O aplicativo Uber sob pressão
Protestos de taxistas contra a Uber viraram lugar comum Brasil afora. A novidade mais recente são os protestos de motoristas da Uber contra o próprio aplicativo. É isso que deve acontecer hoje, a partir das 10h, em Porto Alegre. Convocados pela Associação dos Motoristas Privados e de Tecnologias (Ampritec), os motoristas que aderirem à manifestação devem desligar o […]
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 05h29.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h45.
Protestos de taxistas contra a Uber viraram lugar comum Brasil afora. A novidade mais recente são os protestos de motoristas da Uber contra o próprio aplicativo. É isso que deve acontecer hoje, a partir das 10h, em Porto Alegre. Convocados pela Associação dos Motoristas Privados e de Tecnologias (Ampritec), os motoristas que aderirem à manifestação devem desligar o aplicativo entre as 6h e o meio-dia. A principal reivindicação é o fim da possibilidade de pagamento em dinheiro, o que, segundo a categoria, estaria aumentando o número de assaltos a carros que utilizam a plataforma da companhia americana.
Outros problemas também entram na reivindicação. A crise faz com que a maioria deles – 60%, nas estimativas da associação – tenha na Uber sua principal fonte de renda. Assim, a redução nas tarifas feita ao longo do ano passado também é motivo para a paralisação das atividades. Muitos reclamam da dificuldade em se manter com os valores pagos pelo aplicativo.
Na última edição de EXAME, publicada ontem, a matéria de capa trata da crescente competição entre a Uber e seus concorrentes no país, principalmente a 99 (antiga 99Táxis), que recebeu recentemente um aporte de 340 milhões de reais. A companhia americana cresceu no Brasil de forma extremamente rápida, mas começa a enfrentar diversos problemas tanto com os motoristas como com os usuários, que reclamam de queda na qualidade do serviço e temem por episódios de violência cada dia mais comuns. Logo após o anúncio da 99, a Uber disse que investirá 200 milhões de reais na segurança dos usuários e na criação de uma central de atendimento no Brasil.
O fato é que, até agora, não houve um protesto contra a plataforma que tenha sido exitoso. Convocados por pequenos sindicatos e associações, como a Ampritec, as adesões deixam a desejar. Mesmo assim, o número de iniciativas vem crescendo e pode, em algum momento, ser uma barreira para o crescimento da empresa americana. A Uber trabalha para lançar carros autônomos o mais rápido possível. Mas, nos próximos anos, vai precisar se entender mesmo é com seus motoristas de carne e osso.