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Solar Impulse decola rumo ao Havaí após um mês parado no Japão

'Não há como voltar atrás. É uma viagem só de ida para o Havaí', disse por sua vez a equipe Solar Impulse 10 horas após a decolagem

Solar Impulse (Getty Images)

Solar Impulse (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2015 às 17h16.

O avião Solar Impulse 2 decolou do Japão nesta segunda-feira com destino ao Havaí, após uma espera de um mês para melhorar o clima, na fase mais difícil da sua turnê mundial."Agora, em pleno voo para o Havaí. Emoções muito fortes, porque já passamos o ponto de não retorno: a exploração começa aqui", tuítou o piloto, o suíço André Borschberg, 62 anos.

O ponto de não retorno é quando o aparelho não pode retornar ao ponto de partida."Não há como voltar atrás. É uma viagem só de ida para o Havaí", disse por sua vez a equipe Solar Impulse 10 horas após a decolagem. O avião saiu por volta das 03h04 (15h04 de Brasília) de Nagoia (centro do Japão), para uma viagem de cinco dias e cinco noites e um total de 7.900 quilômetros, disse à AFP Elke Neumann, porta-voz da missão.

"Passamos a noite com a equipe para tomar a decisão mais difícil do projeto: seguir até o Havaí", explicou no Twitter outro piloto do aparelho movido a energia solar, Bertrand Piccard. "Como o avião voa muito devagar, a uma velocidade média de 70 Km/h, não sabemos até onde ele vai", explicou.

A decisão de empreender voo foi muito complexa por causa de inúmeros parâmetros técnicos. "É muito difícil prever o tempo para mais de cinco dias", lembrou. O avião tem até o dia 5 de agosto para começar a viagem de 7.900 quilômetros entre Nagoya e o Havaí porque é frágil e não suporta nem o calor excessivo, nem a chuva ou distúrbios. "Estamos tranquilos", disse Piccard.

"Durante as primeiras 10 horas de voo, tivemos problemas técnicos. Então decidimos correr o risco de continuar. E então nós passamos o ponto sem retorno e dissemos, OK, agora vamos voar para o Havaí", contou à AFP Bertrand Piccard. "Temos uma boa janela meteorológica, por isso estamos calmos", insistiu.

A maior dificuldade era encontrar um "corredor" para atravessar a densa frente de nuvens que vai de Taiwan para o Alasca. "A única maneira de chegar ao nosso plano é encontrar um lugar onde essa frente seja muito mais fina", explicou André Borschberg na semana passada à AFP.

De acordo com o plano de voo apresentado às autoridades japonesas, o Solar Impulse "vai primeiro para o sul e depois para o leste, antes de subir para o norte, para evitar as nuvens", disse um funcionário do ministério dos Transportes. "Não vai passar através de uma linha reta, fará uma curva para o norte. Mas, mesmo seguindo esta estrada, nós podemos chegar ao Havaí em cinco dias", estimou Piccard. 

O Solar Impulse 2 teve que interromper seu vôo entre Nanquim (leste da China) e o Havaí por causa do mau tempo e pousou no Japão, na madrugada de 2 de junho. Desde então, tentou continuar o voo em várias ocasiões, mas a estação chuvosa e uma frente densa de nuvens tinha sido um empecilho até domingo. Como último recurso, Borschberg usa um paraquedas e poderia se ejetar para o espaço.

"Será necessário inflar sua balsa de salvamento e esperar um avião lançar itens de sobrevivência. É possível ficar nesse barco até três dias sem que um navio vá resgatar", garantiu Piccard.

O Solar Impulse 2 começou sua jornada em 9 de março em Abu Dhabi rumo a uma turnê mundial de 35 mil quilômetros — uma aventura para promover o uso de energias renováveis, especialmente da energia solar.

 

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