Manifestante anti-governo durante confronto com as forças policiais na praça Altamira, em Caracas, na Venezuela (Marco Bello/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2014 às 23h44.
Paris - O aumento da censura na internet na Venezuela, com a restrição de acesso a alguns sites e redes sociais, é o principal retrocesso registrado na América Latina no relatório sobre censura na rede divulgado nesta terça-feira pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Em um continente onde o acesso à internet é livre e sem dificuldades, com a exceção de Cuba, o estudo anual da RSF se mostra muito duro com a atuação do governo do presidente Nicolás Maduro e, em particular com a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel).
A Venezuela tinha deixado de integrar a lista de países sob vigilância por controle sobre a rede em 2012, mas a organização de defesa da imprensa voltou a acionar os alarmes sobre o país sul-americano.
Concretamente, a RSF aponta dois episódios de ingerência da Conatel. Em novembro de 2013, o órgão ordenou que os provedores de internet bloqueassem o acesso das conexões do país aos sites que informavam as taxas de câmbio do dólar paralelo.
Ao longo do último mês, a Comissão se empenhou em determinar que as redes sociais, em particular o 'Twitter', fizesse um filtro e restringisse o trânsito de imagens relacionadas com as manifestações antigovernamentais que acontecem no país.
'Trata-se de dois casos pontuais de censura, mas o mais preocupante é que a Conatel não parece ter limites, não é possível saber até onde ela pode ir, pode censurar qualquer meio', disse à Agência Efe a responsável da RSF para a América Latina, Camille Soulier. EFE