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Snowden desfruta primeiro dia de liberdade fora do aeroporto

Moscou - O ex-técnico da CIA Edward Snowden desfruta nesta sexta-feira de suas primeiras 24 horas em liberdade fora do aeroporto moscovita de Sheremetievo, depois...

snowden de férias (Flickr/757Live)

snowden de férias (Flickr/757Live)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

Moscou - O ex-técnico da CIA Edward Snowden desfruta nesta sexta-feira de suas primeiras 24 horas em liberdade fora do aeroporto moscovita de Sheremetievo, depois que ontem a Rússia concedeu asilo temporário em um claro desafio aos Estados Unidos.

Quase nada foi dito sobre seus primeiros passos em território russo após deixar a sala de passagem do aeroporto, por onde morou por mais de cinco semanas.

"Ele já resolveu o problema de habitação. Tudo está bem", disse nesta sexta-feira o advogado russo Anatoli Kucherena, que atua como assessor legal de Snowden, que é reclamado pela Justiça dos Estados Unidos por revelar uma trama de espionagem em massa das comunicações pelos serviços secretos norte-americanos.

O jurista, que antes tinha dito à imprensa que o local onde Snowden vai morar seria mantido em segredo para garantir sua segurança, acrescentou que não sabe se poderá realizar um possível encontro do fugitivo da Justiça americana com a imprensa.

"Por enquanto, não. Mas nos próximos dias, conseguirei averiguar algo", disse à agência oficial russa "RIA" Novosti Kucherena, que ontem entregou a Snowden a documentação russa de asilado temporário.

Pouco depois, o advogado revelou que fará um convite, através da embaixada russa em Washington, para que Lon Snowden, pai do ex-técnico da CIA, possa viajar ao país para visitar o filho.

"Snowden se adaptará fácil na Rússia porque psicologicamente somos muito parecidos com os americanos", comentou o doutor Mikhail Vinogradov, diretor do Centro de Assistência Psicológica para Situações Extremas.

A decisão do Governo russo de conceder asilo temporário a Snowden para fez saltar faíscas em Washington.

"A Rússia nos apunhalou pelas costas e a cada dia que permitem que o senhor Snowden ande livremente, o nosso punhal afunda mais", declarou ontem Charles Schumer, senador democrata por Nova York.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou, por sua vez, que os EUA estão "extremamente decepcionados" pela concessão de asilo a Snowden.

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Carney advertiu que a Casa Branca avalia a "utilidade" da cúpula bilateral na qual os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, devem se reunir em Moscou nos primeiros dias de setembro, antes da reunião do G20 na cidade de São Petersburgo.

O embaixador dos Estados Unidos em Moscou, Michael McFaul, se reuniu hoje com Yuri Ushakov, assessor de Putin, para "falar sobre o desarmamento nuclear, a Síria, a defesa antimísseis, o comércio, os direitos humanos e o novo status do senhor Snowden", segundo informou a missão diplomática americana através do Twitter.

Especialistas russos coincidiram hoje em dizer que apesar dos Estados Unidos poderem cancelar a cúpula bilateral de setembro, dificilmente tomarão decisões que piorem gravemente as relações entre Washington e Moscou.

"O mais provável é que as relações se mantenham no mesmo nível, porque a agenda bilateral é muito curta e são poucas as coisas que podem piorar", disse à Agência Efe Fiôdor Lukiánov, diretor de "Globalnaya Politika", revista especializada em política externa e relações internacionais.

Segundo Lukianov, a cúpula prevista para setembro tem um caráter "absolutamente simbólico", pois não há temas urgentes para resolver e, portanto, se não for realizada, suporá um prejuízo adicional às relações entre Moscou e Washington.

Nesse mesmo sentido se pronunciou o conhecido analista político russo Sergei Karaganov, que admitiu em entrevista à agência "Interfax" a possibilidade de Obama anular a reunião com Putin em Moscou.

Porém, Karaganov coincidiu com Lukianov de que é muito pouco provável que seja cancelada sua presença na cúpula do G20 em São Petersburgo.

"Seria um desprezo não só ao anfitrião, mas a todos os participantes", recalcou Karaganov.

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