Tecnologia

São Paulo testa técnicas para limpar o Rio Pinheiros

As coletas mostraram que, em geral, as seis tecnologias foram capazes de aumentar a presença de oxigênio ao mínimo de 2 miligramas de O2 por litro

rio pinheiros ( Tiago Silva/ A2 Fotografia / via Fotos Públicas)

rio pinheiros ( Tiago Silva/ A2 Fotografia / via Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 06h32.

Tecnologias de despoluição aplicadas paralelamente ao programa que busca universalizar o tratamento de esgoto no Estado podem contribuir para devolver o oxigênio ao Rio Pinheiros, em São Paulo. Essa é a conclusão de um estudo conduzido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

O trabalho avaliou a eficácia de algumas tecnologias replicando as condições do rio. Assim, foram criados seis canais com a água do próprio Pinheiros e o mesmo ritmo de vazão. Em cada um foi aplicada uma das técnicas por 30 dias. Em outro canal era mantida a água sem tratamento, para controle.

As coletas mostraram que, em geral, as seis tecnologias foram capazes de aumentar a presença de oxigênio ao mínimo de 2 miligramas de O2 por litro. Na situação atual o rio tem zero de oxigênio. De acordo com o secretário Bruno Covas, essa elevação, juntamente com outras melhorias observadas, colocaria o rio em "classe 4" - o que seria suficiente para ele poder desaguar nos mananciais da Billings ou da Guarapiranga sem tratamento adicional.

"É claro que o maior investimento na despoluição do rio é no saneamento. E trabalhando na meta de universalizar a coleta e o tratamento até 2019. Mas o que vimos é que essas tecnologias podem ajudar", diz Covas. "O Pinheiros deixaria a condição de rio morto para um rio poluído, mas com oxigênio, sem odor e com aspecto melhor", complementa o secretário adjunto Rubens Rizek, que coordenou os trabalhos.

[quebra]

Indicadores

Também foram avaliadas a presença de sulfetos, responsáveis pelo mau cheiro; de nitrogênio e fósforo, que podem causar a proliferação de algas; de surfactantes, responsáveis pela espuma; de sólidos suspensos e a geração de lodo. Na maioria dos casos, houve melhoria.

Em um dos canais, a empresa que fazia o teste chegou a criar peixes no local, a fim de mostrar a saúde da água. A infraestrutura dos canais, construídos ao lado da Usina Elevatória de Traição, a captação da água, os estudos sobre a vazão e a fiscalização dos trabalhos ficaram a cargo de uma equipe multidisciplinar. Reuniu técnicos da Cetesb, da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), da Sabesp, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, da Faculdade de Saúde Pública da USP e da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros.

Os custos foram pagos pelas empresas participantes. Metade delas aplicou tecnologias biológicas (uso de fungos, bactérias ou enzimas) e outra metade, físico-químicas (eletrocoagulação, flotação e oxidação). Os resultados foram entregues ontem para o governador Geraldo Alckmin e para o grupo de trabalho responsável pelo Plano de Despoluição dos Rios da Região Metropolitana de São Paulo. É esse grupo que vai avaliar a viabilidade econômica das tecnologias estudadas. De acordo com Covas, o projeto só vale para o Pinheiros. O Rio Tietê não poderia se beneficiar dessas tecnologias por causa da diferença da poluição dos dois principais rios que cortam a capital. 

Enquanto no Pinheiros prevalece a poluição difusa (que vem dos dejetos levados pela chuva), no Tietê o maior impacto é do esgoto despejado irregularmente, que depende mais fortemente da melhora do tratamento de esgoto.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasINFOMeio ambienteMetrópoles globaisPoluiçãosao-paulo

Mais de Tecnologia

O poder dos periféricos: Logitech aumenta projeções após crescimento de 12% no primeiro trimestre

Spotify reporta crescimento acima do esperado no segundo trimestre após aumento de preços

Wiz recusa oferta de compra feita pelo Google

Prisão do fundador da Kakao abala mercado de k-pop

Mais na Exame