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Review: Pequenas inovações fazem do iPhone 7 um aparelho único

Smartphone se destaca por ter câmera dupla e nova tecnologia no botão home, mas peca pela ausência de conector para fones; leia a análise

 (Victor Caputo/Site Exame)

(Victor Caputo/Site Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 05h55.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 18h19.

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São Paulo – O iPhone 7 não trouxe a esperada reformulação visual e ainda gerou polêmica porque não tem entrada para fones de ouvido tradicionais. A diferença do valor do dólar em relação ao ano passado ajudou a diminuir o preço do produto em 2016. Antes, o modelo mais básico custava 3.999 reais e agora ele sai por 3.499 reais – e tem 32 GB de armazenamento em vez de 16 GB. Como faz já há dois anos, o iPhone 7 chega também com uma versão Plus. É nela que a Apple colocou o máximo de inovação e, por isso, vamos avaliá-la neste review. Para esse modelo, o preço inicial sugerido é de 4.099 reais.

Design

O visual do iPhone 7 Plus mudou. Não é possível dizer que ele é completamente diferente do modelo anterior. Porém, logo ao primeiro toque, você sabe que está com um produto novo e bem distinto em mãos. Um dos fatos mais surpreendentes é o perceptível trabalho de design da Apple para tornar muito discreta a transição do vidro para o alumínio na borda da tela.

Os botões de volume e desbloqueio de tela não mudaram de lugar. A usabilidade, nesse ponto, é exatamente a mesma. Agora, a história é bem diferente quando falamos do botão home. Ele tem uma tecnologia de toque semelhante àquela usada pela Apple no trackpad do Novo MacBook, que permite um toque mais profundo para desbloquear funções diferentes. No iPhone 7 Plus, é um motor tátil, chamado pela Apple de Taptic Engine, que substitui o antigo botão físico. No primeiro acesso ao produto, você pode configurar o nível de pressão que quer exercer para ativar o motor tátil. São 3 opções e nenhuma delas passa a mesma sensação que a de um botão físico.

O iPhone 7 Plus é o primeiro da Apple a ser resistente a respingos, assim como a sua versão menor. Ele tem a certificação IP67, o que também lhe confere proteção contra poeira. O nível de resistência à água é inferior ao do concorrente Samsung Galaxy S7 edge, que tem certificação IP68 e pode ficar submerso por 30 minutos a um metro e meio de profundidade. O iPhone só pode ser mergulhado a um metro de profundidade. Ainda assim, se o seu iPhone pegar uma chuva, cair dentro da pia quando a torneira estiver ligada ou se o pior acontecer (cair dentro da privada), ele deve resistir sem precisar de reparos na assistência técnica.

Como nas versões passadas, o modelo Plus tem tela de 5,5 polegadas com resolução Full HD. Há um efeito visual nesse display que passa a impressão do conteúdo estar se destacando do celular. Isso é algo ainda sem igual no mercado. Por outro lado, digitar nesse aparelho com uma mão só ainda é problemático. A ergonomia melhorou muito do iPhone 6s Plus para o novo, mas ainda é preciso utilizar as duas mãos na maioria das situações de uso do produto.

E, claro, não há conector para fones de ouvido de 3,5 mm. A Apple colocou na caixa um adaptador para ligar acessórios de áudio no conector Lightning, também usado para carregar a bateria do aparelho. Com a medida de remover a entrada para fones, a Apple força uma mudança de cultura que deve acelerar a adoção de fones Bluetooth, que consomem mais bateria do celular e são mais caros do que os tradicionais.

Câmeras

O iPhone 7 Plus dá um show quando o assunto é fotografia. São várias as mudanças nas câmeras. As fotos vivas continuam lá (agora editáveis com o iOS 10 e compartilháveis como gifs no WhatsApp). A câmera principal é dupla no 7 Plus. Ela tem lentes com distância focal diferentes. Isso permite que você use um recurso ao estilo zoom óptico. Basta tocar no botão na tela 1x para que ele mude para 2x e a cena fique muito mais próxima e sem a perda de qualidade típica do zoom digital. A transição de câmeras é tão veloz que chega a ser imperceptível.

A fidelidade de cores do iPhone 7 Plus é ótima. O espectro de cores que ele pode registrar é maior do que o de qualquer outro iPhone do passado. Outra novidade, ainda em fase beta, é uma otimização de software que permite ao usuário tirar fotos com o efeito ao estilo Depth of Field (Bokeh). Com isso, você consegue reproduzir o efeito comum em câmeras DSLR: desfocar o fundo e manter o personagem da cena em foco. Além disso, as fotos panorâmicas agora ficam menos distorcidas e é mais fácil registrar todo um ambiente aberto rapidamente. O ponto fraco da câmera do iPhone continua a ser as cenas pouco iluminadas ou noturnas. O nível de detalhe é um pouco baixo e, nesse ponto, o S7 edge, da Samsung, se sai melhor.

