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Para ex-presidente do Google, empresas precisam de ajuda contra a China

O executivo Eric Schmidt acredita que os Estados Unidos precisarão ajudar as empresas de tecnologia na corrida pelo mercado de inteligência artificial

Eric Schmidt: ex-presidente do Google acredita que a China seja uma ameaça aos Estados Unidos no campo de inteligência artificial (Getty Images/Getty Images)

Eric Schmidt: ex-presidente do Google acredita que a China seja uma ameaça aos Estados Unidos no campo de inteligência artificial (Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 16h31.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às 16h49.

Para Eric Schmidt, ex-presidente do Google, as grandes empresas de tecnologia precisam de ajuda do governo americano para combater o avanço das companhias chinesas na corrida pela dominância do mercado de inteligência artificial e outras tecnologias globalmente importantes. Em uma carta aberta no jornal americano The New York Times, Schmidt disse acreditar que esse seria um jeito de os Estados Unidos competirem de maneira séria contra a China, uma vez que os americanos precisam contar apenas com o setor privado para atingir inovação tecnológica -- algo que não acontece na China.

Segundo dados do estudo Global AI Index, da empresa de mídia britânica Tortoise, os Estados Unidos lideram o setor de inteligência artificial, mas a China está em segundo lugar e possui uma estratégia de governo que marca 100 pontos no ranking, enquanto os Estados Unidos pontuam apenas 68,5 nesse quesito.

Schmidt almeja incentivar o governo americano a fazer mais parcerias com empresas nacionais e a viabilizar novas formas de captação de recursos para pesquisa de tecnologias inovadoras, além de oferecer treinamento melhor do que o atual para pesquisadores. Além disso, o executivo estimula a criação de uma empresa que concorra com a Huawei, que atua em inteligência artificial, por exemplo, no campo de visão computacional, com reconhecimento de imagens de pessoas ou placas de veículos.

Para Schmidt, além dessa série de reformas, os Estados Unidos precisam regular de forma pioneira a inteligência artificial, o que pode ajudar o país a desenvolver negócios que utilizem essa tecnologia que promete ser o pivô da quarta revolução industrial na economia mundial. "Tendências importantes não estão ao nosso favor. A liderança americana no setor de inteligência artificial, por exemplo, é precária. Essa tecnologia irá abrir novas oportunidades em todas as áreas, da biotecnologia ao setor bancário, e ela também deve ser prioridade para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Liderar globalmente o setor de inteligência artificial é essencial para o crescimento da nossa economia e para a proteção da nossa segurança", escreve Schmidt.

O Brasil está entre os atrasados na tendência de inteligência artificial. O país figura na 44ª posição do ranking Global AI Index com problemas sérios em todos os itens essenciais para o desenvolvimento tecnológico de um país perante essa tendência global, como profissionais talentosos, infraestrutura, ambiente operacional, pesquisa, desenvolvimento, estratégia de governo e ambiente comercial.

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