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Operadoras preparam petição contra WhatsApp

Operadoras de telecomunicações pretendem entregar documento com embasamentos econômicos e jurídicos contra o funcionamento do aplicativo

WhatsApp: uma das empresas do setor estuda também entrar com uma ação judicial contra o serviço (desireecatani/ Flickr)
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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 14h34.

São Paulo - Operadoras de telecomunicações no Brasil pretendem entregar a autoridades locais em dois meses um documento com embasamentos econômicos e jurídicos contra o funcionamento do aplicativo WhatsApp , controlado pelo Facebook, disseram à Reuters três fontes da indústria.

Uma das empresas do setor estuda também entrar com uma ação judicial contra o serviço, afirmou uma das fontes.

O questionamento a ser entregue à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) será feito contra o serviço de voz do WhatsApp, e não sobre o sistema de troca de mensagens do aplicativo, disse a mesma fonte.

A ideia é questionar o fato de a oferta do serviço se dar por meio do número de telefone móvel do usuário, e não através de um login específico como é o caso de outros softwares de conversas por voz, como o Skype, da Microsoft.

"Nosso ponto em relação ao WhatsApp é especificamente sobre o serviço de voz, que basicamente faz a chamada a partir do número de celular", disse a fonte, que assim como as outras duas falou sob condição de anonimato.

"O Skype tem identidade própria, um login, isso não é irregular. Já o WhatsApp faz chamadas a partir de dois números móveis", acrescentou.

O argumento das operadoras é que o número de celular é outorgado pela Anatel e as empresas de telefonia pagam tributos para cada linha autorizada, como as taxas do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), o que não é feito pelo WhatsApp.

De acordo com a consultoria especializada Teleco, as operadoras pagam 26 reais para a ativação de cada linha móvel e 13 reais anuais de taxa de funcionamento. Além da questão econômico-financeira, as operadoras estão sujeitas às obrigações de fiscalização e qualidade com a Anatel e sujeitas a multas, enquanto isso não acontece com o WhatsApp.

Procurada, a assessoria de imprensa do WhatsApp nos Estados Unidos não respondeu a pedidos de comentários. A assessoria de imprensa do Facebook no Brasil afirmou que a empresa não responde pelo WhatsApp no país. Embora o WhatsApp já permitisse envio de gravações de áudio por meio de mensagens, a empresa passou a oferecer recentemente serviço de ligações de voz pela Internet no Brasil.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo no começo desta semana, o presidente da Telefônica Brasil, Amos Genish, afirmou que o WhatsApp "é uma operadora pirata" e que a empresa planejava fazer uma petição ao Conselho da Anatel questionando o aplicativo, sem dar muitos detalhes.

Segundo duas das fontes, todas as operadoras estão envolvidas na elaboração da reclamação a ser entregue à Anatel, apesar de algumas delas, como TIM Participações e Claro, terem firmado parcerias comerciais com o WhatsApp para oferecer acesso grátis ao aplicativo, sem desconto na franquia de dados dos usuários.

Contudo, essa oferta não se estende ao serviço de voz do WhatsApp, que é descontado da franquia do cliente.

Uma dessas fontes disse que o setor está unido contra o "desequilíbrio" existente em relação a serviços similares aos de telecomunicações e que não têm arcabouço regulatório. Segundo essa fonte, o assunto já foi levado ao Ministério das Comunicações, mas a forma de tratar o tema "ainda não está fechada".

Procuradas, Telefônica Brasil (que opera sob a marca Vivo), Claro, Oi e TIM não se manifestaram sobre o assunto. A associação de operadoras, o Sinditelebrasil, disse que não falaria sobre o tema. Representantes da Anatel não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

Uma fonte da Anatel, que não quis se identificar, disse que não há nenhum pleito na agência referente ao WhatsApp, e que caso haja algum requerimento por parte das operadoras, o órgão regulador analisará se o aplicativo poderá ser categorizado como um serviço telecomunicações.

