Tecnologia

Sencinet, separada da British Telecom, quer expandir operação no Brasil

Formada após a venda de parte das operações da BT na América Latina, a empresa prevê novos investimentos e contratações

Alex Ingles, da Sencinet: nova empresa dará enfoque nos clientes da América Latina (Sencinet/Divulgação)

Alex Ingles, da Sencinet: nova empresa dará enfoque nos clientes da América Latina (Sencinet/Divulgação)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 07h00.

Última atualização em 1 de outubro de 2020 às 14h12.

A operação local da British Telecom (BT) na América Latina passa a operar a partir desta quinta-feira (1º) como uma empresa independente de telecomunicações e serviços na nuvem, que acaba de se rebatizada de Sencinet. A nova companhia é responsável por atender cerca de 400 clientes em 15 países na América Latina, e tem um faturamento anual equivalente a 110 milhões de libras (aproximadamente 785 milhões de reais).

A mudança ocorre pouco mais de seis meses depois de a BT vender parte a sua operação latino-americana para a empresa de private equity CIH Technology Holdings, com sede nos Estados Unidos e em Singapura, em um processo de desinvestimento para focar nas suas operações com clientes globais. O valor da transação não foi divulgado.

A nova companhia será liderada por Alex Ingles, que já dirigia a operação latino-americana da BT e está na empresa há 12 anos. Em entrevista à EXAME, o executivo afirmou que a nova estrutura independente dá mais liberdade para a empresa buscar novos clientes e novas parcerias na América Latina, permitindo fazer investimentos em produtos e serviços para atender especificamente as empresas da região. “A principal mudança é um enfoque nas demandas regionais”, disse. “A gente passa a se dedicar mais aos investimentos em produtos para os clientes da América Latina.”

A empresa não abre o valor dos investimentos esperados. Entretanto, o executivo afirma que está previsto o lançamento de um novo produto de rede definida por software (ou SD-WAN) – utilizado para fazer a gestão de tráfego de dados dentro da rede de uma empresa -- , além de uma expansão no número de provedores (ISPs) parceiros da companhia – hoje em mais de mil. Também está previsto um investimento para reforçar na infraestrutura de comunicação por satélite e novas contratações para os serviços de segurança da informação.

“Nós temos 500 funcionários hoje na empresa e a gente tem 50 novas contratações previstas, o que no meio de uma pandemia é sempre uma boa notícia”, diz Inglês.

Hoje o Brasil é a maior mercado da Sencinet, seguido de Colômbia, México e Argentina, onde a empresa atende grandes empresas de setores como varejo, óleo e gás e recursos naturais, financeiro, telecomunicações e governos – entre eles, Petrobras e Caixa Econômica Federal. A empresa opera uma rede de 650 quilômetros de fibra óptica próprias e 2.000 quilômetros de linhas alugadas, além de quatro data centers na região e cinco teleportos (centros de operações de telecomunicações). Ao todo, ela conecta cerca de 25.000 localidades para os seus clientes.

Para Alex Ingles, a migração das empresas para serviços na nuvem – no lugar de redes privadas – é uma mudança que pode favorecer a Sencinet, que buscará auxiliar os clientes nessa migração. “É justamente nessa disrupção que a gente está apostando. Obviamente, é uma mudança que ameaça uma parte do nosso negócio, mas é uma oportunidade enorme para a gente ganhar participação de mercado.”

Presença da BT na América Latina

Em nota enviada à EXAME, a British Telecom (BT) afirmou que, mesmo com a venda das operações locais na América Latina e de infraestrutura selecionadas, continuará operando na América Latina e fornecendo serviços para os seus clientes multinacionais na região. Leia abaixo o comunicado da empresa na íntegra:

"A BT na América Latina é parte integrante da unidade global da BT, com foco nas necessidades de conectividade, nuvem e segurança de clientes multinacionais em todo o mundo. Por meio do recente desinvestimento na América Latina, incluindo a venda de operações domésticas e infraestrutura selecionadas em 16 países da região para a CIH Telecommunications Americas LLC (‘CIH’), a BT está direcionada em sua sua estratégia para aprimorar seu foco em Redes Globais.

A América Latina continua sendo um mercado estratégico para a BT, que, por sua vez, manterá uma forte presença na região após a venda e continuará a fornecer serviços a clientes multinacionais em 21 países latino-americanos. A BT se concentrará em áreas de crescimento, como redes de próxima geração (Dynamic Network Services), serviços de colaboração baseados em nuvem (Digital Workplace) e segurança.

A BT e a Sencinet estabeleceram um novo relacionamento de canais mais dinâmico, que permite que os clientes domésticos sediados na América Latina acessem nossos produtos, serviços e soluções globalmente, e nossos clientes globais acessem serviços domésticos na América Latina de maneira contínua, segura e confiável."

 

Acompanhe tudo sobre:Fibra ópticaFusões e AquisiçõesRedes de computadoresTelecomunicações

Mais de Tecnologia

Influencers mirins: crianças vendem cursos em ambiente de pouca vigilância nas redes sociais

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?