Tecnologia

Terremoto no Japão pode afetar fabricação do iPad 2

O suprimento de telas LCD, baterias e chips para notebooks, celulares e tablets, como o iPad 2, deve ser prejudicado pelos danos às fábricas japonesas

Apesar de ser montado na China, o iPad 2, da Apple, pode ter sua produção prejudicada pelo terremoto no Japão (Reprodução)

Apesar de ser montado na China, o iPad 2, da Apple, pode ter sua produção prejudicada pelo terremoto no Japão (Reprodução)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 17 de março de 2011 às 17h11.

São Paulo — Embora muitos equipamentos eletrônicos, incluindo o iPad 2, sejam montados na China, uma parte fundamental dos componentes usados neles vem do Japão. Fábricas de empresas como Sony, Hitachi e Mitsubishi foram danificadas pela catástrofe que atingiu o país. Algumas delas podem levar vários meses para voltar a operar normalmente. Como resultado, já se prevê que haverá falta de componentes eletrônicos no mercado mundial.

Um relatório da empresa Daiwa Securities, de Hong Kong, citado pelo site Bloomberg, diz que o Japão fornece 40% dos componentes eletrônicos usados no mundo. A produção foi suspensa em diversas fábricas do norte do país, seja pelos danos às instalações ou pela falta de energia elétrica. "Pode demorar de um a três meses para a produção ser retomada", diz o relatório.

Um dos componentes que devem ter seus suprimentos mais prejudicados são as baterias de lítio, usadas em praticamente todos os aparelhos portáteis. Um levantamento do serviço de informações Digitimes, de Taiwan, aponta que o Japão fornece 56% dos produtos químicos e materiais usados na fabricação dessas baterias. 


Várias das fábricas que produzem esses suprimentos sofreram danos causados pelo terremoto ou pelo tsunami. TDK, Hitachi e Mitsubishi, por exemplo, têm fábricas na região mais atingida, no norte do Japão. Todas tiveram sua produção afetada. Já a Sony teve a produção paralisada em oito fábricas. Duas delas, que produzem baterias, ficam em Fukushima, não muito longe da central nuclear Fukushima Dai-ichi, onde o vazamento de radiação obrigou à evacuação da população. A Hitachi também possui instalações na área evacuada próxima à central nuclear. 

Sony e Hitachi são, também, grandes fabricantes de um material conhecido como filme condutivo anisotrópico, que é usado na montagem de telas LCD. Outro material empregado no LCD, o filtro polarizador, tem, entre seus principais fabricantes, a Fujifilm japonesa, que enfrenta problemas em suas fábricas. Especialistas apontam, ainda, que a fabricação de LCD é um processo delicado, que pode ser bastante prejudicado pelos cortes de energia que vêm ocorrendo no Japão. 

No caso específico do iPad 2, o site All Things Digital aponta que, embora sua bateria seja montada na China, há indícios de que as células que a compõem sejam fabricadas no Japão. Trata-se de uma bateria muito fina. Seu formato incomum estaria fora dos padrões habituais chineses, exigindo o uso de células japonesas. Considerando isso, e o efeito geral da catástrofe na indústria de componentes, é muito provável que a Apple enfrente problemas para manter o ritmo da produção.

Acompanhe tudo sobre:AppleÁsiaCelularesEmpresasEmpresas americanasEmpresas japonesasempresas-de-tecnologiaHitachiIndústria eletroeletrônicaiPadiPhoneJapãoNotebooksPaíses ricosSonyTabletsTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Galaxy S24 Ultra: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?

iPhone 15, 15 Plus, 15 Pro ou 15 Pro Max: qual vale mais a pena na Black Friday?

Xiaomi Poco X6: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?

Moto G24 Power: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?