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Pequim responde Índia após país banir mais aplicativos chineses

Os dois países trocam farpas desde junho, quando houve confronto na fronteira do Himalaia. De lá para cá, a Índia já baniu mais de 200 apps chineses

Índia: tensão com a China ficou elevada após conflito na fronteira do Himalaia mais cedo neste ano (Dhiraj Singh/Bloomberg)

Índia: tensão com a China ficou elevada após conflito na fronteira do Himalaia mais cedo neste ano (Dhiraj Singh/Bloomberg)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 26 de novembro de 2020 às 19h14.

Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 20h59.

A China acusou a Índia de violar práticas da Organização Mundial de Comércio (OMC) depois que o país baniu mais 43 aplicativos de origem chinesa na terça-feira, 24. Não é a primeira leva de apps chineses banidos pelo governo indiano: a contenda começou ainda em junho, quando Nova Délhi ordenou a proibição de 59 aplicativos, incluindo o sucesso TikTok.

Segundo a Índia, os apps foram banidos na terça porque eles estão envolvidos em atividades que ameaçam a segurança nacional do país. O país afirma ter chegado a essa conclusão após apurar informações recebidas pelo Centro de Coordenação Indiano de Cyber Crime. Até o momento, 220 apps foram banidos pelo governo indiano, incluindo alguns fabricados por gigantes chineses, como ByteDance, Tencent e Alibaba.

"Nós firmemente nos opomos ao repetido uso de 'segurança nacional' como uma desculpa para proibir aplicativos móveis vindos da China", afirmou Ji Rong, porta-voz da embaixada chinesa na Índia em um comunicado.

Entre os apps afetados estão uma alternativa ao TikTok, chamado Kuaishow, produzido pela Tencent, além do Snack Video, que tem dominado as listas de mais baixados nas últimas semanas. A plataforma de e-commerce AliExpress e o app de streaming Taobao, ambos da Alibaba, também foram banidos.

"Esperamos que o lado indiano forneça um ambiente de negócios justo, imparcial e não discriminatório para todos os participantes do mercado, de diferentes países, incluindo a China, e retifiquem as práticas discriminatórios que violam as regras da OMC", afirmou a embaixada em nota.

O escrutínio digital é parte de um novo capítulo na problemática relação entre os dois países recentemente. Duas potências nucleares, Índia e China entraram em confronto direto na região do Himalaia em junho. Pela primeira vez em 45 anos, um incidente deste tipo deixou fatalidades. Foram pelo menos 20 indianos mortos e um número desconhecido de óbitos chineses.

Os acontecimentos elevaram a temperatura entre os dois países, potências nucleares e donas das maiores populações do planeta. Índia e China disputam há décadas essa região e entraram em guerra em razão disso em 1962. O local do embate é conhecido como Linha de Controle Real e fica no Vale de Galwan (Ladakh). Faz parte da Caxemira, uma área altamente militarizada e disputada, e é uma fronteira comum de cerca de 3.500 quilômetros.

 

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