Sony Ericsson transforma o Brasil em pólo exportador
A empresa fechou parceria com a Flextronics para fabricar dois modelos de telefone celular no Brasil. É a sétima unidade fabril da empresa no mundo
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2011 às 09h57.
A Sony Ericsson decidiu criar no Brasil uma unidade de fabricação a sétima da empresa no mundo e transformou o país em pólo exportador para a América Latina. De acordo com o vice-presidente corporativo, Anderson Teixeira, a estratégia tornará a empresa mais competitiva no mercado nacional em razão de dois fatores. Primeiro, porque há um ganho tributário na troca do importado pelo aparelho fabricado localmente. Somente em ICMS, a companhia terá um ganho relevante, pois deixa de pagar a alíquota de 18% e passa a contribuir com 7%.
Além disso, fabricando no Brasil, a Sony Ericsson consegue atender à demanda das operadoras de telefonia celular com maior agilidade. "Fabricando no Brasil, também conseguimos customizar o aparelho conforme nosso cliente solicita", afirma Silvio Stagni, vice-presidente para o Brasil. No primeiro ano, a fábrica irá produzir 1 milhão de unidades dos modelos T230 (preço sugerido 449 reais), próprio para mercado brasileiro em razão da freqüência de até 900 MHz, e T237, próprio para os outros países latino-americanos que operam na freqüência de até 850 MHz.
Segundo Teixeira, a previsão inicial é que 50% da produção seja consumida no Brasil e a outra metade, vendida no exterior. "Há flexibilidade na produção. Por isso, essas proporções podem variar de acordo com a demanda", diz o vice-presidente corporativo. As exportações vão suprir toda a América Latina, com exceção do México, onde há uma das outras seis fábricas.
Todas as unidades fabris, inclusive a brasileira, fazem parte de um contrato global da Sony Ericsson com a Flextronics. A empresa a maior de fabricação terceirizada no Brasil também produz os telefones celulares na unidade mexicana, na Europa e nas quatro unidades em países asiáticos.
Brasil estratégico
A decisão de implantar no país uma unidade fabril faz parte dos planos de crescimento da Sony Ericsson. "O Brasil é, hoje, o sétimo país em números de assinantes de telefonia celular. Até o fim do ano, deve ser o quinto. A empresa que quer aumentar a participação de mercado precisa estar aqui", afirma Teixeira.
Com o início da fabricação do T230 no Brasil, a empresa ganha escala e já planeja campanhas de marketing de massa. Além dos outdoors e de anúncios em revistas semanais de circulação nacional que já começaram, a companhia vai investir em campanhas para televisão e cinema no período do Natal. Os números desse investimento, entretanto, não foram divulgados.
Massa e nicho
Além de aumentar o leque de consumidores, a Sony Ericsson planeja crescer no segmento de reposição. Ou seja, eles não deixaram de cobiçar o usuário que deseja trocar de aparelho e optar por um modelo tecnologicamente mais avançado. Segundo Stagni, cerca de 20% dos 57 milhões de assinantes de celular no Brasil são clientes potenciais.
Para atender a esse público, a empresa lança entre novembro e dezembro três aparelhos: o K700i, o S700i e o P910. O K700i traz como diferencial o display de resolução (176x220 pixels) superior a outros modelos do mesmo segmento (preço sugerido de 1 700 reais). O S700i é, na verdade, uma câmera fotográfica de 1,3 megapixels e um telefone celular (preço sugerido de 2 400 reais). O design se assemelha à Cybershot da Sony, sendo que, para fotografar, o aparelho fica na horizontal (como uma câmera normal). O P 910 chega ao Brasil somente depois do Natal. O modelo combina o visual e a funcionalidade de um PDA (assistente digital pessoal), com uma câmera fotográfica acoplada e o telefone celular. Nenhum desses aparelhos tecnologicamente mais avançados serão produzidos no país.