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Os 3 perfis de usuários do WhatsApp que ajudam a eleger Bolsonaro

Aplicativo de mensagens tomou medidas para prevenir que fosse usado com fins de campanha eleitoral, mas não conseguiu conter as fake news

 (Reprodução/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 17h11.

Última atualização em 25 de outubro de 2018 às 17h19.

São Paulo – O jornal britânico The Guardian publicou hoje um artigo descrevendo os três perfis de brasileiros que usam o WhatsApp e ajudam a eleger Jair Bolsonaro (PSL) como presidente.

Com 120 milhões de usuários ativos, o WhatsApp aparece mensalmente no topo da lista de downloads da consultoria AppAnnie, que monitora os apps mais baixados no Brasil.

As fake news, notícias falsas, são usadas nas campanhas políticas deste ano, e o app de mensagens é uma das principais fontes de notícias dos brasileiros, de acordo com um estudo conduzido pelo Instituto Reuters de Jornalismo em parceria com a Universidade de Oxford e com a BBC, divulgado no ano passado.

Os três perfis são chamados pelo The Guardian de brasileiros médios, Bolsominions e influenciadores. O artigo é assinado por David Nemer, professor-assistente da Escola da Ciência da Informação, na Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos.

Vale notar que o WhatsApp tomou uma série de medidas para evitar problemas com as fake news no período eleitoral no Brasil, mas elas não foram o suficiente. A empresa apoia projetos contra notícias falsas, como o Comprova, que tem jornalistas de 24 veículos de mídia brasileiros; restringiu o compartilhamento rápido de mensagens com um grande número de pessoas; e colocou um aviso sobre todas as mensagens que são encaminhadas, esclarecendo que os conteúdos não foram enviados especialmente para uma pessoa ou outra.

Brasileiros médios

Esse grupo é composto por homens e mulheres de todas as classes sociais que compartilham características como a falta de confiança na mídia e experiências de vida que os levam a votar em Bolsonaro.

Essas pessoas são as que respondem a resultados de pesquisas eleitorais compartilhadas no app com emojis de bandeiras ou de armas, fazendo referência às declarações do candidato do PSL sobre permitir que policiais atirem em criminosos.

Bolsominions

O termo também usado popularmente no Brasil é usado para descrever o grupo de pessoas que são seguidoras fiéis de Bolsonaro. Quando são administradores de grupos no WhatsApp, eles banem quem tiver ideias contrárias às do candidato. Mesmo o mero questionamento sobre a não participação no debate televisivo já é motivo o suficiente para expulsões.

O The Guardian descreve esses usuários do WhatsApp como pessoas que se munem de notícias falsas para defender Bolsonaro. Os mais apaixonados chegam a propagar as fake news com seus contatos.

Influenciadores

Esse é o menor dos grupos, de acordo com o jornal britânico, talvez represente apenas 5% dos usuários que participam de grupos políticos no WhatsApp. No entanto, eles têm poder de influência. Eles não são os mais ativos no debate, dedicam o tempo à criação e divulgação de fake news, além de coordenarem protestos tanto online quanto no mundo real.

Esse perfil de usuários não está presente apenas no WhatsApp. Eles também atuam em redes sociais, como o Facebook, e na plataforma de vídeos YouTube.

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