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Novas tecnologias melhoram imagens e mudam forma de usar TVs

Inteligência artificial, HDR e resoluções cada vez mais altas tornam TVs mais parecidas com celulares

QLED TV 8K: produto foi exibido durante a feira de tecnologia CES, em janeiro de 2019 (Lucas Agrela/Site Exame)

Lucas Agrela

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 05h55.

Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 05h55.

São Paulo – Quando chegou ao mercado, a TV servia a um propósito: receber sinal de emissoras e exibir imagens de programas feitos para a televisão. Ela não tinha cores, a resolução era baixíssima e não dava para escolher a hora de assistir ao seu programa preferido. Desde que a internet se popularizou e passou a ser integrada a TVs – que passaram a ser chamadas de Smart TVs –, tudo isso mudou. Aplicativos permitem ver filmes e séries a qualquer momento, a resolução aumentou exponencialmente e agora a televisão não é só um eletrodoméstico, mas sim uma central de casa conectada.

Aparelhos da Samsung , atual líder de vendas de TV no Brasil, permitem que o usuário controle produtos como ar condicionado, geladeira, máquina de lavar e aspirador de pó – desde que sejam todos da Samsung. Os usuários desses produtos podem ligar o ar condicionado, intensificar o resfriamento do refrigerador, iniciar um ciclo de lavagem de roupas ou mesmo começar a limpeza de casa com um aspirador robô.

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A rival LG também tem uma abordagem similar, com menos dispositivos conectados em seu portfólio, mas se destaca pelo suporte a comandos de voz no idioma português ao Google Assistente, integrado às suas TVs.

A Samsung também conta com uma assistente pessoal, a Bixby, mas ela atende apenas a comandos de voz em inglês atualmente.

Resolução

Aos poucos, a TV se torna um componente central da casa do futuro. Ainda assim, ela não perde seu propósito original. As principais fabricantes de TV do mundo mantêm esforços para melhorar a qualidade de imagem.

No início dos anos 2000, veio o padrão HD. As telas tinham 1280 por 720 pixels, em proporção 16:9. Na mesma década, foi a vez dos displays com resolução Full HD, com quatro vezes mais resolução do que o padrão HD. Em seguida, vieram as primeiras TVs com resolução 4K, que foram inicialmente apresentadas como conceitos em feiras internacionais de tecnologia, como a CES, realizada anualmente em Las Vegas.

Com o passar dos anos, as telas 4K se tornaram mais populares. Em 2013, o preço mais acessível de Smart TV com display de 55 polegadas e resolução 4K, um modelo da Sony, era de 13 mil reais. Hoje, a fabricante japonesa vende o produto, em versão melhorada, por menos de 3 mil reais no Brasil. Mesmo assim, esses aparelhos ainda enfrentam uma baixa disponibilidade de conteúdos. Apesar de aplicativos como YouTube, Netflix e Amazon Prime Video terem filmes e séries em 4K, o sinal de TV, em si, ainda não tem tal resolução. O mesmo acontece com títulos mais antigos, que não foram filmados com tanta resolução de imagem.

Se isso ainda acontece com 4K, o 8K tem ainda menos conteúdos disponíveis. A Samsung, primeira a lançar TVs 8K no Brasil, usou a tecnologia para solucionar essa questão. A sul-coreana aprimorou uma técnica que já usava em modelos 4K. Ela é chamada de upscalling. De forma artificial, a TV usa seu processador para melhorar o sinal de imagem recebido, seja de emissoras de TV ou de aplicativos de transmissão online. O processo de upscalling foi combinado com técnicas de inteligência artificial em suas TVs mais sofisticadas, como a Q900, linha de telas com resolução 8K. O processo consiste em um processo de quatro etapas.

A primeira é a coleta de dados, referências de milhões de clipes de imagens que serão usadas para a análise de Big Data feita pelo algoritmo de inteligência artificial da Samsung. Em seguida, as imagens são classificadas de acordo com as categorias às quais pertencem. A partir disso, são criadas fórmulas de otimização de imagens para que seja possível reproduzir rapidamente as imagens. Com isso, as exibições de imagens acontecem com base nessas fórmulas de melhoria de imagem, que estão contidas no processador das TVs com resolução 8K, e também em modelos avançados com telas 4K. Técnicas similares também são usadas por modelos concorrentes da LG, TCL (que começará neste ano a venda de modelos de TVs 8K no Brasil) e Sony.

A inovação no segmento de televisores para o mercado de consumo não acontece sem razão. O mercado é bilionário e tem projeção mundial de crescimento. Segundo a consultoria de mercado ResearchAndMarkets, o faturamento relacionado a Smart TVs em 2018 foi de 157 bilhões e crescerá cerca de 10% ao ano até 2024, quando atingirá 278 bilhões de dólares globalmente.

Não só a tela e a conectividade, mas também o formato das TVs mudou ao longo dos anos. No passado, elas tinham um grande tubo traseiro que as deixava espessas. Com a miniaturização inerente ao avanço tecnológico, os televisores ficaram cada vez mais finos. No último ano, uma nova tendência apareceu no mercado: a necessidade de adaptar, disfarçar ou mesmo esconder a TV da sala de estar. As fabricantes surfaram nessa onda de duas formas bem diferentes.

A Samsung criou a The Frame, um modelo de Smart TV 4K que exibe obras de arte quando está desligada. Um sensor de brilho do ambiente regula a iluminação da tela para deixá-la com aspecto de quadro. A LG foi mais longe na inovação de hardware. A fabricante apresentou na CES 2019 uma TV enrolável. Como um painel de projetor, a tela toda se esconde, gradualmente, dentro do móvel que a acompanha. O modelo ainda não está à venda, mostra que ainda há espaço para inovar em televisão. Mesmo quase 100 anos após sua invenção.

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