2015.
Para sermos imparciais, a gama de produtos mais baratos da Swatch oferece certa proteção contra a turbulência na China e a queda acentuada na demanda por bens de luxo em Hong Kong, sendo que as exportações para a região caíram 23 por cento em novembro.
Isso explica por que suas ações estão tendo um desempenho um pouco melhor recentemente (queda de 6 por cento desde o ano-novo, em comparação com a queda de 11 por cento da Richemont), embora o preço para ganhos futuros múltiplo de 13,3 vezes ainda esteja abaixo de seus pares.
Mas, apesar de que os problemas na Ásia e a forte divisa suíça tenham sido mais preocupantes para as relojoarias recentemente, a concorrência da Apple só vai aumentar, e a gigante de tecnologia agora está tentando criar relógios de luxo com um apelo mais amplo.
Um exemplo é o Apple Watch desenvolvido em parceria com o grupo francês de bens de luxo Hermès, mais bem-sucedido na união entre um estilo clássico e tecnologia de ponta. Ele não é perfeito – continua sendo muito desajeitado – mas é bonito. Os preços variam de 1.000 libras (US$ 1.427) a 1.350 libras. Isso é aproximadamente o mesmo que uma bolsa de luxo de gama média.
O relógio não é barato, mas não está totalmente fora de alcance, e mais uma vez está em uma faixa de preço que vai incomodar a Swatch.
E apesar do tom mais relaxado em Genebra nesta semana sobre a ameaça da Apple, as fabricantes de relógio estão tomando medidas para encarar de frente o desafio. A Swatch vai para a ofensiva com o Bellamy, um relógio que pode fazer pagamentos sem contato.
O relógio inteligente da TAG Heuer, da LVMH, foi modelado a partir do clássico Carrera e custa US$ 1.500. Se os clientes decidirem que não gostam dele, podem trocar por um modelo mecânico após dois anos.
As fabricantes de relógio tradicionais sem dúvida gostariam de fazer com que o fenômeno dos relógios inteligentes desaparecesse. Infelizmente para elas, isso não vai acontecer.