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Slack quer matar o e-mail com seu novo serviço de mensagens

Ferramenta lançada nesta semana é focada na comunicação direta entre empresas e pode impactar seriamente os negócios da Microsoft

Slack: empresa lançou um novo serviço e quer acabar com os e-mails corporativos (Bloomberg/Getty Images)

Slack: empresa lançou um novo serviço e quer acabar com os e-mails corporativos (Bloomberg/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 25 de junho de 2020 às 12h27.

Última atualização em 25 de junho de 2020 às 12h30.

O Slack tem um plano ambicioso para os próximos anos: acabar de uma vez por todas com o uso de e-mails. Nesta semana, a startup americana, que vem se tornando uma pedra no sapato da Microsoft, lançou o Connect. Trata-se de uma ferramenta focada na comunicação externa e que permite criar um canal de conversação para facilitar as trocas de mensagens entre empresas.

A novidade pode ser caracterizada como um intermediário entre os serviços de e-mail tradicionais e os aplicativos de mensagem instantânea como WhatsApp e Telegram. O Connect permite conectar até 20 empresas (e seus respectivos funcionários) em um só canal. Até então, ao aplicativo permitia apenas a conexão de duas empresas no serviço por canal.

Por entregar mensagens instantâneas como os mensageiros mais utilizados em smartphones, o Connect permite uma comunicação mais ágil entre os usuários. Em entrevista ao Business Insider, Tamar Yehoshua, chefe de produtos da empresa, disse que o desafio final do serviço é criar uma forma de substituir a comunicação por e-mail. Principalmente no ambiente corporativo.

Para garantir que o programa conte com as mesmas funcionalidades do serviço mais tradicional de troca de mensagens pela internet, o Connect pretende atualizar a plataforma para permitir a sincronização de calendário entre os usuários de um mesmo canal. Isso permitiria aos funcionários de cada empresa realizarem reuniões (por texto, voz ou vídeo) e iniciar conversas em horários mais propícios.

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Além de velocidade e praticidade, a startup também promete entregar uma plataforma mais limpa de mensagens de terceiros, focada na comunicação direta e segura, o que não permitiria o recebimento de mensagens de spam e phishing.

Avaliado em 18,1 bilhões de dólares, o Slack foi fundado ainda em 2009 e é comandado pelo cofundador Stewart Butterfield. A empresa recebeu 1,4 bilhão de dólares em aportes antes de realizar sua abertura de capital na bolsa de valores de Nova York, em junho do ano passado. Os negócios da empresa se baseiam unicamente no aplicativo de mensagens voltado para setor corporativo e que tem 122 mil usuários pagos.

Pedra no sapato da Microsoft

A novidade apresentada pelo Slack gera uma dor em Redmond, onde está localizada a sede da Microsoft. Segundo Butterfield, também ao Business Insider, a gigante do Windows tem uma “preocupação doentia” com “matar” o Slack. O medo é de que o serviço possa realmente o extinguir o uso de e-mails. Isso não seria nada bom para a empresa por trás do Outlook.com.

A problema é simples de ser explicado. Caso o Slack consiga de fato reduzir o uso de e-mails enviados por empresas, a Microsoft teria nas mãos um Office 365, que oferta o Outlook, menos atrativo. Isso significaria menos vendas e, consequentemente, menos receita para a empresa comandada por Satya Nadella no fim de cada trimestre.

A Microsoft não revela em seus balanços financeiros o quanto fatura apenas com a assinatura comercial do Office 365, mas os registros mostram que a receita da plataforma cresceu 25% no primeiro trimestre de 2020 (terceiro trimestre fiscal da companhia deste ano). A empresa registrou faturamento de 35 bilhões de dólares no período, acima da expectativa do mercado de 33,6 bilhões de dólares.

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