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Microsoft leva programadores para estádio em São Paulo com a primeira Build do Brasil

Feita no novo estádio do Palmeiras, a conferência cortejou os desenvolvedores nacionais com as novidades do Windows 10

build (Gabriel Garcia)

build (Gabriel Garcia)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2015 às 13h54.

Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo na Allianz Parque. Mas hoje não era dia de futebol e sim de programação.  Sim, por mais estranho que possa parecer o cenário, a Microsoft realizou a primeira versão fora dos Estados Unidos de sua conferência anual de desenvolvedores, a Build, dentro do novo campo do Palmeiras, em São Paulo. “Confesso que nunca imaginei que um dia iria falar em um estádio de futebol. Não sabia se entrava com uma bola ou uma guitarra”, disse Pete Brown, gerente de produtos da Microsoft, que compareceu ao evento trajado como um juiz de futebol.

O curioso é que realizar um evento de programação em um estádio de futebol é algo que tem tudo a ver com a nova Microsoft de Satya Nadella. Assim que assumiu o cargo de presidente da empresa, o indiano afirmou que sua prioridade era tornar a Microsoft uma empresa querida pelas pessoas. A grande arma para conquistar o coração das pessoas é o Windows 10, que deve ser lançado no meio do ano.

“Não queremos que as pessoas apenas precisem do Windows. Queremos que elas amem o Windows”, disse Nadella em janeiro, durante a apresentação do Windows 10. A frase foi reprisada em um vídeo logo no começo do evento desta terça (21), que também foi transmitido pela internet. Mas talvez nem fosse necessário: os desenvolvedores já estão apaixonados pelo novo sistema operacional da Microsoft.

“Estou convencido a fazer algo com o Windows 10. A possibilidade de colocar um app no Xbox com a arquitetura para iOS, por exemplo, é muito legal”, diz Leandro Cordeiro, 30 anos, que nunca desenvolveu para o sistema operacional. “Era muito ruim desenvolver para Windows. Por isso, nunca havia sequer baixado algum kit de desenvolvimento para ele. Com essas novidades, principalmente a integração do desktop para mobile, já coloquei o Windows 10 na lista de downloads”, diz Alex Estevam, 33 anos.

A plateia de desenvolvedores já chegou conquistada. Talvez porque eles já haviam ouvido tudo o que precisavam na edição mundial do Build, que aconteceu no final de abril em Seattle e cujo conteúdo inspirou boa parte da edição brasileira do evento. O mantra entoado pelos executivos da Microsoft em 29 de abril foi repetido no campo do Palmeiras: somos uma nova empresa. “Como desenvolvedores, essa é nosso maior oportunidade em muito tempo. Ter a chance de rodar o mesmo aplicativo em desde um Raspberry Pi até um Surface de 84 polegadas é espetacular”, diz Brown.

O conceito de “aplicativo universal” da Microsoft faz com que os desenvolvedores usem apenas uma API, um sistema operacional e um conjunto de ferramentas para desenvolver aplicações para qualquer aparelho que rode o Windows 10.

“Nossa ideia é ter um bilhão de dispositivos com o novo sistema operacional em até três anos. Claro que a atualização gratuita das versões anteriores irá contribuir com esse número, mas a ideia é que o maior número possível de consumidores e desenvolvedores adotem o Windows 10”, diz o gerente de produtos da Microsoft.

Além do aplicativo universal, outra forma de atrair desenvolvedores é a possibilidade de transferir código escrito para o iOS e Android ao Windows 10, uma funcionalidade que também se estende para o Azure, a tecnologia de cloud da empresa. “Não queremos forçar vocês a usarem tecnologia Microsoft. Estamos abertos desde o Linux até o Python”, diz o brasileiro Mat Velloso, que faz parte da equipe de desenvolvimento do Azure.

Apesar das poucas novidades (ainda não se sabe a data exata de lançamento do sistema operacional ou se existirá um novo Surface Pro), o evento foi bem sucedido na tentativa de cortejar uma plateia que já chegou conquistada. “O feedback que tivemos de nossos clientes e da comunidade de desenvolvedores tem sido excepcional desde a Build nos Estados Unidos. É muito legal saber que somos legais de novo”, diz Pete Brown. 

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