Além de resolver os problemas gerados pelo apagão, a empresa conta com outro desafio de imagem: o de garantir que a empresa não causa danos em seus serviços (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 8 de outubro de 2021 às 15h52.
Última atualização em 8 de outubro de 2021 às 15h55.
Que o apagão do Facebook custou milhões ao Facebook, todos já sabem. Mas quanto exatamente a empresa perdeu em cada país? Uma nova estimativa aponta que o Brasil foi onde a companhia liderada por Mark Zuckerberg teve maior prejuízo na América Latina ao ter WhatsApp, Instagram e Facebook fora do ar por seis horas na última segunda-feira.
O levantamento da consultoria Netblocks indica que a empresa perdeu 24,7 milhões de dólares só no Brasil por causa do apagão.
Entre os mais impactados pela ausência das redes sociais no país, estão as pequenas e médias empresas: ao todo, 70% das PMEs sofreram impactos negativos em vendas, sendo o WhatsApp a ferramenta mais utilizada por elas para concluírem vendas (84%), como mostra levantamento realizado pelo Sebrae. Como consequência do impacto gerado, o Procon-SP notificou o Facebook. Caso o problema não tenha sido causado por evento externo, a empresa pode ser multada em até R$ 10 milhões.
Completando a lista de países mais impactados na América Latina, estão México (13,8 milhões de dólares) e Argentina (7,7 milhões de dólares). No total, a empresa americana, baseada em Menlo Park, deixou de faturar 71,5 milhões de dólares.
Vale lembrar que o Facebook arrecada mais de 98% da própria receita com mais de 10 milhões de anunciantes ativos. Nos três meses encerrados em 30 de junho, a rede obteve uma média de US$ 78 milhões em vendas de anúncios a cada seis horas, globalmente.
Além de resolver os problemas gerados pelo apagão, a empresa conta com outro desafio de imagem: o de garantir que a empresa não causa danos aos usuários em seus serviços. Em uma denúncia feita recentemente por uma ex-gerente de projetos da empresa -- e exposta no Wall Street Journal -- a empresa tem estudos do efeito nocivo que o Instagram pode causar em adolescentes.
Em resposta a essas acusações, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, negou que as plataformas priorizem lucro em vez de segurança. Entre os exemplos usados pelo executivo para corroborar a tese, estão a mudança no feed de notícias do Facebook, que favorece conteúdos de amigos de usuários -- tirando, por consequência, conteúdo de empresas.