Azure: servidores da MIcrosoft (Amy Sacka /Microsoft/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 20 de março de 2020 às 13h14.
Última atualização em 20 de março de 2020 às 14h04.
Não faz muitos anos, as empresas de infraestrutura de tecnologia sofriam para atender a alta demanda durante a Black Friday. O resultado era que os sites ficavam fora do ar. Os consumidores deixavam de compras, e as empresas, de vender. Nos últimos dois anos, isso virou raridade porque as empresas de comércio eletrônico passaram a usar uma solução de computação em nuvem chamada nuvem elástica. O motivo da estabilidade de sites durante a Black Friday é o mesmo pelo qual os serviços online aguentam o aumento da demanda na banda de internet com pessoas do mundo todo trabalhando de casa (home office) em razão da pandemia do novo coronavírus, que ainda não tem cura e, por isso, autoridades governamentais e de saúde recomendam a quarentena para reduzir o contágio.
O serviço de nuvem elástica é oferecido por empresas como a Amazon Web Services, que pertence ao grupo da trilionária americana Amazon; pela Microsoft no Azure, sua divisão maior divisão global em termos de receita; e pelo Google, por meio do serviço Google Cloud.
Antes, empresas de internet precisavam alugar servidores próprios e aumentar a capacidade com novas unidades. Ou seja, em momentos de pico de audiência, os sites e aplicativos corriam o risco de sair do ar. Com a nuvem elástica, a empresa contrata um serviço de hospedagem que é cobrado conforme o uso e, se houver pico de audiência, novos servidores são alocados, de modo a manter tudo funcionando.
De acordo com a empresa de pesquisa de mercado americana Kenneth Research, o faturamento global do setor de computação em nuvem passará de 340 bilhões de dólares em 2019 para 920 bilhões de dólares em 2025. O principal motivo para o aumento de 170% é a eficiência de gastos que a tecnologia proporciona para empresas.
Diante da pandemia de coronavírus e um grande número de profissionais trabalhando de casa no mundo todo, a Akamai, a maior provedora de entrega de conteúdo online, computação em nuvem e segurança digital, reporta um aumento de 50% no tráfego de internet global em relação à média para um dia comum. Ainda, assim, a empresa não se diz preocupada com o aumento da demanda.
A União Europeia pediu que a Netflix reduzisse a qualidade dos seus vídeos para poupar banda de internet durante a pandemia de coronavírus. E o YouTube anunciou que reduzirá a qualidade do streaming no continente europeu para evitar uma pane geral de seus servidores.
Para trabalhar de casa, as empresas oferecem as VPN, redes privadas que viabilizam o acesso remoto de redes corporativas. Com isso, o trabalhador consegue executar o serviço online como se estivesse na empresa.
A Amazon Web Services conta com um recurso online chamado WorkSpaces. Por meio dele, é possível criar áreas de trabalho virtuais do Windows e do Linux, e elas podem ser acessadas de qualquer dispositivo, viabilizando o trabalho remoto de times de tecnologia.
Para trabalho com documentos e planilhas, a empresa tem o WorkDocs, que permite criar, editar e compartilhar conteúdos nos servidores da AWS. Google e Microsoft também possuem suas próprias soluções para isso, mais famosas, o Google Docs e o Office 365.
Para reuniões virtuais, a Microsoft conta com o Teams, o Google tem o Hangouts e a AWS tem o Chime. Com essas ferramentas, gestores podem fazer videoconferências com suas equipes para coordenar as tarefas de cada time que trabalha de casa.
A tecnologia já viabiliza o trabalho remoto para muitos setores burocráticos, o que permite o isolamento durante o período de contenção do novo coronavírus. Por outro lado, o setor de serviços é o mais afetado pela crise provocada pela doença contagiosa, tendo reduções de até 70% em uma semana.
As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus