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Singapura se torna alvo cobiçado por hackers internacionais

Recentemente, 1,5 milhão de pacientes tiveram informações roubadas, inclusive o primeiro-ministro, em ataque ao maior grupo de saúde pública do país

Singapura é considerado o 7º país mais rico do mundo e lar de 127 bancos estrangeiros e locais (NattapoomV/Thinkstock)
JR

Janaína Ribeiro

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 08h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2018 às 08h00.

Por ser um centro financeiro hiperconectado, Singapura é um dos principais alvos de hackers, e ataques anunciados recentemente intensificaram o foco na segurança cibernética já que a cidade-estado pretende se tornar um dos principais centros de tecnologia do mundo.

No caso classificado pela imprensa local como a maior violação de dados da história do país, revelado no mês passado, hackers roubaram informações de 1,5 milhão de pacientes, inclusive do primeiro-ministro Lee Hsien Loong, em um ataque ao maior grupo de saúde pública de Singapura, o SingHealth. Poucos dias depois, a Securities Investors Association (Singapore) também informou que hackers haviam roubado os dados pessoais de 70.000 membros em 2013.

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"Sem dúvida, Singapura tem ativos atraentes que podem ser de grande interesse para adversários cibernéticos por diversos motivos, como crimes financeiros e espionagem com apoio estatal", disse Tim Wellsmore, diretor de programas de segurança governamental na região Ásia-Pacífico para a empresa de segurança cibernética FireEye. "Isso com certeza está chamando a atenção das autoridades certas dentro do governo de Cingapura", disse ele em entrevista por telefone.

Singapura, considerado o sétimo país mais rico do mundo pela Allianz em um relatório recente e lar de 127 bancos estrangeiros e locais com um total de depósitos bancários comerciais de mais de 613 bilhões de dólares de Cingapura (US$ 449 bilhões), abriu imediatamente uma investigação policial sobre o ataque e convocou um Comitê de Investigação para conduzir uma análise externa e independente.

O governo também colocou em pausa todos os projetos relacionados à iniciativa Smart Nation que ainda não foram lançados, e o prazo para que a população possa realizar até 95 por cento de todas as transações governamentais pela internet, estipulado para 2023, poderia ser adiado.

A Autoridade Monetária de Singapura, o banco central do país, também emitiu um aviso para todas as instituições financeiras, orientando-as a aumentar o rigor de seus processos de verificação de clientes e não confiar apenas no nome completo, número de identificação nacional, endereço, gênero, raça e data de nascimento para a verificação de clientes.

Singapura anunciou em 2016 planos para impedir que a maioria de seus servidores públicos acessem a internet de seus computadores de trabalho diante das crescentes ameaças de hackers, o que afetou computadores de cerca de 100.000 servidores públicos. O governo também implementou novas leis para garantir que os dados confidenciais coletados por desenvolvedores de aplicativos móveis e por outras empresas estivessem protegidos contra hackers.

"É provável que os invasores sintam que obterão grandes butins se conseguirem violar sistemas públicos ou privados", disse Reuben Sinclair, representante de segurança cibernética do Departamento de Comércio Internacional do Reino Unido que atua em Singapura, em entrevista por telefone.

Especialistas em segurança cibernética acreditam que apenas alguns países, como a China, a Rússia e os EUA, poderiam ter sido capazes de um ataque tão sofisticado quanto o da SingHealth. Hackers norte-coreanos também foram vinculados a vários ataques cibernéticos recentes e de alto nível.

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