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SpaceX já tem nova data para iniciar aventura de levar 1 milhão a Marte

É a primeira missão tripulada da empresa de Elon Musk e a primeira da Nasa em parceria com uma empresa privada

Trump é uma das autoridades que deverão estar no centro espacial na Flórida para assistir ao lançamento (Steve Nesius/Reuters)

Trump é uma das autoridades que deverão estar no centro espacial na Flórida para assistir ao lançamento (Steve Nesius/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 27 de maio de 2020 às 07h04.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 17h34.

Depois do cancelamento em cima da hora do lançamento na última quarta-feira (27), o bilionário Elon Musk dará neste sábado (30) um pequeno passo, mas importante passo rumo ao sonho de um dia levar o homem a outro planeta. Se as condições do tempo permitirem, o foguete Falcon 9 irá decolar amanhã, às 16h22, com destino à Estação Espacial Internacional.

Essa será a segunda tentativa de levar o foguete ao espaço. A primeira estava prevista inicialmente para a última quarta-feira, mas precisou ser suspensa por conta de condições climáticas. Na ocasião, os astronautas já estavam posicionados em seus assentos quando foram informados, dez minutos antes do lançamento, sobre a suspensão temporária da missão.

Na extremidade do foguete estará a cápsula Crew Dragon, com os astronautas americanos Robert Behnken e Douglas Hurley. Será a primeira vez que uma empresa privada levará astronautas ao espaço. Será também a primeira missão espacial partindo de solo americano desde 2011.

Em tempos normais, o acontecimento poderia atrair um grande número de curiosos ao Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida. Por causa da pandemia do coronavírus, porém, a Nasa, agência espacial americana, incentivou as pessoas a assistirem tudo de casa. A Nasa promete fazer transmissão ao vivo de todos os preparativos até o lançamento em seu site. A SpaceX também fará a transmissão ao vivo pela internet, iniciando a cobertura quatro horas antes da decolagem. Na TV, as principais emissoras americanas deverão apresentar flashes ao vivo.

O foguete vai decolar da plataforma de lançamento 39A, a mesma de onde partiu o Apollo 11 levando os primeiros astronautas à Lua, em 1969. O mau tempo, no entanto, poderá adiar o lançamento. A previsão é de forte chuva e tempestades na Flórida ao longo desta quarta-feira. Até ontem à tarde, as chances de condições climáticas favoráveis no momento do voo eram de 60%.

Se o lançamento tiver de ser adiado mais um vez, o voo ocorrerá no domingo, às 16h. O horário é calculado com exatidão para que a cápsula Crew Dragon possa se acoplar à Estação Espacial Internacional no momento em que ela passar, a 27.000 quilômetros por hora, no ponto ideal em sua órbita a pouco mais de 400 quilômetros de altitude da Terra.

O presidente Donald Trump é uma das autoridades que deverão estar no centro espacial na Flórida para assistir ao lançamento. O programa de missão tripulada comercial da Nasa começou durante o governo de Barack Obama, mas Trump encampou a ideia para reafirmar o domínio americano no espaço. Desde 2011, os Estados Unidos precisavam pagar à Rússia para levar seus astronautas ao espaço. Trump quis acabar com essa dependência e, mais do que isso, ordenou que a Nasa volte a enviar astronautas à Lua até 2024.

Elon Musk sonha mais alto. No início deste ano, o fundador da SpaceX e da montadora Tesla revelou detalhes de seu plano de enviar 1 milhão de pessoas a Marte até 2050. Sua ideia é construir uma frota de 1.000 naves espaciais e disponibilizar a viagem ao planeta vermelho “a qualquer pessoa” que tiver interesse. Afirmou que haverá “muitos empregos” na cidade que pretende construir em Marte.

Para isso, é fundamental que o lançamento de amanhã seja um sucesso. Se tudo correr bem, a cápsula Crew Dragon alcançará a Estação Espacial Internacional depois de cerca de 19 horas de viagem. A estação é um laboratório para experiências científicas lançada no espaço em 1998 e que ficou pronta em 2011. Foi lá que o astronauta brasileiro Marcos Pontes, hoje ministro da Ciência e Tecnologia, esteve a bordo da nave espacial russa Soyuz, em 2006.

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