"A questão dos aplicativos se insere em debates maiores, internacionais, entre as empresas de telefonia e os provedores de conteúdo. Mas tem de ficar claro que se trata de serviço de valor adicionado. A Anatel não regula aplicativos", disse a fonte da Anatel. "Não sei se a Anatel tem competência para analisar o serviço, que não é de voz tradicional", acrescentou.

DEFESA DE CONSUMIDORES

Órgãos de defesa do consumidor, no entanto, questionam o argumento das operadoras. De acordo com a advogada Flávia Lefévre, da Proteste, mesmo utilizando o número de celular do usuário, o serviço de voz do WhatsApp é oferecido por meio da Internet, não se tratando de uma ligação tradicional.

"Tanto no Skype como no WhatsApp a transmissão (da voz) se dá por meio de pacote de dados, que é diferente de uma ligação da telefonia", disse Flávia.

O advogado Guilherme Ieno, sócio da área de telecomunicações do escritório Koury Lopes Advogados, concorda com a representante da Proteste. Para ele, as operadoras não podem impor restrições quanto ao conteúdo dos pacotes trafegados.

O WhatsApp é o serviço de mensagens mais popular nos smartphones, com mais de 450 milhões de usuários no mundo todo. Recentemente, o app foi comprado pelo Facebook, uma empresa que colaborou com a espionagem da agência americana de inteligência NSA. Confira a seguir 10 alternativas gratuitas ao WhatsApp.
  • 2. Viber

    2 /10(Divulgação/Viber)

  • Veja também

    O Viber é um aplicativo mais completo. Diferentemente do WhatsApp, ele permite fazer ligações, além de compartilhamento de mensagens em diversos formatos. Tudo funciona via internet. Em termos de comparação, ele chega até mesmo a ser mais semelhante ao Skype.
  • 3. MessageMe

    3 /10(Reprodução)

  • Assim como os demais, o MessageMe permite o envio de mensagens via internet, sem custo. Como diferencial, ele permite enviar desenhos feitos na hora para seus contatos (lembra daquele recurso no MSN?), além de fotos, vídeos, áudio e sua localização atual.
  • 4. Snapchat

    4 /10(Patrick Fallon/Bloomberg)

    O Snapchat é um aplicativo de mensagens que são "destruídas" após 10 segundos. É ideal para quem não gosta de históricos de mensagens.
  • 5. WeChat

    5 /10(Divulgação)

    O WeChat é um concorrente direto do WhatsApp. Criado na China, ele tem quase meio milhão de usuários e conta com compartilhamento de mensagens e arquivos de mídia em smartphones e tablets.
  • 6. ChatOn

    6 /10(Reprodução)

    O ChatOn é um aplicativo criado pela Samsung que vem instalado na maioria dos aparelhos da empresa. Ele permite o envio de mensagens e também de documentos aos contatos.
  • 7. Wickr

    7 /10(Divulgação)

    O Wickr é um aplicativo que permite o envio de mensagens gratuitas por internet, mas com o diferencial é que os dados são criptografados. O app não conta com uma grande quantidade de usuários, mas esse recurso torna-o mais seguro do que os demais.
  • 8. Fring

    8 /10(Reprodução)

    O Fring tem um diferencial interessante: além de mensagens de texto, ele permite chamadas em vídeo em grupo, gratuitamente, diferentemente do Skype. Ele é compatível com Android e iOS, mas não em um sistema tão completo quanto o do WhatsApp, por exemplo. É possível, ainda assim, enviar arquivos para os contatos.
  • 9. Line

    9 /10(Reprodução/play.google.com)

    O Line é um aplicativo semelhante ao Viber. Ele permite o envio de mensagens em texto e ligações por internet, sem custos.
  • 10. Hangouts

    10 /10(Divulgação)

    O Hangouts é o serviço de mensagens do Google. Integrado ao Gmail e ao Google+, ele também conta com um aplicativo para smartphones com sistema Android e iOS.
  • Acompanhe tudo sobre:InternetTelecomunicaçõesWhatsApp

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