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Samsung quer reinventar o celular — mas cobra caro por isso

Galaxy Z TriFold possui três dobras e foi lançado na Coreia do Sul nesta semana por alto preço

Galaxy Z TriFold: celular é o primeiro da Samsung com três telas. (Anadolu / Colaborador/Getty Images)

Galaxy Z TriFold: celular é o primeiro da Samsung com três telas. (Anadolu / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 18h32.

A Samsung elevou a aposta nos smartphones dobráveis com o lançamento do Galaxy Z TriFold, seu primeiro celular com três dobras e preço em torno de US$ 2.500 — cerca de R$ 13.600.

O modelo, que estreia na Coreia do Sul e deve chegar aos Estados Unidos nos próximos meses.

Segundo a Bloomberg, o TriFold amplia a proposta dos dobráveis ao combinar funções de smartphone e tablet em um único aparelho, com uma tela interna de 10 polegadas.

Na prática, porém, o dispositivo acumula concessões que o mantêm restrito a um público de nicho, formado por entusiastas e primeiros adotantes.

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Dobráveis seguem com baixa relevância no mercado

Apesar dos esforços da Samsung e de concorrentes como Google e Huawei, os dobráveis ainda representam menos de 2% das vendas globais de smartphones, de acordo com dados da IDC citados pela Bloomberg.

A ausência da Apple, que deve lançar seu primeiro modelo dobrável apenas em 2026, ajuda a explicar a lentidão na adoção em massa.

O Galaxy Z TriFold se destaca pela construção robusta e pela ausência de frestas quando fechado. Cada painel tem cerca de 4 mm de espessura, resultado de anos de engenharia da Samsung nesse segmento.

O ganho em espessura, no entanto, veio acompanhado de um grande módulo de câmeras concentrado em um dos lados do aparelho. O resultado é um dispositivo desequilibrado, desconfortável para uso prolongado, especialmente para assistir a vídeos — justamente um dos principais atrativos da tela ampliada.

A análise também aponta que a tela interna sofre mais com reflexos do que concorrentes diretos, enquanto os dois vincos visíveis nas áreas de dobra seguem sendo um problema não resolvido pela indústria.

Câmeras, bateria e software ficam aquém do preço

O desempenho das câmeras não acompanha o valor cobrado. Fotos em baixa luminosidade ficam abaixo do padrão de smartphones premium — e até de modelos intermediários mais baratos, segundo a Bloomberg.

A bateria de 5.600 mAh também limita o uso intensivo, com consumo elevado em vídeos e jogos. Em comparação, rivais chineses oferecem baterias maiores e recarga mais rápida.

No software, a Samsung tentou explorar a tela maior com adaptações do DeX, permitindo uma experiência semelhante à de um desktop direto no display interno. Ainda assim, muitos aplicativos não estão totalmente otimizados, e funções básicas de continuidade entre telas funcionam apenas em um sentido.

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