Barack Obama: ex-presidente limitou-se a lançar uma advertência geral para todas as figuras relevantes no cenário internacional (Cathal McNaughton/Reuters)
AFP
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 14h54.
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama afirmou nesta sexta-feira que o poder de redes sociais como Twitter, Facebook ou WhatsApp está levando a "julgamentos precipitados sobre temas complexos", e pediu que todos, principalmente os líderes políticos, pensem antes de tuitar alguma coisa.
Obama recebeu repetidas perguntas sobre seu sucessor, o presidente Donald Trump, durante uma conferência em Nova Délhi promovida por um jornal local, mas limitou-se a lançar uma advertência geral para todas as figuras relevantes no cenário internacional.
"Creio que é importante estar consciente do poder destas ferramentas como também de seus limites", afirmou, quando indagado sobre os perigos do Twitter, uma plataforma através da qual Trump já provocou repetidas controvérsias.
No que foi considerada uma sutil crítica a Trump, a ex-primeira-dama Michelle Obama pediu recentemente aos presentes em um evento que evitassem tuitar tudo que lhes passa pela cabeça.
"Acho que ela estava simplesmente dando um conselho geral, o mesmo conselho que antes ouviam de suas mães: 'não diga de primeira o que que está pensando'", explicou Obama durante o simpósio organizado pelo jornal Hindustan Times.
"Seu pai e sua mãe sabem disso. Ouçam-nos. Não façam coisas assim. Pensem antes de falar, pensem antes de tuitar", acrescentou.
Desde que deixou o poder em janeiro passado, Obama fala pouco do presidente republicano, que se dedica a desmontar boa parte das medidas tomadas nos dois mandatos de seu predecessor democrata.
Mas, nesta sexta, foi mais direto na hora de criticar Trump ao lamentar a "pausa da liderança" de seu país contra o aquecimento climático, aludindo à decisão de seu sucessor de abandonar o Acordo de Paris.
Obama defendeu o Acordo de Paris de 2015, o primeiro pacto que obriga a todos os países a limitar o aquecimento climático e do qual ele foi um dos promotores.
"É um acordo que - apesar de termos uma pequena pausa na liderança dos Estados Unidos - dá a nossos filhos uma oportunidade de se defender ante as mudanças climáticas no planeta", declarou Obama na conferência.
Trump, que chegou a classificar o aquecimento climático de "piada", anunciou em junho a retirada dos Estados Unidos do acordo. Esta retirada não será, no entanto, efetivada antes de novembro de 2020.
Esta decisão tem sido duramente criticada em seu próprio país, onde várias cidade e Estados anunciaram que continuarão adotando as medidas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
"A boa notícia é que nos Estados Unidos há estados, empresas e universidades que continuam trabalhando para que os Estados Unidos respeitem os compromissos que assinamos", destacou Obama.