Os maiores acidentes nucleares da história
Após terremotos e tsnunami, o Japão é assombrado pelo medo de uma tragédia nuclear, que pode se tornar uma das mais graves já registradas. Confira a lista das piores, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h50.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h35.
São Paulo - Conhecido como o pior acidente nuclear da história, e o único a receber classificação 7, nível máximo na escala da Agência Internacional de Energia Atômica ( Aiea ), a catástrofe de Chernobyl ocorreu durante um teste de sistema no reator 4 da central nuclear, perto da cidade de Pripyat, na antiga República Socialista Soviética da Ucrânia.
No dia 26 de abril, uma série de explosões liberou na atmosfera um volume de partículas radiotivas 400 vezes maior que o liberado pela bomba atômica de Hiroshima, no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 200.000 km² de terra foram contaminados. Um relatório da ONU, lançado em 2005, estimou em 4 mil o número de pessoas mortas "provavelmente de câncer" na Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia.
Mas estudos recentes multiplicam por 10 os registros de óbitos e apontam centenas de anomalias relacionadas à tragédia nuclear. Pripyat (foto), que foi construída para servir de moradia para trabalhadores da usina de Chernobyl, agora não passa de uma cidade fantasma.
No dia 26 de abril, uma série de explosões liberou na atmosfera um volume de partículas radiotivas 400 vezes maior que o liberado pela bomba atômica de Hiroshima, no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 200.000 km² de terra foram contaminados. Um relatório da ONU, lançado em 2005, estimou em 4 mil o número de pessoas mortas "provavelmente de câncer" na Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia.
Mas estudos recentes multiplicam por 10 os registros de óbitos e apontam centenas de anomalias relacionadas à tragédia nuclear. Pripyat (foto), que foi construída para servir de moradia para trabalhadores da usina de Chernobyl, agora não passa de uma cidade fantasma.
São Paulo - Após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética estava empenhada em alcançar o poderio nuclear dos Estados Unidos. O governo contratou cientistas renomados para trabalhar em um programa que deu origem a uma dúzia de usinas atômicas pelo país, incluindo a construção da usina de Mayak, próxima à pequena cidade de Kyshtym. Mas a pressa em erguer o projeto foi negligente em relação à segurança.
No dia 29 de setembro, uma falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material radioativo. As partículas liberadas contaminaram a região de Mayak e cidades próximas num raio de 800km. Como a cidade de Ozyorsk, sede da tragédia, não integrava oficialmente o mapa soviético, o acidente nuclear ficou conhecido como "O Desastre de Kyshtym", em referência à cidade vizinha.
Na ocasião, o governo russo forçou a evacuação de 10 mil pessoas das áreas afetadas, privando-as de explicações. Só uma semana depois, com o surgimento dos primeiros efeitos físicos e anomalias, é que a população foi oficialmente informada sobre o acidente nuclear. Estima-se que pelo menos 200 pessoas morreram de câncer em decorrência da exposição à radiação.
No dia 29 de setembro, uma falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material radioativo. As partículas liberadas contaminaram a região de Mayak e cidades próximas num raio de 800km. Como a cidade de Ozyorsk, sede da tragédia, não integrava oficialmente o mapa soviético, o acidente nuclear ficou conhecido como "O Desastre de Kyshtym", em referência à cidade vizinha.
Na ocasião, o governo russo forçou a evacuação de 10 mil pessoas das áreas afetadas, privando-as de explicações. Só uma semana depois, com o surgimento dos primeiros efeitos físicos e anomalias, é que a população foi oficialmente informada sobre o acidente nuclear. Estima-se que pelo menos 200 pessoas morreram de câncer em decorrência da exposição à radiação.
São Paulo - O maior acidente nuclear da história dos Estados Unidos, com nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, ocorreu na usina de Three Mile Island, perto de Harrisburg, capital da Pensilvânia. Em 28 de março de 1979, uma pequena válvula foi aberta para aliviar a pressão do reator nuclear, mas, por uma falha técnica, a válvula não voltou a fechar e causou o vazamento de água fervente dentro do núcleo, já superaquecido.
A fusão parcial na usina conseguiu ser controlada e não causou mortes nem ferimentos entre os trabalhadores ou membros das comunidades vizinhas, mas trouxe muitas mudanças relativas à regulamentação das centrais nucleares e sistemas de segurança capazes de responder a emergências.
A fusão parcial na usina conseguiu ser controlada e não causou mortes nem ferimentos entre os trabalhadores ou membros das comunidades vizinhas, mas trouxe muitas mudanças relativas à regulamentação das centrais nucleares e sistemas de segurança capazes de responder a emergências.
São Paulo - Mas um acidente fruto da negligência com a segurança, dessa vez no Reino Unido. Durante a corrida armamentista nuclear, após a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra resolveu construir uma bomba atômica o mais rápido possível, na cidade de Windscale.
