Tecnologia

Duas vezes mais potente, nova geração de GPUs da Nvidia foca em processamento na nuvem

Placas tiveram quantidade de memória dobrada em relação à geração anterior, garantindo maior capacidade de processamento;

quadro (Reprodução)

quadro (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2014 às 15h38.

A Nvidia revelou oficialmente nesta terça-feira a nova geração de sua linha de GPUs para uso profissional, a Quadro. Entre outras melhorias, K420, K620, K2200, K4200 e K5200 tiveram a quantidade de memória dobrada em relação à geração anterior – e graças a isso, foram otimizadas para processamento gráfico na nuvem e para renderização feita remotamente, segundo contou Marcio Aguiar, executivo da empresa, em encontro com jornalistas realizado no dia anterior.

Na apresentação, reservada à imprensa brasileira e na qual INFO esteve presente, Aguiar mencionou que as novas GPUs, que agora têm de 1 GB a 8 GB de memória, foram criadas com base no que "os principais clientes da companhia estão lidando". Na lista de exigências, entraram projetos mais complexos, dados maiores (de resoluções 4K ou superior), popularização do conceito de “Bring Your Own Device” (BYOD, em que funcionários levam os próprios dispositivos) e novos fluxos de trabalho na nuvem, entre outros pontos.

Os aumentos na memória, no número de núcleos CUDA e na largura de banda nos cinco novos equipamentos já resolvem boa parte desses três problemas principais. No caso dos dois primeiros, o motivo é até óbvio: mais poder de processamento é igual à capacidade de lidar melhor com conjuntos de dados maiores. Para citar números, segundo a Nvidia, a nova geração atinge um desempenho até 40% melhor do que a anterior ao rodar programas como os da Adobe Creative Cloud (que ganharam recursos para processar imagens pela GPU), da Autodesk Design Suite ou mesmo o SolidWorks.

Já no do terceiro ponto, a influência é, de certa forma, mais indireta: quando um usuário precisar usar recursos de processamento gráfico pela nuvem, verá que há bastante força disponível. Ou seja, essas novas placas também deixarão que ele interaja remotamente, por outros computadores ou até dispositivos móveis, com seus trabalhos guardados em uma workstation.

Ainda em termos de nuvem, as novas GPUs permitem que o usuário troque rapidamente a renderização feita em sua própria máquina por algo baseado na engine Iray da empresa. A solução, como descreve a própria Nvidia, “integra software e hardware multi-GPU” e é “projetada para fornecer renderização remota”, feita em servidores ou mesmo em um cluster Iray VCA – no caso, equipado com oito placas de 12 GB de memória cada.

Na tabela abaixo, você confere alguns números das novas placas, que serão lançadas em setembro deste ano pelo mesmo preço das antecessoras. Vale notar, aliás, que a K620 e a K2200 são as primeiras da linha a trocar a microarquitetura Kepler pela Maxwell, o que garante melhor eficiência no consumo de energia, por exemplo. E a K6000, apesar de figurar na lista, foi anunciada no meio do ano passado, mas ainda é considerada "poderosa demais".

Área profissional – Na apresentação feita no Brasil, Aguiar ressaltou a importância da linha Quadro e dessa área profissional da Nvidia – que ainda inclui as linhas Grid e Tesla – para a própria empresa. Segundo o executivo, a companhia detém cerca de 80% desse mercado, no qual está presente desde o final da década de 90.

As diferenças das GPUs Quadro para as tradicionais, voltadas para games, estão basicamente nos drivers e no firmware. As modificações não afetam o ótimo desempenho delas rodando jogos, por exemplo, mas garantem melhor performance em pontos específicos para quem lida com animações e modelagem em 3D, por exemplo. Fora isso, as placas ainda contam com ótimas configurações e certificações que garantem o funcionamento correto em programas profissionais – são mais de 100 nos equipamentos da nova geração e 200 se colocarmos as linhas Grid e Tesla na conta.

Usos práticos – Entre os principais clientes da Nvidia, estão estúdios de animação e cinema do porte de Pixar, DreamWorks e Sony, entre outros nomes importantes da indústria cinematográfica. Os criadores de Toy Story inclusive participaram neste ano da GPU Technology Conference, evento anual organizado pela fabricante das placas.

Em uma apresentação, engenheiros envolvidos na produção das animações demonstraram como as Quadro – parte de poderosas workstations – ajudaram no desenvolvimento de “Universidade Monstros”, permitindo inclusive a renderização em tempo real de cenas no software Presto. A apresentação está abaixo, e começa nos 27min45s. As produções de “Vingadores” e de “Homem Aranha 3” também contaram com a participação de GPUs do tipo, usadas para criar modelos 3D fotorrealistas mesmo de atores reais, como dá para ver aqui e nestas duas imagens.

http://www.twitch.tv/widgets/archive_embed_player.swf

Fora as animações e a indústria cinematográfica, esse tipo de equipamento ainda é muito utilizado pela indústria automotiva, de acordo com Aguiar. Modelos tridimensionais de carros são criados com a ajuda de Quadros e outros equipamentos profissionais da empresa, e o hardware permite que alterações sejam feitas rapidamente e não atrasem a aprovação de um projeto, segundo o executivo. Ele descreveu inclusive um cenário digno de filme de ficção científica, em que um veículo é renderizado em tamanho real para ser analisado em busca de imperfeições.

Lançamento – Como mencionado, a nova geração da linha Quadro, apresentada entre segunda e esta terça-feira, chega ao mercado em setembro deste ano pelo mesmo preço das placas anteriores, para "facilitar a atualização". Ou seja, entre 100 (a K420) e 2.500 dólares (a K5200), para usuários finais. O alto valor é outra das características marcantes dessas GPUs, que justamente por isso são recomendadas apenas a profissionais e empresas dos ramos citados.

Acompanhe tudo sobre:Computação em nuvemDellEmpresasEmpresas americanasINFONvidia

Mais de Tecnologia

ServiceNow lida com crise e saída de COO em meio a expectativas de balanço positivo

CrowdStrike dá vale-presente de US$ 10 a funcionários que resolveram apagão cibernético

CEO do Spotify confirma que assinatura "deluxe" com áudio de alta fidelidade chegará em breve

CrowdStrike: o bug em mecanismo de segurança que causou o apagão cibernético

Mais na Exame