A câmera frontal também melhorou. Agora ela captura cenas com 7 MP e tem flash na tela. Infelizmente, o modo Retrato (que faz o Depth of Field) não funciona para selfies. Talvez seja algo para o futuro do iPhone. O que temos hoje é uma fidelidade de cores excelente para selfies sob luz natural.

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O iPhone 7 Plus continua a gravar vídeos em câmera lenta e em time-lapse, dois modos divertidos de uso. Basta deixar a criatividade correr solta e filmar para compartilhar vídeos ótimos feitos com o celular.

Configuração

O iPhone 7 Plus adotou o estilo Qualcomm de fazer processadores. Há agora quatro núcleos de processamento, sendo dois deles de baixa performance e alta economia de bateria e dois de alto desempenho. Isso é uma boa notícia para quem ficava sem bateria antes do final do dia apesar de não usar o produto o tempo todo.

A capacidade de memória padrão aumentou. Agora, o iPhone 7 mais barato tem 32 GB de armazenamento interno. Isso é especialmente importante para quem vai tirar muitas fotos com o gadget. Se você usar o Depth of Field, por exemplo, duas fotos serão registradas ao mesmo tempo, uma com o efeito e outra sem. Se você não tem o hábito de organizar suas fotos, você ficaria sem espaço no celular rapidamente se tivesse somente 16 ou 8 GB. Como esperado, o produto continua sem entrada para cartões microSD.

Uma das coisas mais legais para quem joga games de ação no iPhone é o motor tátil. Ele pode ser usado por desenvolvedores para que a interação do usuário com a tela gere uma vibração no aparelho. É como se você estivesse jogando PlayStation com um controle DualShock. Cada vez mais a experiência de jogar em dispositivos móveis como o iPhone se aproxima da experiência de um console, apesar da tela pequena.

Bateria

O iPhone 7 Plus tem uma bateria boa para o uso diário. Durante os testes do INFOlab, passamos por duas situações. A primeira delas foi usar o aparelho ao longo do dia. O resultado foi que a bateria terminou por volta das 19h, sendo que ele recebera uma carga completa às 9h. O uso foi intenso: captura de fotos, navegação em apps como Instagram e Facebook, leitura e escrita de e-mails e até mesmo compartilhamento de internet móvel via hotspot. Tudo isso foi feito com brilho de tela no máximo e Bluetooth e Wi-Fi sempre ativos.

A segunda situação foi o teste tradicional do laboratório. O iPhone 7 Plus reproduziu vídeos da Netflix nas mesmas condições citadas. Com isso, os núcleos de alto desempenho do processador do produto ficaram sempre ativos. Isso resultou em um tempo de uso abaixo do registrado não só pelo iPhone 6s Plus, mas também pelo iPhone 6s, que tinha bateria de menor capacidade. Foram somente 5 horas e 30 minutos de teste até que a bateria terminasse. Com isso, se você usa o seu smartphone como principal plataforma de games e reprodução de vídeos, é melhor ter o carregador sempre por perto.

Vale a pena?

Dizer se o iPhone 7 Plus vale a pena ou não depende de alguns fatores. Se você já tem um 6s Plus, o upgrade não faz muito sentido – exceto pela câmera. Se esse for seu primeiro iPhone, aí é um bom negócio. O fato é que o produto não mudou muito em relação à geração passada. Porém, as pequenas inovações do iPhone 7 Plus o tornam um aparelho único no mercado. A Samsung teria sido páreo-duro para ele, não fosse pelo problema na bateria do Galaxy Note 7. O S8 deve colocar as empresas em pé de igualdade novamente.

Avaliação

9.3/10

Prós: Sensor de impressões digitais, motor tátil, bom design e câmeras excelentes.
Contras: conector para fones de ouvido faz falta e bateria poderia durar mais.

Ficha técnica

  • Sistema operacional: iOS 10
  • Processador: Apple A10 Fusion
  • CPU: Quad-core 2.23 GHz
  • GPU: seis núcleos de processamento 
  • RAM: 3 GB
  • Armazenamento: 32 GB
  • Conexões: Wi-Fi 802.11ac, 4G, Bluetooth
  • Tela: 5,5 polegadas com resolução Full HD (1.080 x 1.920)
  • Peso: 188 gramas
  • Bateria: 2.900 mAh
  • Câmeras: duas de 12 megapixels (principal) e 7 megapixels (frontal)
  • Preço: R$ 4.099

Review atualizado para esclarecimento de termos usados nos parágrafos sobre a câmera e para corrigir a resolução de câmera frontal, que é de 7 MP, e não de 8 MP. 

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