O incidente ocorreu no dia 10 de outubro de 1957, com um incêndio no núcleo do reator britânico, que levou ao vazamento de material radioativo para a atmosfera das regiões vizinhas. Temendo manchar a imagem do seu programa nuclear, o governo inglês tentou esconder o acidente, que teria causado mais de duas centenas de casos de câncer entre as comunidades vizinhas ao incêndio.
O incidente ocorreu no dia 10 de outubro de 1957, com um incêndio no núcleo do reator britânico, que levou ao vazamento de material radioativo para a atmosfera das regiões vizinhas. Temendo manchar a imagem do seu programa nuclear, o governo inglês tentou esconder o acidente, que teria causado mais de duas centenas de casos de câncer entre as comunidades vizinhas ao incêndio.
São Paulo - Sede da indústria nuclear japonesa há mais de 60 anos, Tokaimura, a 140 km de Tóquio, foi palco de um dos piores acidentes envolvendo usinas de energia atômica no Japão.
Em 30 de setembro de 1999, funcionários de uma fábrica de reprocessamento de urânio usaram quantidades excessivas do elemento metálico radioativo em um reator desativado há mais de um ano. Mais de 600 pessoas foram expostas à radiação alta liberada após uma reação nuclear descontrolada no reator.
Em 30 de setembro de 1999, funcionários de uma fábrica de reprocessamento de urânio usaram quantidades excessivas do elemento metálico radioativo em um reator desativado há mais de um ano. Mais de 600 pessoas foram expostas à radiação alta liberada após uma reação nuclear descontrolada no reator.
São Paulo - Classificado como de grau 4, o acidente na usina de Bohunice, na Tchecoslováquia, então parte da União Soviética, ocorreu no dia 22 de fevereiro de 1977. Após uma mudança de combustível nuclear, alguns absorventes de umidade que cobrem as barras de combustível não foram removidos corretamente.
Com isso, a ação do gás refrigerante que atua na manutenção da temperatura do reator foi afetada e o combustível sofreu um superaquecimento, que levou à corrosão do reator. Gases radioativos se espalharam por toda a área da usina. Segundo a Aiea, não existem estimativas adequadas sobre feridos ou mortos porque, na ocasião, o acidente teria sido encoberto pelo governo.
Com isso, a ação do gás refrigerante que atua na manutenção da temperatura do reator foi afetada e o combustível sofreu um superaquecimento, que levou à corrosão do reator. Gases radioativos se espalharam por toda a área da usina. Segundo a Aiea, não existem estimativas adequadas sobre feridos ou mortos porque, na ocasião, o acidente teria sido encoberto pelo governo.
São Paulo - No Brasil, em 13 de setembro 1987, um acidente radiológico envolveu o Césio-137, poluente tóxico sem níveis seguros de exposição. Uma cápsula contendo o elemento foi encontrada nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia e vendida a um ferro-velho (foto).
A luminescência do césio atraiu a atenção de moradores da região que o passaram de mão em mão. Mais de 800 pessoas foram contaminadas e pelo menos outras 200 morreram devido aos efeitos da radiação.
A luminescência do césio atraiu a atenção de moradores da região que o passaram de mão em mão. Mais de 800 pessoas foram contaminadas e pelo menos outras 200 morreram devido aos efeitos da radiação.
São Paulo - Apelidado de "Fazedor de Viúvas", o K-19, primeiro submarino soviético a carregar mísseis balísticos, estava em exercício no Atlântico Norte no dia 4 de julho de 1961, quando uma falha no sistema de refrigeração aumentou a temperatura do reator a ponto de ameaçar o derretimento do seu núcleo.
Para raparar o problema, todos os 139 tripulantes, além do capitão, permaneceram a bordo, expostos à radiação que vazava do compartimento do reator. O sacrifício dos marinheiros impediu uma explosão nuclear semelhante à de Chernobyl.
Para raparar o problema, todos os 139 tripulantes, além do capitão, permaneceram a bordo, expostos à radiação que vazava do compartimento do reator. O sacrifício dos marinheiros impediu uma explosão nuclear semelhante à de Chernobyl.
São Paulo - Localizada a 65 quilômetros de Las Vegas, Yuca Flat é uma das regiões de testes nucleares do estado americano de Nevada.
No dia 18 de dezembro de 1970, um exercício de detonação de dispositivo de alta potência no subterrâneo da região provocou rachaduras no solo e detritos radioativos escaparam para a atmosfera. Oitenta e seis trabalhadores no local foram expostos a radiação.
No dia 18 de dezembro de 1970, um exercício de detonação de dispositivo de alta potência no subterrâneo da região provocou rachaduras no solo e detritos radioativos escaparam para a atmosfera. Oitenta e seis trabalhadores no local foram expostos a radiação.